segunda-feira, 29 de março de 2010

"O bom pastor cuida do rebanho"


Eu quero um pastor que seja comprometido com a Palavra de Deus, colocando-a acima de qualquer interesse.

Quero um pastor sério, honesto, manso, mas que saiba se conduzir e ao seu rebanho no Caminho da Verdade.

Quero um pastor que não ceda às heresias e à apostasia com interesses outros. Um pastor que não tenha como rumo o crescimento da "igreja" tão somente.

Quero um pastor que ainda creia que a Bíblia é a única Palavra de Deus, e que não fique inebriado com as tantas profecias humanas...

Imagino um pastor que jamais faça da sua igreja um circo, e dos irmãos o seu "público cativo".

Ainda sonho com um pastor que não alimente o espalhafato, que não faça do culto um "Show gospel".

Ouso ainda vislumbrar o pastor como líder pacífico, como homem espiritual, que não se confunde com "espírita"...

Um pastor que queira um rebanho de crentes, e não "crentes arrebanhados".

Ainda penso que haja o pastor que creia em uma igreja de salvos, mesmo pequena, com 10, 20, 30 membros, e que não considere o "crescimento" como condição comprovada de espiritualidade.

Oh, como eu quero um pastor preocupado com o rebanho! Que olhe para a ovelha com amor, que lhe ouça demoradamente, que compartilhe com ela os momentos de dor e felicidade. Um pastor que vá até a ovelha, que busque-a, que a conforte.

Eu gostaria de um pastor que visse os crentes como um todo, e não com preferências "sutis". Um pastor que não alimente facções e contendas.

Quero um pastor que não seja irado, que não lhe saia o sangue do rosto por qualquer motivo; que não seja ressentido, vingativo, mau!

Quero um pastor que não seja bom de aritmética, que não some os membros da igreja, que não faça considerações de números: " - perdi um mas ganhei dez. Pior pra ele"!

Um pastor que não seja mentiroso, dissimulado, enganador.

Quero um pastor que não fique desfiando desculpas para deixar o irmão sem visita; que não o abandone quando sai contrafeito, que diga a ele do seu amor.
Um pastor que conforte, que dê pão do céu, pão da vida, e não "comida podre"...

Eu quero um pastor que apascente as suas ovelhas, e não que as desarraigue. Um que ame a todas, mesmo aquelas que não concordam com ele, ao invés de odiar as diferentes.

Um pastor que não "lance fora" a ovelha que o Pai celestial lhe deu, mas que a coloque sob a sua proteção, sob o seu ensino, sob as asas do Pai.

Não quero um pastor herege, apóstata. A "igreja dele não me serve". Prefiro a igreja de Cristo: sem limites físicos, sem paredes, invisível; sem oba-oba, sem falsa espiritualidade, sem "demonstrações de grande fé"; sem ungidões, sem unções, sem cai-cai, sem profecias humanas mentirosas e enganadoras, sem macumba gospel.

Finalmente, quero um pastor que não tenha como preocupação primordial o crescimento do templo, o inchaço de membros, mas o "seguir e pregar a Palavra", o compromisso inarredável com a Verdade.

Esse , com o qual sonho, é o bom pastor. O outro, apenas se diz pastor.

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domingo, 21 de março de 2010

Sinais e prodígios e salvação pela fé


É triste ver como as igrejas hoje estão buscando sinais e prodígios através de "profetas"; curas, expulsão de demônios, etc. Só se fala em "dons espirituais" e muito pouco no doador desses dons.

Vale esclarecer que sou professor de EBD, que na nossa igreja se chama Escola Bíblica Discipuladora, exatamente porque ocorre não mais no domingo, mas no sábado. Eis que ontem eu ministrei uma aula focando sobre os tais "sinais e prodígios".

Quem acompanha este blog sabe que há algum tempo venho lutando contra tais sofismas, erros e enganos que aportaram na minha igreja trazidos pelos ditos "profetas" - pessoas assim auto-denominadas e bem treinadas na arte da "adivinhação". Tudo no estrito campo da subjetividade: é doença interna e desconhecida que é curada por um simples sopro; é anjo que "mete a espada" na doença e "arranca" a tal "moléstia"; é gente que "tem chamado para o Ministério" (-"porque você resiste meu irmão, deus está te chamando"); são outros que tiveram "algo que aconteceu na sua infância, há quinze anos..." (e quem não tem?), e assim por diante. Tudo gira em torno dos "profetas".

