terça-feira, 26 de julho de 2011

Tesouros fugazes para ladrões vorazes



Se me perguntarem como anda a minha vida certamente eu direi sem pensar: nada boa. Na última semana, em um dia comum, no intervalo das 19:30 às 21:00 horas, enquanto eu assistia ao culto na igreja e minha esposa se encontrava no escritório, distante da nossa casa menos de 100 metros, tive a minha residência invadida por meliantes. Pela quinta vez em menos de uma década. Pela segunda vez em um ano e meio. Seria normal imaginar que tenho uma casa com pouca segurança, mas não. A casa é segura, localizada em região privilegiada da cidade, onde pessoas trafegam constantemente e policiais fazem ronda.

Ainda assim, tive os meus bens mais uma vez surrupiados na calada da noite sem que nada pudesse ser feito para impedir ou dificultar a ação ilícita dos larápios. A investigação posterior, até o momento, não logrou obter qualquer informação que leve a polícia ao paradeiro dos furtadores e à recuperação dos objetos furtados. Meus computadores - novos - se foram: um note(book) e um net, ambos de muito boa qualidade. E muitas jóias da Luciana, minha mulher. Desta vez foram-se brincos, pulseiras, pingentes e anéis.

Vão-se os anéis ficam os dedos. Não resisti a desencavar o adágio popular. E o antigo aforismo me fez lembrar as Escrituras: "Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam nem roubam" (Mateus 6:19-20).

Coisas podem ser compradas e se perdem. O valor das coisas é também variável. O ouro, por exemplo, depende da cotação na bolsa. Anéis, pulseiras e brincos vão e vêm. A vida, por seu lado, não tem valor mensurável, tampouco varia ao sabor dos mercados. Minhas filhas e minha esposa poderiam ter sofrido alguma violência, ou mesmo ter as suas vidas ceifadas se estivessem em casa quando da ação dos bandidos. Elas estão bem, graças a Deus.

Tudo o que possuo, todas as coisas, foram dadas por Deus, uma vez que nada há que não esteja sob o pleno controle e determinação dEle. Nada acontece aleatoriamente, fora da ação de Deus - e todas as coisas cooperam para o bem daqueles que o amam..., já dizia o apóstolo Paulo. Logo, o furto é de somenos importância, quando imagino a perda inestimável que poderia ter sofrido não em relação a coisas, mas pessoas, entes queridos que amo.

Coisas são nada, riquezas se evaporam, pois são efêmeras: "Não te fatigues para seres rico; não apliques nisso a tua inteligência. Porventura, fitarás os olhos naquilo que não é nada? Pois, certamente, a riqueza fará para si asas, como a águia que voa pelos céus" (Provérbios 23:4-5).

Da tristeza e da impotência podemos extrair ensinamentos. Nas perdas pode se obter ganhos; da fraqueza pode se obter força. A revolta deve durar pouco quando "coisas" são perdidas, especialmente porque outros "bens" restaram intocados - e estes intrinsecamente valiosos.

Bendito seja o Senhor que me dá todas as coisas e bendito seja o mesmo Senhor que as tira de mim, quando isto se faz necessário!

A vida segue o seu ritmo, continuo a trabalhar, tento a cada dia crescer no conhecimento da Verdade, perco a paciência tantas vezes, transijo outras; caio e levanto. Porém, Deus é o meu Senhor e é para Ele que me volto nos momentos de alegria e de dor.

A transitoriedade da existência dá os seus sinais a cada dia que passa, lembrando-me que os verdadeiros valores se encontram em Cristo, o Salvador. Tristezas e alegrias duram por pouco tempo, são fugazes: como o éter que se dissolve e exala ao sabor do vento.

Olho para trás, bato o pó das sandálias e decido seguir adiante, deixando de lado tristezas passadas, momentos de fugidia desesperança, revoltas passageiras, firmado unicamente na certeza de que novos dias e novos momentos virão, até que finalmente eu termine a carreira - com ou sem "coisas" - mas mantendo a fé.


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sexta-feira, 15 de julho de 2011

Laodicéia: o triste estado de uma igreja morna


Por Rev. Abceil Luiz da Silva Filho


APOCALIPSE DE JOÃO 3.14-22

14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;17 pois dizes Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. 18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. 20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. 21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

INTRODUÇÃO

Este é um dos textos mais reconfortantes das escrituras sagradas. Não obstante ser um dos mais duros ele traz consigo um convite gracioso de um Deus tão grande a um filho rebelde.

