sábado, 28 de agosto de 2010

Aniversário da amada...





Hoje é seu aniversário e vejo o tempo a lembrar-me de "ontem", quando ainda, jovenzinhos, sonhávamos em ser "grandes". Pensei em escrever belas palavras, cheguei a fazer as rimas da poesia, mas elas, as tais, brincavam em minha mente de pregar peça. E eis então que eu não me decidia entre a poesia, a prosa, o escrito menor, a palavra dita e a que nunca fora dita...

Pensei em fazer uma festa, chamar os amigos, comprar a champanhe e o vinho, ou, dinheiro pequeno que fosse, fazer refrescos vermelhos... e guaraná borbulhante inflado de bolhas pequenas...

Lembrei de você em anos passados, vi a menina a sonhar, vi alvorecer o tempo nos seus lindos e longos cabelos; vejo uma linda mulher...

Não há tempo, não há dias, só há momentos, só há lembranças fugidias... e você. E eu. E nós...

Vejo em ti a mulher que brotou, beleza madura como manga cheirosa, tenros gomos de tangerina a escorrer pela minha boca. Uma nesga de tempo a rondar, e a fruta, gostosa que só, se desgarrando a cair em meus braços...

Pensei em fazer poesia pra você no dia do seu aniversário, mas como não sei lidar com os versos, deixo aqui as palavras do Drumond, o poeta:



O tempo passa? Não passa no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça do amor, florindo em canção.
O tempo nos aproxima cada vez mais,
nos reduza um só verso e uma rima de mãos e olhos, na luz.
Não há tempo consumido nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido de amor e tempo de amar
O meu tempo e o teu, amada, transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada, amar é o sumo da vida.
São mitos de calendário tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário é um nascer toda hora.
E nosso amor, que brotou do tempo,
não tem idade pois só quem ama escutou o apelo da eternidade.

A ti, nestes teus anos, eterna amada, beijos e segredos contados ao ouvido, doces histórias, pequenos e grandes segredos, que só a nós dois interessar possa...

(rindo aqui do atrevimento)

FIM

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sábado, 21 de agosto de 2010

O anjo




Por Sarah Mamedes

Quando nasci, um anjo meigo e suave,
Daqueles bons, que estão sempre ao seu lado,
Disse-me: cresça e seja feliz

O tempo passou,
Fez sol, fez chuva
Eu cresci, mudei, me apaixonei,
Estudei e me casei.

Ora fui feliz, ora não fui.
Me alegrei e me frustrei,
Confiei e me decepcionei,
Andei na escuridão e no clarão.

Apreciei a lua, sentei-me na chuva,
Olhei para o céu azulado e estrelado,
Tive alguns desejos frustrados e outros realizados,
Mas no fim, acabei sendo assim: feliz.


Ps: Esta pequena poesia foi escrita pela minha filha de 13 anos. Como eu a achei muito lindinha, resolvi publicá-la neste espaço.

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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Equilíbrio e sabedoria



A vida é pautada por tantos acontecimentos que não podemos enumerá-los. Eles se sucedem continuamente, e nós, seres efêmeros que somos, vamos também nos modificando. Pior seria se continuássemos imóveis, estáticos, encravados na mesmice sem nada aprender ou apreender.

Há, porém, valores que devem ser definitivos, tais os que se referem à ética, os que formam o caráter e que moldam a personalidade. Valores que, ou são, ou não são. Muitas pessoas dizem tê-los, mas ao serem confrontadas com situações limites, mostram um caráter incompatível com aqueles valores antes “construídos”.

Todavia, nem é sobre isto que quero falar. Desejo estabelecer o foco deste pequeno escrito em algo que caracteriza cada ser humano, e se exterioriza nas suas relações do cotidiano: equilíbrio. Como é difícil alcançá-lo! Quantas vezes somos "tentados" a perdê-lo... Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, dizem os antigos.

Lendo um livro de autoria de Anthony Hoekema, “Criados à imagem de Deus”, por sinal uma ótima obra, me detive a refletir sobre algo que ele analisa: a autoimagem. Podemos cultivá-la? Sim, uma vez que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, e, mesmo os não-regenerados, a têm, ainda que disforme e depravada. Necessário, pois, que tenhamos uma boa imagem de nós mesmos, que nos amemos, pois assim estaremos glorificando a Deus.