Pois bem, no dia de ontem eu resolvi, depois de muito orar e pedir a Deus equilíbrio e sabedoria, desfazer tanta mentira com supedâneo exclusivo na Palavra da Verdade. E muitos egos foram feridos...

Em suma, demonstrei, fundamentado na Palavra de Deus, que os crentes que necessitam de sinais e prodígios para alicerçar a sua fé serão enganados, sucumbirão à mentira, porque a fé prescinde de tais manifestações (Hebreus 11), uma vez que ela opera no recôndito do ser, mediante a graça (Efésios 2:8-9). Deus é Deus a despeito de fazer ou não sinais e prodígios, e os seus eleitos não precisam dessas manifestações para cimentar a sua crença. Mas lutar contra os "profetas" é proibido, pois se lhes tira a importância diante dos irmãos. E então a igreja abandona-os e começa a buscar "apenas" Deus, crendo como instrumento de salvação exclusivamente naquEle que deu a vida por nós na cruz do calvário. Com isso, os "profetas adivinhadores" perderão a sua enorme importância, deixarão de ser os gurus da congregação, passando a ser adoradores tão somente.

Uma irmã asseverou que "homem algum dirá que as experiências que ela viveu com Deus em seu quarto, em oculto, não são autênticas". E eu também não disse, muito pelo contrário, pois creio que essas experiências são reais, autênticas, porque provém de Deus, sem a intermediação dos tais "profetas adivinhadores". Todavia, este é o tipo de resistência adquirida por uma igreja que se acostumou ao misticismo divorciado da Palavra e firmado na experiência humana.

Profeta, na nova aliança, segundo o meu entendimento (assim asseverei ontem), é aquele que prega, ensina com fidelidade a "Revelação", o Evangelho da salvação - aquele simples de Cristo. Os mais, são apenas profetas fraudulentos, que buscam "a sua própria glória, e não a glória de quem os enviou" (João 7:17). Esses tais são os fermentadores do engano, pregando um pouquinho de verdade junto com muita mentira: "um pouco de fermento leveda toda a massa" (Gálatas 5:9).

Crentes viciados em sinais e prodígios... O que será deles nos dias maus que se seguirão? Como será a sua fé e em quem crerão? Voltemos à Palavra, e vejamos o que ela nos diz:

"E não é de se admirar, porque o próprio satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras" (2 Cor. 11:14-15);

"Porque aparecerão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mateus 24:24);

"Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira" (2 Tessalonicenses 2:9)

"Assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e por causa deles, será infamado o caminho da verdade, também, movidos por avareza, farão comércio de vós com palavras fictícias; para eles, o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme" (2Pedro 2:1-3).

Ora, mas se o pai da mentira e seus ministros também fazem sinais e prodígios, o que será desses irmãos que necessitam disto para manter a sua "fé"? E então eu lhes digo: o maior sinal e prodígio é a pregação do Evangelho, alcançando a salvação de vidas e a sua posterior transformação! Porém, "eles" querem que "caia fogo do céu"; eles querem ver "anjos ministradores" com as suas "espadas de fogo" (ui!)! Eles precisam do arrepio, do revirar de olhos; eles querem "cair na unção" (ui ui ui!).

Eu disse ontem e repito aqui: eles serão confundidos. Os buscadores de "dons" prodigiosos, os cultuadores de profetas adivinhos, os caidores na unção, os ministradores de "unções", os místicos exacerbados, os propaladores da "batalha espiritual" (caçadores de demônios, guerreiros de fogo - ui!).

Por falar em "guerra espiritual", essa boçalidade neopentecostal que também invadiu as igrejas sérias (inclusive a minha), eis a pergunta: será que Cristo batalha por nós, advoga em nosso favor? Será que Deus venceu satanás "desde antes da fundação do mundo"? Será que recebendo Cristo como nosso Salvador ainda estamos expostos a tais potestades? Com a palavra os "guerreiros de fogo" da minha e da sua igreja para nos explicar se o sacrifício de Cristo na cruz é de fato suficiente para nos remir, salvar, livrar e resgatar do pecado... ou se é preciso continuar crucificando Cristo, diariamente.