Às vezes fico pensando, não deveria ser assim, Deus é bom demais para conosco, mas todos nós temos um pouco do Israel rebelde.

Todos nós temos um pouco de Laodicéia dentro de nós e por isso esse texto é maravilhoso, esse Deus grandioso está sim interessado por seres tão pequenos e errantes como nós, e quando ele escolhe alguém, faz de tudo para que sempre volte ao caminho.

Deus permite e tolera todos os nossos deslizes e devaneios pelas sendas do pecado.

E é desse contexto malvado que ele muitas vezes nos faz o convite da graça, nos chamando para novamente desfrutarmos de comunhão intima e plena com Ele.

CONTEXTUALIZAÇÃO

A IGREJA fica em LAODICÉIA14 (Cl 4.13-16).

Uma Cidade da PROVÍNCIA romana da ÁSIA. Assim como as demais igrejas era uma cidade costeira na qual havia uma confluência de estradas, que dava pra três direções. Dai sua importancia comercial, razão para que ela se transformasse numa das mais ricas cidades daqueles dias.

Fora isso era uma cidade onde a medicina estava mais avançada e se acredita que de lá surgiu um importante colírio para os olhos.

Laodicéia, alem disso, era uma cidade turistica, pois nela havia fontes de águas termais.

Nesta cidade havia uma igreja que desfrutava dos privilégios culturais e financeiros advindos da sua localização e, principalmente, do avanço médico: a igreja de Laodicéia, mostrada pelo texto. E ao pastor desta igreja se direciona uma das sete cartas do apocalipse.

Como em todas as outras igrejas percebemos que é responsabilidade do pastor (anjo) repassar fielmente aquilo que está escrito nas cartas.

A carta não lhe é endereçada, está endereçada à igreja, mas deve passar por ele e das mãos dele Deus irá cobrar a fidelidade absoluta.

Portanto, ai dos pastores que:

Jer 23:1 Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! — diz o Senhor.

E se você é daqueles que acham que não devemos falar contra tais pastores, ao profeta Ezequiel Deus disse:

Ez 34:2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos!...

Ao pastor não é dado fazer mais do que entregar a palavra escrita.

1ª PARTE: EXERCÍCIO DE LIMPEZA E CLASSIFICAÇÃO.

1. LIMPEZA.

Pelo que foi indicado o clímax do texto se encontra no verso 18.

18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.

E não poderia deixar de ser diferente, esse verso marca a virada do texto. Nele se extraem dois assuntos principais: mostrar a tragédia que é ser morno, e a grandiosidade do amor de Cristo.

O verso 18 se posiciona como o elo, o marco. Ele é maravilhoso.

Com este pano de fundo histórico em mente começamos com nosso primeiro assunto:

TEMA 1: “LAODICÉIA O TRISTE ESTADO DE UMA IGREJA MORNA”

A IGREJA DE LAODICÉIA era morna15 e 16.

15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! 16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.

Começamos afirmando que A IGREJA DE Laodicéia não passara DESPERCEBIDA pela história. Jesus lhe adverte como faz com todos.

15a Conheço as tuas obras...

Tais obras identificadas como um pecado é de toda igreja.

Não há os “demais” de Tiatira

Ap 2.24 Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina...

Ou “alguns” de Sardes

Ap 3.4 Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram.

Esta igreja estava toda prejudicada por uma vida pecaminosa.

E o seu problema:

- não eram nem quentes e nem frios.

Quando olhamos para o verso 15 percebemos que o que se esperava deles era que, ou fossem quentes ou frios, e nunca o meio termo. Isso se percebe pela expressão:

15c... Quem dera fosses frio ou quente!

Eram mornos.

A palavra “χλιαρος chliaros” significa “indiferente”; “frouxo, sem energia, insipido, monótono”.

Uma igreja quase que totalmente intragável. Sem utilidade cristã alguma.

Mas é intrigante por que Jesus usa uma figura de linguagem para apontar o seu pecado que era muito conhecido dos laodicences.