O perigo é ter essa autoimagem excessivamente cultivada, pois se corre sério risco de incorrer em outro erro bastante comum, o narcisismo. Começa-se a se achar melhor do que o mundo todo, ou mais belo, ou mais inteligente, ou mais sábio, mais crente, mais, mais, mais... As qualidades dos outros “simples mortais” passam a ser apenas sombras das suas próprias e personalíssimas qualidades. Acometido por esse narcisismo em grau elevado, começa-se a ter uma certa miopia, o mundo passa a girar em torno de si mesmo. Do narcisismo à egolatria é apenas um pequeno salto. Outros saltos se sucedem, rumo à soberba, arrogância, vaidade.

Ser cristão não é fácil, pois significa abdicar da vaidade, calar quando necessário, ser educado com o próximo, suportar em amor. O silêncio é mais reconfortante do que a ironia fina, pois mostra um caráter regenerado. Abdicar da soberba é tarefa complicada, especialmente para os que se querem sábios, ou assim anseiam ser reconhecidos.

Tarefa difícil é calar quando se tem razão, suportar as inconsistências do irmão, silenciar para as suas incoerências, a fim de evitar contendas. E nisto, vale o ensinamento do apóstolo Paulo: "Nada façais por contenda ou por vanglória; antes com humildade, cada um considere os outros superiores a si mesmo" (Flp. 2:3).

Ainda que apartado dos valores cristãos, o sentimento de superioridade revela o pedantismo de uma personalidade torta. A sabedoria acalma, é apaziguadora. O sábio, principalmente cristão, não se sente obrigado a redargüir sempre, a ser incisivo além do que deveria, mas transige, sem medo de tornar-se menor aos olhos alheios. Em nada tais comportamentos se confundem com falsa piedade, ou falso moralismo cristão. É mesmo qualidade primordial dos sábios, que foram regenerados pelo Altíssimo.

Que sejamos de fato barro nas mãos do Oleiro, sal e luz nesse mundo de trevas.

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O tempo



1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: 2 há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; 3 tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; 4 tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; 5 tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; 6 tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; 7 tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; 8 tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.


(Eclesiastes, 3.1-8)


Tempo. Tudo gira em torno desse 'personagem' intangível, mas que constantemente nos assoberba sobremaneira. Olhamos para a frente, vislumbramos então o futuro. Volvemos o olhar para trás e lá está o passado a nos contar a história das nossas vidas. Vidas que se cruzam, se entrelaçam, se entrechocam. O presente é fugaz, tão ou mais intangível do que o próprio tempo. Quase que num átimo - esse suspirar de tempo - perdemos o momento de agora, que nos escapa por entre os dedos.

A nossa existência é também regulada pelo transcorrer do tempo, que flui inexoravelmente. Tempo e existência também a se entrelaçar... E eis que fazemos os nossos projetos, urdindo e construindo sonhos, uns que se realizam e outros que jamais se realizarão. E o tempo fluindo, fluindo, deixando as suas marcas e as suas cicatrizes em baixo relevo nas nossas peles.

Nos consideramos "donos" do tempo, quando afirmamos peremptoriamente que "amanhã faremos isto ou aquilo". As nossas agendas se "sentem" quase como proprietárias desse garoto soberbo. Projetamos as nossas vidas de acordo com aquilo que almejamos, "construindo" o caminho a ser trilhado. Quanta ilusão...!

Queremos nutrir ilusoriamente essa estranha capacidade de autodeterminação, como se fôssemos capazes de ter o senhorio pleno sobre as nossas vidas. E nem sequer somos capazes de determinar o próximo segundo que virá após o último exalar de ar dos nossos pulmões. Não sabemos o que virá depois do próximo piscar de olhos: pode ser que eles nem mesmo voltem a piscar, paralisados, tendo captado a última imagem gravada na íris. E nem mesmo esta derradeira imagem permanece, posto que se desvanece, dando lugar à escuridão fria.