Diz a Palavra que "o justo viverá por fé" (Romanos 1:17c), alicerçado na Rocha eterna e não na proteção dos tais "guerreiros espirituais".

Pois é, eu não quero destruir ou diminuir as experiências espirituais genuínas vividas pelo irmão ou pela irmã. Quero destruir sofismas, enganos, erros, fraudes espirituais. Quero tanto para mim como para a minha igreja a "Profecia" (Palavra de Deus) , ao invés dos profetas-adivinhadores-de-mãozinhas-trêmulas.

Usarei a Bíblia - e somente ela - para provar aos meus irmãos, os pequeninos, que eles não necessitam de "gurus espirituais", tampouco de "grandes ungidos", uma vez que todos nós somos ungidos de Deus, por possuirmos a sua unção única e verdadeira (1João 2:20 , 27).

Sabendo ainda que os profetas adivinhadores, gurus espirituais e tantas outras potestades surgirão, mas perecerão, porque o seu conselho e as suas obras não vêm de Deus (Atos 5:38).


Pergunto-vos, meus irmãos: somos livres? Não serei eu a responder, mas a Palavra de Deus inerrante:

"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres"(João 8:36).

Uai, então por que precisamos de "irmãos ungidões" e "guerreiros de fogo" para ministrar-nos libertação?


Sejamos bereanos!!!


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quarta-feira, 17 de março de 2010

Questões familiares (parte I)

Por Pastor Esli Soares

Um dos grandes problemas que aflige o nosso país é a falta de autoridade, se bem que não a falta de autoridade, mas sim a falta de reconhecimento e submissão às autoridades. Filhos não respeitam mais os pais – também, os pais não se respeitam mais. Temos visto todo o tipo de absurdo, violência e desrespeito. Mães abandonam seus filhos em latas de lixo ou em sacolas plásticas, caixas de sapato. Os alunos já não respeitam os professores, e claro, também não há respeito entre os alunos, inclusive com a escola ou com o próprio ensino. Os governantes? Esses é que já não tem nenhuma autoridade, e há muito tempo; é dinheiro na meia, na cueca, no panetone. De mensalinho a mensalão, o Congresso e todos os políticos nacionais perderam o crédito.

O mundo anda longe de Deus. Em situações como a de Angra dos Reis ou do Haiti, sempre há o questionamento: Onde estava Deus? Se ele é bom como deixou que isso acontecesse? Se ele é todo poderoso por que não fez nada? Deus nos abandonou a nossa própria sorte? Mas a verdade é que nós abandonamos Deus. Não estamos interessados na opinião Dele... queremos construir a nossa sociedade baseada em nossa própria sabedoria. Dia-a-dia, nos distanciamos de Deus, negando sua autoridade, e nos afirmando como senhores do nosso destino.

Dessa forma é no caos onde temos chegado. Violência, estupidez, brutalidade, egoísmo, maldade, drogas, prostituição, e tantas outras coisas semelhantes a essas têm marcado os noticiários, as nossas ruas, e, muitas vezes, a nossa casa. Vivemos uma crise de autoridade, principalmente por que a Bíblia, não é mais tão ‘autoridade’ assim; as igrejas, os pastores, nós, os cristãos, não ouvimos mais a voz de Deus, que fala nas Escrituras, estamos interessados nas nossas próprias revelações, nas elucubrações da nossa própria evolução social, e descaradamente colocamos o nosso “livro sagrado”, na estante.

Na família não é diferente, a começar com o casamento, que inclusive nem sempre é o começo da relação. “O casamento é uma instituição falida” – dizem. Muita gente brinca de casar, e outros se casam brincando. A juventude se diverte pulando de relacionamento em relacionamento. Compromissos?! -Não! Só o que for descartável.

Mas a “receita” para uma família sadia e feliz é simples “O principio da sabedoria é o temor a Deus” Pv 9;10. É na palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, que encontraremos orientação para vivermos. Em Ef. 5;22 a 28, o Apóstolo Paulo fala de padrões que devemos seguir. Esses padrões estão apoiados na autoridade de Deus. Eu gostaria de refletir sobre esses padrões e sobre essa autoridade.

" As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama" ( Ef 5:22 a 28).

