terça-feira, 22 de setembro de 2009

Eleição e graça




A completa soberania de Deus ou a vontade humana, também conhecida por livre arbítrio? Agostinho ou Pelagio? Calvino ou Armínio?


A única coisa que se pode afirmar é que todos eles foram homens estudiosos da palavra de Deus, confrontados com uma indagação que até hoje permeia os tratados de teologia. E o consenso teima em não vir.


Confesso que em um dia não muito distante eu também fui confrontado com essa dúvida. Até então eu nunca havia me debruçado profundamente sobre o assunto. Acreditava, grosso modo, que a minha vontade determinava as minhas decisões neste mundo, quaisquer que fossem elas. Havia a certeza dos atributos de Deus, a sua onipotência, onipresença e onisciência. O Seu poder era conhecido. Todavia, ouvindo o grito humano da minha alma, a certeza era de que EU escolhia crer ou não em Jesus. Jamais me passara pela cabeça a mais tênue ideia de que até mesmo essa vontade "me fora tirada".


Lia tranquilamente as cartas de Paulo, especialmente Romanos e Efésios e no entanto nada havia que ameaçasse o meu livre arbítrio, essa vontade férrea que sempre me acompanhara. Os presbiterianos com a sua "predestinação" me cansavam: como eu fui predestinado? Sou então um fantoche nas mãos de Deus? Isso O agradaria?


Até que decidi estudar a doutrina da eleição e da graça como desencargo de consciência. Ao chegar em Efésios 2:8-9 já comecei a me indagar, as minhas certezas inabaláveis deram lugar a algumas dúvidas. Os meus estudos me remeteram a Romanos 8:30 e então, já impactado pela teoria de Calvino, a sua "TULIP", quase todas as minhas certezas fugiram, qual ratos em navio adernando. Romanos 9:11-23 foi a gota d'água...


Não podemos negar que ambas as doutrinas são bíblicas, mas a essência do arminianismo inegavelmente tira a soberania de Deus, ou pelo menos a diminui consideralvente, ofendendo os seus decretos eternos. O livre arbítrio, tal qual imaginado por Pelagio e Arminius deram lugar ao humanismo, à plena suficiência do homem e, por último, ao pentecostalismo, com os seus atos proféticos, quebra de maldições hereditárias, etc.


Certamente que o homem não pode ascender a Deus por suas próprias forças, senão pela graça, que vem de Deus, mediante a fé, via do sacrifício de Jesus Cristo na cruz como propiciação pelos nossos pecados sepultando a maldição da lei (Gálatas 3:13). Portanto, a simples obediência da lei já não nos socorre mais.


Há mistérios não revelados, isso é claro na Bíblia. A eleição é certa. Só não é absolutamente claro se Deus , ao promulgar o seu decreto eterno sobre a eleição, o fez usando a sua pré-ciência ou aleatoriamente. Se usou, dizem uns, é um Deus se submetendo à vontade humana na medida em que contempla a sua criação antecipadamente. Se não usou, dizem os antagonistas, é um Deus injusto, que escolhe uns em detrimento de outros sem qualquer critério. Penso que o grande mistério reside exatamente nesse quesito.


Os demais quatro pontos do calvinismo, em um caso ou em outro podem ser equacionados. Uma coisa é certa, "Deus usa as coisas loucas desse mundo para confundir os sábios (...)". E não resta dúvida que os pensamentos d'Ele são mais altos do que os nossos.


Independentemente da teoria que se acredita, há que se preservar sempre a soberania de Deus. Quem é o homem para discutir com o Criador?


De minha parte, creio na graça, quero a graça, peço ao Deus glorioso que a faça superabundar em mim, não por méritos, posto que nada sou, mas por sua exclusiva misericórdia.


Bendito seja o nome do Senhor, criador dos céus e da terra, das estrelas e quasares, de todas as galáxias, da energia escura, da centelha inicial, também enganosamente chamada de partícula de Bóson, ou Bóson de Higgs; dos quarks e léptons, férmions, tudo obra das Suas mãos.


Ps: A propósito, se antes era o nada (nihil), se do nada, nada se obtém (isso é lógica, a soma de premissas verdadeiras de onde se extrai a conclusão), de onde surgiu o "Bóson de Higgs", a tal partícula criadora?

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