Laodicéia ficava próximo a uma cidade chamada Hierápolis, uma cidade onde havia fontes termais com alto valor terapêutico.

Estas mesmas águas corriam para Laodicéia, porém, já em Laodicéia perdiam sua temperatura.

Chegavam, mas chegavam indiferentes, sem a energia da sua origem, sem o seu calor.

Uma água que nem despertava ou energizarva o soldado, e nem curava suas feridas.

Um estado de mornidão é preconizado por aqueles que acreditam na sua autossuficiência:

17a pois dizes Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma...

Acreditavam que estavam de bem com a vida. Em paz com Deus e com seus seleiros abastados. Acreditavam que sua prosperidade vinha e provinha de Deus. E por isso estavam tranquilos em relação à sua espiritualidade.

Segundo Hendriksem, um dos grandes comentaristas do livro de apocalipse, os laodicences jamais entrariam no templo como entrou o publicano:

Luc 18:13 ...estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!

Eles acreditavam então que haviam chegado ao ponto ideal: não precisamos de nenhuma mudança. Não somos frios como as águas da reserva, mas também não somos quentes como a primeira piscina das águas quentes. O que eles consideram o ponto, e queriam que Jesus tragasse, é exatamente o que ele condena.

Vejam só:

· “Com o pagão, que está entre aqueles que nunca tiveram contato com o evangelho, e que são, portanto, “frios” com respeito ao evangelho, você pode fazer alguma coisa”.

Portanto há esperança!

· “Com cristãos sinceros e humildes você pode trabalhar com alegria”.

Uma grande verdade. É bom trabalhar com um grupo assim!

· “Porém, com aqueles semelhantes aos de LAODICÉIA, que dizem: “aqui todos somos pessoas muito boas”, ninguém pode fazer nada”.

Então a única proposta viável a eles é exclamada por Jesus:

15b Quem dera fosses frio ou quente!”

E por que não eram assim Jesus lhes adverte:

16bestou a ponto de vomitar-te da minha boca”.

Estou para vomitá-los da minha boca, que é exatamente o máximo que vocês conseguem chegar, pois garganta abaixo eu nos os engulo.

Concluamos esse ponto com duas aplicações.

1. Quantos do cristianismo de hoje estão vivendo como os de Laodicéia, talvez aos seus olhos vivendo o melhor do cristianismo, pois estão gozando das bênçãos da prosperidade material, e talvez até acreditam que chegaram no auge da fé. Descobriram a fonte. E, na verdade, sua segurança está firmada num fio de teia de aranha tão fino que ele está para despencar, mas não sabe, pois aos seus olhos o fio é grosso e resistente como aço.

2. Quantos estão na igreja hoje servindo a Cristo, mas indiferente ao que ele fala. Sem nenhum esboço de mudança. Fracos diante de ameaças insignificantes. Insípidos e sem nenhuma interferência no cosmos dominado pela tirania satânica.

Você é morno assim?

Só existem duas alternativas apontadas aqui:

Seja frio. Negue a fé e pague pra ver!

Ou, seja:

Rom 12:11 sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor;

Os desdobramentos desse quadro de mornidão vemos com a segunda lição do texto:

A IGREJA DE LAODICÉIA era aos olhos de Deus17:

17 pois dizes estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.

Ø INFELIZ – de “ταλαιπωρος talaiporos” é AQUELE que desfruta constantemente a dureza de vida; “o infeliz é o aflito, o desgraçado”.

Ø MISERÁVEL – de “ελεεινος eleeinos” – é o DIGNO “de lástima”.

o O misarável é aquele que desperta paixão ao mesmo tempo em que inspira desprezo. É um indigente.

Ø POBRE – de “πτωχος ptochos” é o “mendigo, impotente, necessitado em todos os sentidos”.

o A palavra é originária da palavra “πτωσσω posso” que significa “rastejar”,

Ø CEGA!

Ø E NUA – de “γυμνος gumnos” é o “despido ou mal vestido de alguma forma exposto”.

Imaginem um indivíduo que tem todas estas cinco características combinadas.

Na história do povo de Deus houve uma época em que se acreditou nisso. Em Oséias vemos o povo dizendo:

Oséias 28 Contudo, me tenho enriquecido e adquirido grandes bens; em todos esses meus esforços, não acharão em mim iniqüidade alguma, nada que seja pecado.