Parece até démodé. “Esse trecho da Bíblia está ultrapassado.” “Isso é coisa do tempo da vovó” “É puro machismo.” É assim que muita gente se manifesta sobre textos da Bíblia como este.
Mas essa é a palavra de Deus, é sobre a autoridade de Deus. Mas segundo o apostolo, para um casamento dar certo é preciso observar três coisas:
1- Obediência a Deus: Deus instituiu o casamento, e sob regras especificas estabeleceu a família. A Bíblia diz “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” Gn 2;24. É apenas um homem e apenas uma mulher - nem vários homens, nem várias mulheres, nem só homens ou só mulheres - o padrão Divino é um homem e uma mulher, para que um casamento dê certo. A primeira regra é essa: obediência. Muitos casamentos fracassam por que os envolvidos nele são crianças, não na idade, mas no juízo. Quem casa não é mais o filhinho (a) da mamãe e do papai, agora são dois adultos! Que precisam aprender a resolvam as coisas entre si com tal. Homem e mulher são chamados a viverem em uma só carne. O casal precisa esquecer a idéia de “isso é meu... isso é seu... agora as coisas “são nossas”. As boas e as más, os sucessos e os fracassos. As contas e os rendimentos, a economia doméstica é de responsabilidade mútua, assim como as fraldas e os pratos na pia da cozinha (1Pe 3;7).
2- Amor: é interessante que nesse texto o homem é chamado a amar, a mulher é chamada a se submeter. Amar é muito mais difícil que se submeter. Na verdade se submeter a quem te ama é fácil, difícil é amar quem não se submete. O padrão divino, ou a autoridade de Deus diz: Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela. - Entende o que é amor? Não é paixão, não é um sentimento, amor é se entregar. Cristo morreu na cruz pela sua Igreja, ele deu a vida por nós. É pelo sangue dele que somos lavados dos nossos pecados. A morte dele trás vida para a Igreja. O amor que o marido deve dedicar a sua esposa é esse amor sacrificial. Pensamentos como: “eu vou ficar até mais tarde com os colegas jogando bola, ou com a turma do trabalho”, serão facilmente resolvidos se você lembrar do padrão do amor de Jesus, “que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! (Fl 2;6,8)”.

3- Respeito: a mulher é chamada a se submeter ao seu próprio marido. Veja bem, não é “as mulheres sejam submissas aos homens”. É a esposa seja submissa ao seu marido. Submissão, segundo o Dic. Aurélio é obediência voluntária; sujeição: submissão perfeita ou humildade. Nada aqui, nesse texto, diz que as mulheres são inferiores aos homens, na verdade é o contrario, a Bíblia, o próprio apóstolo Paulo diz: No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. (1 Co 11:11) em Gn 3, no relato da criação, Deus diz que a mulher é uma auxiliadora idônea. As mulheres não são um ser incompleto ou fraco. Deus estabeleceu papeis para cada um, o da mulher é ajudar o seu marido. Só quem é capaz pode ajudar! o incapaz não pode ajudar a ninguém. Mulheres, vocês vão descobrir um monte de incapacidade de seus maridos e antes de criticar ou contar para sua mãe ou para sua melhor amiga, o seu dever é auxiliá-lo - ajudá-lo com humildade a se tornar um homem melhor. O seu dever de se sujeitar ao seu marido tem como modelo a sujeição da Igreja a Cristo. Ou seja, é uma questão de necessidade. Você vai descobrir com o passar do tempo que você, se for uma mulher sábia que edifica o lar, será uma mulher feliz e realizada.

“Como é feliz aquele (homem ou mulher) que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite. É (o homem e a mulher) como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele(s) faz(em) prospera!”

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sexta-feira, 12 de março de 2010

Perdão e expiação


Não há como negar que em algum momento das nossas vidas nós tenhamos refletido sobre o significado e a necessidade da expiação, da morte vicária de Cristo, o seu sacrifício substitutivo. Por quê? Qual a necessidade real desse evento tão estranho?