Entretanto, o tempo corre a nosso favor, flui doce e suavemente quando cultivamos a certeza inabalável de que ele não nos pertence, quando olhamos além dele para a eternidade. Reconhecemos que somos peregrinos, forasteiros neste mundo e que nada nos pertence de fato. Tomamos emprestado do Criador o próprio tempo, que nos é dadivosamente fornecido. Resta-nos agradecer a Ele pelo empréstimo, a cada amanhecer. E, ao anoitecer, voltar-nos novamente para o Eterno em novo agradecimento e súplica, para que nos conceda, por pura misericórdia, um pouco mais desse fluir.

Nascemos, crescemos, casamos, temos filhos - uns sim, outros não - , envelhecemos e morremos. Tudo minimamente medido. Enquanto isso, o tempo, senhor inexorável das nossas vidas, é ordenado por Deus. Ele próprio (o tempo) a exaltar a grandeza do Todo Poderoso.

O que é o homem, em toda a sua arrogância e soberba? Diz o salmista: "Pois Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó. Quanto ao homem, os seus dias são como a relva; como a flor do campo, assim ele floresce; pois, soprando nela o vento, desaparece (...) (Salmos 103.14-16).

Quanto a mim, sinto-me realmente 'grande' quando reconheço a minha pequenez. Apropriando-me das palavras do apòstolo: "Sou forte, quando sou fraco". A coragem, quando a tenho, manifesta-se no temor ao Senhor, Deus meu.

Pobre homem sou, quando me agarro ao meu próprio senhorio: "O homem é como um sopro; os seus dias, como a sombra que passa" (Salmos 144.4).

"Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado; a sua grandeza é insondável" (Salmos 145.3). Eu sou apenas como o vento fugaz, que passa rapidamente, dando lugar à calmaria.

Louvado seja o Eterno Deus, dono do tempo, Senhor da minha vontade, mantenedor da vida e Criador do homem, do universo e de tudo que há 'debaixo do sol'.

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domingo, 1 de agosto de 2010

Soberano Oleiro




"Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus" (Romanos 3.23-24)

O homem certamente foi engolfado pelo pecado a partir da queda. O pecado passou a ser uma marca indelével no seu caráter quando o homem deixou de gozar do beneplácito divino, após a queda do casal primevo, narrada no capítulo terceiro do livro de gênesis.

Tão logo foi cometido o pecado, com a queda propriamente dita, Deus passou a olhar a sua criação com olhos críticos. O pecado teve a força de subverter tudo, tornando disforme e depravada não somente a imagem do homem (feito à imagem e semelhança de Deus), como toda a criação, a totalidade do universo criado. Como que fora disseminada uma sombra, uma cortina escura sobre o universo, absorvendo dele todas "as cores", toda a pujança de outrora. É de se imaginar que o Criador passou a ver o que criara, inicialmente tão bom e belo, com uma sombra a deformar tudo.

O homem não mais conseguia buscar a Deus; o seu Senhor e Criador ficou separado das suas criaturas, uma vez que, sendo santo e justíssimo, não poderia misturar-se a seres pecaminosos e impuros. O pecado, pois, infligiu ao homem a solidão de Deus. Não havia mais como buscá-Lo (Salmos 14.1-3, 51.5-6; Romanos 3.10-12), pois a justiça do homem transformara-se em "trapos de imundície" (Isaías 64.6).

Pelo pecado de um só homem, toda a humanidade pecou e tornou-se carecedora de Deus (Romanos 5.12). Não há obra humana capaz de novamente religar o homem a Deus, a não ser o próprio Deus. Toda a humanidade padece o seu próprio mal; o planeta e o universo gemem pela distância do Criador, pela sua ausência. Os "mortos" continuam nas suas atividades normais, o tempo flui o seu lapso contínuo, mas o homem - morto em seus delitos e pecados - cada vez mais se aprofunda no erro. Não há quem busque a Deus, não há um sequer.

É preciso que o pecado se desvaneça para que o homem, o universo inteiro, possa voltar a Deus. O que fazer, se o próprio homem, vestido de uma natureza completamente pecaminosa não se vê em condição de buscar o Criador? Como religar o que foi rompido? Como restabelecer a antiga imagem e semelhança de Deus ao homem sem a deformação imposta pelo pecado e pelo mal?