A resposta de Deus foi vista a seguir:

9 ...eu sou o Senhor, teu Deus, desde a terra do Egito; eu ainda te farei habitar em tendas, como nos dias da festa.

A igreja de Laodicéia aos olhos de Deus não era nada.

Que eu e você não sejamos assim.

Mas todo esse quadro não é irrecuperável. Existe uma solução apontada pelo próprio pai. É o que veremos em nossa terceira lição.

A IGREJA DE LAODICÉIA precisava urgentemente de um investimento eterno 18 e 19.

18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.

1) PRECISAVAM FAZER UM INVESTIMENTO EM OURO ETERNO18.

Mat 6:19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; 20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam.

E em Lucas a ênfase é tão forte que o vemos dizer:

Luc 12:33 Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome,

2) PRECISAVAM COMPRAR VESTIDURAS BRANCAS18:

ü Roupas manchadas expõem nossa vergonha, mostram nossa natureza. Revelam nossa condição. As vestes espirituais de toda pessoa que ainda não passou por cristo são totalmente manchadas aos olhos do pai.

ü Mas outro sentido nos dá a entender que eles, na verdade, não só usavam roupas manchadas, mas que também expunham sua nudez e pobreza diante de Deus. As vestes que usamos quando nos entregamos a cristo, não só cobrem nossa nudez espiritual, como também nos apresentam limpos diante de Deus. Não por nossos méritos, mas pelos méritos de cristo.

3) PRECISAVAM COMPRAR COLÍRIO PARA OS OLHOS18;

Elas não eram cegas, mas havia uma doença grave e que impedia que vissem com clareza as coisas concernentes à vida com Deus. Essa miopia exagerada poderia ser curada com um colírio. O colírio de que tanto precisavam era extraído, não de uma planta, mas dos papiros onde estavam escritos a vontade de Deus.

4) A IGREJA DE LAODICÉIA PRECISAVA SE ARREPENDER19.

Precisavam tão somente dar meia volta. Ir na direção contrária de onde estavam indo. Precisavam se aquecer na obra do senhor reconhecendo que sem Ele não eram nada. Precisavam voltar a se ver como publicanos pecadores que eram.

Hendriksen faz uma indagação pertinente aqui:

- “Como podem os que são pobres comprar alguma coisa?”.

Vale também para nós. Como podemos fazer esse investimento eterno?

O profeta Isaías já havia respondido e ainda responde:

Isaías 55.1

1 O Senhor Deus diz: “Escutem, os que têm sede. venham beber água! Venham, os que não têm

dinheiro: comprem comida e comam. Venham e comprem leite e vinho,que tudo é de graça.

O próprio Jesus no finalzinho de suas recomendações em apocalipse:

Ap 22.17 O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.

CONCLUSÃO:

TEMA 1: “LAODICÉIA: O TRISTE ESTADO DE UMA IGREJA MORNA”

1ª lição:

A IGREJA DE LAODICÉIA era morna15 e 16.

2ª lição:

A IGREJA DE LAODICÉIA era aos olhos de Deus: infeliz, miserável, pobre, cega e nua17:

3ª lição:

A IGREJA DE LAODICÉIA precisava urgentemente de um investimento eterno - 18 e 19.

1) PRECISAVA FAZER UM INVESTIMENTO EM OURO ETERNO18.

2) PRECISAVA COMPRAR VESTIDURAS BRANCAS18:

3) PRECISAVA COMPRAR COLÍRIO PARA OS OLHOS18;

4) PRECISAVA SE ARREPENDER19.

22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

*Sermão/estudo ministrado na IPB de Araputanga-MT em 03.06.2011, pelo Reverendo titular, Pr. Abceil Luiz da Silva Filho

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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Meu pai: reflexão sobre vida e morte



A vida é um constante risco. Vive-se e morre-se. Eis o risco maior. À medida que vivemos, perdemos um pouco de nós mesmos, já disseram antes de mim. Tão fugaz como é, se a existência humana se resumisse a viver e morrer, quão sem sentido seria viver! Porque a vida, por melhor que fosse, estaria a nos lembrar da proximidade da morte, e o medo seria tão excruciante que viver seria quase um fardo.