Eu mesmo já ouvi ou li considerações a respeito de que Deus, sendo Todo-Poderoso, poderia simplesmente perdoar a todos os pecadores, sem a necessidade de lançar mão de tal "malabarismo", de tamanha atrocidade para justificar pecadores renitentes, que jamais mereceriam tamanho sacrifício. Bastaria a Ele dizer: "estais perdoados das vossas ofensas contra mim, dos seus pecados, das tantas transgressões".
E então os incrédulos, ateus e liberais de todos os vieses buscam na Onipotência do Criador a desnecessidade da expiação. E eis que se criam as "demitologizações" do Evangelho: a morte de Cristo passa a ser um mito, quase uma "parábola", algo que "de maneira alguma ocorreu". E relativizando o Evangelho, tornando o sacrifício de Cristo um mito, relativiza-se toda a Verdade Escriturística, e acabam matando Deus e construindo apenas um deus qualquer.

Rudolph Bultmann, do alto da sua "sapiência", ao duvidar da expiação, assim assevera:

"Como pode a culpa de um homem ser expiada pela morte de outro homem impecável - se é que se pode falar de um homem impecável , afinal? Que primitivas noções de culpa e retidão isso deixa explícitas? E que primitiva ideia de Deus? O raciocínio acerca dos sacrifícios em geral , naturalmente, pode lançar alguma luz sobre a teoria da expiação; mas, mesmo nesse caso, quão primitiva é a mitologia em que um Ser Divino pôde encarnar-se e fazer expiação pelos pecados humanos através do seu próprio sangue! ... Outrossim, se Cristo que teve tal morte foi o pré-existente Filho de Deus, que significação poderia ter tido a morte para Ele? Obviamente, pouquíssimo, se sabia que iria ressuscitar dentre os mortos no espaço de três dias!"

Portanto, esses luminares do pensamento teológico liberal colocam em dúvida a expiação, negando o Evangelho. Em que deus eles acreditam - se é que acreditam em qualquer deus - posto que a única palavra que conhecemos como sendo do Deus único é a Bíblia? No momento, pois, em que a Bíblia é relativizada, colocada em dúvida na sua literalidade, o Deus ali expresso, manifesto e revelado, já não é mais Deus. Em quê se fiarão os crentes se a Palavra da revelação, até então reconhecida como inerrante, passa a não mais ser absoluta? Sobraria tão somente o desespero existencial de Sartre ou o assassínio de Deus, propalado por Nietzsche...

Interessantíssima é a ilação feita por B. B Warfield sobre a necessidade da expiação, senão vejamos:

"É característica distintiva do cristianismo... não que pregue um Deus de amor, mas que pregue um Deus de consciência. Um Deus benévolo, sim: os homens tem moldado um Deus benévolo para si mesmos. Um Deus inteiramente honesto, porém, talvez nunca. Isso foi deixado ao encargo da revelação que o próprio Deus nos daria de si mesmo. E essa é a característica realmente distinta do Deus da revelação: Ele é um Deus inteiramente honesto, um Deus inteiramente consciente - um Deus que trata honestamente Consigo mesmo e conosco, que trata conscienciosamente Consigo mesmo e conosco. E um Deus inteiramente consciencioso, podemos estar certos, não é um Deus que possa tratar com os pecadores como se eles não fossem pecadores. Nesse fato jaz a mais profunda base para a necessidade da expiação."

Na verdade, é facilmente compreensível esse sacrifício substitutivo, quando Deus-Pai oferece Deus-Filho como expiação necessária ao pecado de muitos. Basta imaginar Deus em toda a Sua glória; Perfeito, Justíssimo, Imaculado. Como esse Ser Supremo poderia aceitar pecadores contumazes, miseráveis e podres conspurcando a Sua Eternidade, a Sua "casa" celestial? É algo completamente impossível, se sabemos que as trevas não coabitam com a Luz. A perfeição de Deus jamais poderia ser maculada pelo pecado humano.

Não havia outra solução, eis que a única saída estava no próprio Deus e consistia em Ele dar-se, na pessoa de Seu Filho Unigênito, em Sacrifício agradável a Si mesmo. Incrível isso não? Somente a sua Deidade seria suficiente para limpar os pecados do mundo, tornando isso possível àqueles que recebessem ao Filho, por intermédio da Sua infalível Graça (Efésios 2:89), de tal maneira que ao homem não remanescesse mérito algum. O processo é todo de Deus (Filipenses 2:13) e não concede ao homem qualquer mérito.