Ora, se ao homem é impossível a tarefa de novamente estar em relacionamento com o seu Criador, cabe somente ao próprio Deus, segundo a sua vontade e desígnio eternos, trazer o homem para Ele (João 15.16).

Aprouve então a Deus dar o seu unigênito filho (Joaõ 3.16) para resgatar essa humanidade perdida, trazendo para si todos aqueles que creem, pelo Seu exclusivo amor. Ato unilateral de vontade! E assim, pela obediência de um só homem (Cristo), muitos foram justificados (Romanos 5.19).

Há os que dizem que, a despeito da queda o homem ainda pode buscar a Deus, através de uma força chamada livre arbítrio. As Escrituras dizem que não, uma vez que a depravação foi total: não há quem busque a Deus, pois todos pecaram e carecem de sua glória - através do pecado de um só homem.

Fé. Somente a fé pode novamente religar o homem ao Seu Criador. Não podemos tê-la por nossas próprias forças. Temos um caráter depravado. Não auxiliamos Deus nesse mister. Como tê-la então? Uns dizem que é possível ter fé, a despeito do pecado original, muito embora a Palavra diga que não. Argumentam que a fé produz a regeneração, e que esta fé é fruto de um certo livre arbítrio. Assim, segundo eles, o buscar a Deus é dom do próprio homem. Todavia, a Palavra de Deus diz o contrário:

"Ninguém pode vir a mim se o pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia" (João 6.44);

"Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum lançarei fora" (João 6.37);

"E prosseguiu: por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim se, pelo Pai, não lhe for concedido" (João 6.65).

Em outras palavras, o evangelista está dizendo que o homem não pode buscar a Deus. E, buscar a Deus, nesse contexto bíblico, é ter fé! Ou seja, Deus nos concede a fé para que possamos buscá-Lo, uma vez que o homem não pode fazê-lo por si mesmo. O contexto bíblico é claro, remansoso, cristalino, irrefutável. Logo, a regeneração precede a fé e esta vem pelo ouvir a Palavra. E essa fé, não vindo do homem, é dom gratuito de Deus (Efésios 2.8-9). A fé, pois, é presente, dádiva de Deus.

O homem coopera com Deus de alguma forma no caminho a percorrer para ter fé? Segundo o que diz a Bíblia (sic) não. Homens mortos em seus delitos e pecados não têm como buscar a Deus, tampouco cooperar com Ele em qualquer coisa. E eis que, por isso mesmo, "Deus é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Filipenses 2.13).

Finalmente, como Deus opera esse querer e realizar em nós, homens mortos em nossos delitos e pecados? Devemos buscar a resposta na própria Bíblia, então vejamos:

"Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça" (Efésios 1.4-7);

"Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade" (Efésios 1.11);

"Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Efésios 2.1

Erram aqueles que dizem, a despeito da própria Bíblia, que fazemos a escolha (fé) através de um certo livre arbítrio, completamente contrário à lógica escriturística colacionada em epígrafe. Ele nos escolheu antes que nós o escolhêssemos (João 15.16), valendo dizer que apenas O escolhemos depois que Ele nos escolhe. E como é feita essa escolha? Por ato exclusivo da vontade do Criador (eleição), através de critérios tais que somente Ele tem conhecimento:

"Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou" (Romanos 8.29-30).

E de quem é a fé? Porventura é de todos? Não, mas somente daqueles que foram escolhidos por Deus na eternidade (2 Tessalonissenses 3.2; Tito 1.1).

Deus é injusto por eleger alguns e reprovar outros? Não, pois Ele, sendo Deus, tem misericórdia e compaixão de quem quer ter (Romanos 9.14-15). E então, por acaso, depende de quem corre (livre arbítrio)? Não, mas de usar Deus a sua misericórdia (Romanos 9.16).

Deus é o Oleiro, nós somos apenas barro. E o Oleiro faz do barro o que lhe apetece. Faz vasos agradáveis e vasos desagradáveis, exatamente a fim de que sejam diferenciados os bons dos maus, para a Honra da sua glória.



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