Há grandes homens que viveram com esse medo, como um espinho a cutucar a carne, cuja latência era provavelmente insuportável. Dizem que Freud foi um deles. Pobre Freud, tão sábio e ao mesmo tempo tão ignorante... Outros jogaram todas as suas fichas em uma existência única, rica, mas reconhecidamente passageira, brigando incessantemente com Deus em uma guerra unilateral, até que os seus dias foram cessados, conquanto já estivessem escritos e determinados antes que nenhum deles existisse ainda. Outros ainda ousaram decretar a morte de Deus.

A pequena introdução acima é apenas a preliminar de uma profunda reflexão que faço sobre a vida - hoje com mais ênfase e com muito mais sentimento e emoção. Estou a acompanhar meu velho pai em sua luta pela vida, na tentativa de estender os seus dias por mais algum tempo. Suas veias e artérias cansadas teimam em enrijecer e a se fechar, em um lento e inexorável escoar de vida. Enquanto isso, o conhecimento humano desenvolvido pela área médica faz os remendos aqui e acolá, construindo desvios ao longo desse emaranhado vascular.

Acho incrível como lutamos pela vida, mesmo quando a temos como um fardo, quando o peso dos anos vergam as nossas costas. É o caso do meu velho pai, já avançado em anos, mas com uma estrutura física invejável, ele teima em seguir adiante tentando driblar as calcificações e obstruções vasculares, quase como se tivesse aprendido a viver com menos pulsações nas veias que já se estreitaram tanto, seja em decorrência do fluir dos anos, ou da doença que as enfraquece sorrateiramente.

Esse fio de vida que às vezes quer se romper é cuidadosamente re-unido e remendado, e o fôlego é encurtado em uma respiração pequena, como que querendo economizar pulmões. Em uns, a vida segue, mas noutros, ela cessa. Meu querido e amado pai pertence ao primeiro grupo: apegou-se à vida e vem se mantendo bravamente, dia após dia, passo após passo.

E a luta não é somente daquele que peleja para preservar a própria vida, mas daqueles que lutam com ele: filhos, netos, genros, noras... A visita à UTI passa a ser a possibilidade de ver e ouvir o enfermo, ao mesmo tempo medindo as suas reações e escrutinando as suas dores. É momento propício para falar do autor da vida.

Homem de muita fibra, meu pai sempre foi um rebelde: cristão, mas teimoso; sujeito não muito afeito à igreja, porém, não a deixando totalmente. Nos momentos em que a estrada se fecha, em que a vida se torna difícil de ser vivida ou de ser mantida, preocupamo-nos com os nossos: será que ele está com Cristo?, é o pensamento que martela. Há uma espécie de dor que provém dessa incerteza.

Um dia antes da cirurgia cardíaca conversei longamente com o "velho", tentando obter informações que acalmassem e acalentassem o meu coração. A possibilidade de morte foi levantada com clareza, lembrando que a vida sem Cristo é um morrer eterno. Recebi dele a resposta peremptória de que a sua compreensão é completa a respeito da salvação e perdição eternas, enquanto afirmava a certeza de que estava com Deus e com ele ficaria, ainda que não suportasse a cirurgia. Oramos e falamos de Deus. Discutimos eleição e predestinação. Gostei das perguntas que foram feitas, como também da interpretação dele sobre essas verdades. A 24 horas de um procedimento cirúrgico de alto risco o meu querido pai estava firme, consciente do risco, mas convencido da própria salvação, bem compreendida por ele como presente, graça.

A cirurgia foi bem sucedida, porque Deus assim quis e determinou na sua soberana vontade e poder. A recuperação está rápida e além de satisfatória. Riscos existem - e muitos, mas creio que ainda não será o momento da última viagem, provavelmente teremos algum tempo mais com o nosso pai. Tempo para que ele cresça espiritualmente, para que compreenda a sua insignificância em relação à grandeza de Deus. Tempo para se aproximar dEle em adoração e culto.

Agradeço ao Senhor pela sua bondade, por nos presentear com vida e com a promessa de vida em abundância.

Obrigado SENHOR!

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Línguas estranhas e o livro de Atos dos Apóstolos

Por Paulo Brasil


Apesar de agora estar nas prateleiras mais baixas do expositor das habilidades evangélicas, o dom de línguas por muito tempo representou o ápice de “poder e comunhão” com Deus.