Portanto, a falácia de que mesmo o homem pode perdoar o seu semelhante - e isso de fato ocorre - tanto mais poderia fazê-lo Deus, não procede pelos motivos acima alinhavados.

O Apóstolo Paulo assevera com absoluta clareza e convincentemente o motivo da expiação:

"Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixados impunes os pecados anteriormente cometidos , tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus" (Romanos 3:23-26).

Como se vê, Deus é tanto justo como justificador. Pertence a Ele todo o mérito da salvação, assim como a necessidade de entregar o Filho como expiação pelos pecados de tantos quantos tenham fé em Cristo, tornando-os aceitáveis a serem recebidos como filhos por adoção. Nós fomos reconciliados com Ele por intermédio dEle mesmo (Romanos 5:10), quando éramos ainda ímpios e pecadores (Romanos 5:8), e essa é a prova do grande amor de Deus por nós (os seus filhos).

Merecimento não tínhamos, mas fomos salvos pelo grande amor de Deus e pela riqueza de Suas misericórdias, conforme mais uma vez aduz o Apóstolo tardio em Sua Carta aos Efésios:

"Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo - pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus" (Efésios 2:4-7).

Louvado, pois, seja o Santo nome do Senhor Deus que nos salvou imerecidamente, dando o seu filho como sacrifício agradável, para, em si, e por si mesmo, receber-nos como filhos eternamente. Glórias sejam dadas ao Altíssimo!


(Citações, fonte: "Cristianismo: A Melhor Resposta", CHAPMAN colin, Sociedade Religiosa Edições Vida Nova-SP, 1990)

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quarta-feira, 10 de março de 2010

Até onde vai sua fé?





Por Pastor Esli Soares


, sem dúvida é uma palavra da moda. “É preciso ter fé...” tantos dizem. Já outros afirmam que ”sem fé não se chega a lugar nenhum”. Mas a verdade é que ninguém vive sem fé, todos cremos em muitas coisas e em uma quantidade enorme de pessoas e conceitos. Seja na ciência ou mesmo em nossos pais, crer em alguma coisa ou acreditar em certas informações são a base da nossa vida prática. Mas até onde vai a sua fé? O que você está disposto a fazer por aquilo que você crê? Pensando nisto gostaria de refletir sobre três ‘personagens’ na história de Cristo e ver com quem sua fé mais se identifica.



O primeiro personagem é o povo, sempre presente em todas as histórias bíblicas; é o personagem inconstante - hoje quer uma coisa, amanhã exatamente a contrária. No domingo de ramos diz: “bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mt 21;9) e na sexta-feira da paixão, eles, porém gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o! (Lc 23;21). Num dia estão prontos a fazer de Jesus rei, no outro o esbofeteiam e cospem.


O segundo é Pilatos, o governante da província da Judéia; a Bíblia conta que ele, com medo do tumulto e assustado pela advertência de sua esposa, apenas lavou as mãos — literalmente — e mesmo sabendo que Jesus era inocente o entregou à cruz, atendendo ao pedido do povo, inflamado pelos sacerdotes (Mt 27;24). Ele acreditava em Jesus, mas não tinha compromisso, não se envolveria na causa de Cristo.


O terceiro personagem é Maria, a mãe de Jesus; ela viu tantos milagres como o povo, e obviamente acreditava na inocência de Jesus, como Pilatos, mas diferentemente dos outros dois personagens, mesmo assustada muitas vezes — afinal ela era virgem quando achou-se grávida pelo Espírito Santo (Lc 1;29) — Maria manteve-se firme. Desde a primeira oportunidade sujeitou-se ao filho que também era seu Senhor, reconhecendo que somente pela vontade dele a tristeza por uma festa de casamento mal sucedida podia ser revertida (Jo 2,3). Maria seguiu Jesus de perto por todo o seu ministério, em toda a via crucis e ainda pouco antes de sua morte, ali estava ela junto à cruz (Jo 19;25), atenta, sem medo ou vergonha de ouvi-lo e obedecê-lo.


Em qual desses personagem você se vê? Interessado mas inconstante? Conhecedor, mas descompromissado? Ou servo atento e obediente? Até aonde vai a sua Fé? Um fim de semana? Um susto ou tumulto? Ou ela te leva à cruz, à sua CRUZ?



Texto publicado em 2010 no boletim da 3ªITP

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segunda-feira, 8 de março de 2010

Macumba gospel de novo não!