A cada urro vindo do púlpito - ou de qualquer lugar - despertava um intenso frenesi na multidão, que ávida por demonstração de poder, espraiavam suas “línguas estranhas” trazendo a euforia necessária – carnal - para reverberação dos “linguálatras” em meio a assembleia.

A reverência e a proclamação da palavra submetiam-se a balbúrdia circense em que era tomado o “culto a Deus”. Cada um fazia conforme seu próprio espírito concedia: gritos, gargalhadas, abraços, choros, dispunham da euforia em nome de Deus.

Nas mentes - e nos corpos suados - exalavam a soberba que, sem meias palavras, vociferavam o diagnóstico de morte a tudo que respirava ordem e decência.

Hoje, (espero, mas não sei) apenas um remanescente sobrevive ostentando a manutenção de tais poderes, a grande maioria daqueles “homens de deus” partiu para outro nicho espiritual ou mesmo volveu-se ao próprio vômito.

São modismos evangélicos que fazem plantão em busca de "avivamento". Quem não lembra dos dentes de ouro? Da bênção de Toronto, com suas gargalhadas e quedas santas? A bolsa de valores M&M (Malafaia e Murdock) atribuindo o valor da alma humana? Fogueira santa? e muitos outros.

Percebe-se que o espírito de Balaão - a necessidade de projeção pessoal, o enriquecimento fácil e o desconhecimento do caráter de Deus - está presente em nosso meio, e ele contribui significativamente para essas e muitas outras “esquisitices evangélicas”.

Sim, mas e o dom de línguas como experimentam e ensinam os pentecostais procede das Escrituras?
Mister é questionar: As Escrituras oferecem suporte a tal prática? O que elas dizem sobre tal manifestação? Vejamos o dom de línguas nas páginas do livro de Atos dos Apóstolos.

O Livro de Atos inicia com uma sequência frenética de eventos: Há o mandamento do Senhor; a promessa de um novo batismo pela vinda do Espírito Santo; sua subida aos céus; a eleição do substituto do Apóstolo Judas; e por fim a vinda do Espírito conforme a promessa. Não sabemos em quanto tempo se deram esses fatos, mas é inegável o turbilhão da narrativa.

São desdobramentos que neste Livro se iniciam, outros são apenas sequências retomadas, portanto, iniciadas em pontos anteriores do texto sagrado.

Temos que nos curvar frente algumas necessidades:

1. Precisamos empreender cuidadosa leitura, como em um novelo de linha emaranhado, puxando linha após linha, encontrando sua sequência correta, até podermos vê-lo como novelo, um único fio. Assim, chegaremos a um veredicto que harmonizará os temas retomados ou iniciados aqui. Chegando a única verdade, e essa reflita o caráter e o propósito de Deus.

2. Precisamos de discernimento - grandeza de alma e humildade de coração - pois muitos são os enganos e falácias destes dias maus, e nossos corações tendem a cooperar com o presente século mal.

3. Precisamos de coração renovado e que o Ajudador prevaleça e as Escrituras forjem nossas mentes.

“Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne, pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo”; (2 Co 10:3-5)

E podemos afirmar que afinal temos a mente de Cristo (1 Co 2.16)

Comecemos pelo v. 4 onde fala a respeito da PROMESSA DO PAI dita aos Apóstolos. Que promessa é referida pelo Senhor? Obtemos a resposta no v.5:

“Porque, na verdade, João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias.”

A promessa compreendia um “batismo diferente do batismo de João”, pois diz: "sereis batizados no Espírito Santo".

Há, portanto, a correspondência entre a promessa a ser cumprida - o batismo no Espírito - e o batismo que João vinha realizando em Israel.

Essa correspondência está presente em todos os Evangelhos. João, o batista, garante-nos que seu batismo com água seria substituído pelo batismo com Espírito e com fogo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.33).

“Eu, na verdade, vos batizo em água, mas vem aquele que é mais poderoso do que eu, de quem não sou digno de desatar a correia das alparcas; ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. (Lc 3.16).

Mas já àquela ocasião o cerimonial de João se mostrava transitório. João antecipa-se afirmando sua saída do cenário que se iniciava.

"É necessário que ele cresça e que eu diminua". (Jo 3:30)

Logo João é preso (Jo 3.18-20 e Mt 4.12) encerrando seu ministério. Essa transitoriedade logo se fez notar.
Foi por curto espaço de tempo que João e Jesus caminharam juntos. O desconhecimento por parte de João sobre o que se cumpria em Jesus reflete esse tempo. Talvez, por isso sua dúvida a respeito se Jesus seria mesmo o Cristo (Mateus 11).

Cumprido o ministério de João, o que ocorreu com o seu batismo?
Em João 4.1-2, lemos que:

“Jesus, fazia e batizava mais discípulos do que João (ainda que Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos)”.

Não temos motivos para acreditar que o batismo dos discípulos do Senhor diferisse da forma ou propósito do batismo de João. Os discípulos de Jesus passaram a batizar o “batismo de João”, familiarizados ficaram com o ritual.

É necessário resgatar o propósito do batismo iniciado por João: para que o Messias fosse manifestado a Israel (Jo 1.31).

O batismo de João está inserido na moldura do anúncio do Messias, portanto o batismo de João faz parte da revelação do Senhor Emanuel - Deus conosco - para Israel.

Que importância há no fato do batismo de João servir para anunciar Jesus para Israel? Toda, pois esse propósito foi estendido para o batismo anunciado pelo Senhor.

Leiamos pois.

Ao anunciar-lhes o batismo no Espírito Santo diz:

“mas vós sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias” (1.5)

E depois, ainda sobre o batismo diz (1.8):

“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-is testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judeia e Samaria,e até os confins da terra”.

O batismo no Espírito Santo capacitaria aos discípulos para testemunhar de Cristo em Jerusalém, na Judeia, Samaria e até os confins da terra.

Apenas pela completa falta de temor e honestidade é possível esquivar-se que o batismo no Espírito Santo é infusão de poder nos discípulos para testemunhar de Cristo por toda a terra.

Há, portanto, uma correlação de propósitos entre os dois batismos: anunciar a Jesus, e agora por toda a terra. Esse ponto é a identificação e harmonia do novelo de linha.

Não me aventuro a afirmar que naquele momento tais características estivessem perfeitamente claras para os discípulos do Senhor, mas prossigamos em conhecer o Senhor.

No Livro de Atos dos Apóstolos, cap. 2.4, está escrito sobre a chegada do Espírito Santo:

“todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas segundo concessão do Espírito Santo”;

Não há dúvidas: a vinda do Espírito Santo proporcionou aos discípulos "falar em outras línguas". Temos aqui um questionamento oportuno: Qual a natureza da língua falada - seria humana, seria angelical? No v. 11 há o testemunho:

“como os ouvimos falar em nossas próprias línguas?”

Nos vv. 8-11 lemos os termos: “língua que nascemos”; “próprias línguas”. Há a citação de pelo menos 12 etnias ou povos neste contexto.

A despeito do detalhe exegético que envolve o termo “línguas”, o registro é de idiomas humanos.

Sobejam razões – textuais e lógicas - para afirmarmos que naquele evento - dia de Pentecostes - cumpriu-se a promessa do Pai (1.5; 2.4; 3.33-34): o batismo no Espírito Santo. Como resultado deste batismo, os discípulos de Cristo passaram a falar em diversos idiomas humanos.

A corroborar com essa tese temos o cenário da época e a missão que estava sobre os ombros dos discípulos – anunciar a Cristo por toda a terra.

Considerando que os apóstolos eram todos judeus e que havia inúmeras nações debaixo do sol onde Cristo seria proclamado, é razoável e adequado que o Espírito Santo tenha capacitado aqueles homens a falar abruptamente em idiomas estrangeiros - das nações citadas textualmente.

As “línguas estranhas” no Livro de Atos dos Apóstolos nada mais são que idiomas humanos. O contexto, o texto, a lógica não permitem qualquer alusão a “línguas angelicais ou extáticas”.

Apenas o espírito de Balaão é capaz de prover a energia necessária para trocar a honra de Deus pela usura, carnalidade e impiedade que sustentam os dons “pentecostais”.

Extraído do blog http://atravesdasescrituras.blogspot.com/

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