Não é segredo neste blog que eu tenho lutado contra o misticismo/gospel na minha igreja, aquela "macumbinha light", que não chega a ser macumba de terreiro, mas também não é somente um desvario fanático. É certamente mais do que isso, algo que beira ao ridículo e à insanidade.

Pois bem, mas como os leitores foram aqui informados, ultimamente a coisa esfriou, os "ânimos" antes exaltados retornaram quase à sobriedade de outrora. Necessário e prudente reconhecer que o Pastor acordou, vendo que aqueles novos costumes realmente não se coadunavam com o Evangelho verdadeiro.

Verdade seja dita, houve inclusive inúmeras pregações contra os modismos que vinham grassando pelo nosso púlpito, capitaneadas pelo Pastor titular da igreja - a quem eu aprecio de verdade, malgrado as nossas diferenças de posicionamento com relação aos fatos "gospélicos" ocorridos (com o perdão do neologismo). Em suma, o servo de Deus retornou à antiga visão, respaldada na Bíblia como Palavra Inerrante e insubstituível.

Mas não é que houve uma recaída! Não pelo pastor ou por pessoas e lideranças da igreja, mas por uma certa "pastora" convidada a pregar neste fatídico domingo próximo passado, em homenagem ao "Dia internacional das mulheres". Eu que já não aprecio muito essas datas, pois não transmitem um sentimento genuíno, antes uma grande hipocrisia, já fiquei um tanto desconfiado. Ao tomar conhecimento que a preletora seria a "pastora" tal, coloquei literalmente as "barbas de molho". Explico: primeiro, a pastora não é pastora, mas apenas mulher de um pastor da região. Logo, tal nomenclatura (faz-de-conta) foi introduzida em nossas igrejas pelo nefasto G12 com os seus costumes heréticos, satânicos e enganadores. As barbas estavam na água porque sei que os costumes da referida "pastora" são aqueles que já vínhamos combatendo aqui na nossa igreja: evangelho da autoajuda, autoestima, prosperidade, triunfalismo, tudo acompanhado de "ministração".

Ministração... essa palavra causa-me arrepios! O sinônimo pode ser baixo espiritismo mesmo. Pois não é que a pregação da "pastora" foi boa, sóbria, até com uma certa profundidade... e eu na minha poltrona torcendo para estar enganado...

Todavia, aquele aforismo popular se aplicou à perfeição: "quando a esmola é demais o santo desconfia". E ainda me mantendo no terreno dos ditos populares, hoje tão em voga, eis que propalados diariamente pelo Presidente deste país (não ouso dizer meu presidente), tudo mudou aos 46 minutos do segundo tempo (analogia futebolística ao estilo Lula). Terminando a pregação a referida "pastora" chamou as suas duas assistentes "gospélicas" e começou a ministrar. Vale esclarecer que as duas assistentes eram duas meninas, pós-adolescentes, erradamente introduzidas nesse meio místico-espírita-evangélico-gospel. Duas coitadinhas levadas ao engano.

E dá-lhe profetada! A mais magrinha , munida de um microfone, serpenteava pelas filas de poltronas aplicando as velhas profetadas subjetivas já tão batidas... enquanto a loirinha gritava à frente em uma espécie de transe - tudo entremeado por frases desconexas, conhecida por "língua estranha".

É triste ter de assistir a tamanha bobagem travestida de espiritualidade em uma igreja que amamos, com uma história de décadas de pregação séria em prol do Evangelho de Cristo. É muito triste. Quem está apenas acompanhando esta história certamente dará boas gargalhadas, eu reconheço! Porém eu estava lá, e a vontade não era rir, mas chorar.

A única coisa que me alegrou sobremaneira foi ver meus irmãozinhos contidos, quietos, sem participar daquela pantomima de mau gosto. O seu silêncio dizia tudo: eles não estavam gostando daquilo. Além dos gritos, estremecimentos e outras manifestações estranhas do trio, nada se ouvia, a não ser o silêncio... Aquele não-som, que bem expressa a contestação contida. O grito de repúdio entalado na garganta!

Lembro-me de algumas expressões das meninas que foram marcantes, exatamente pelo seu ineditismo: " - É hoje o dia da vitória , receeeeeeeeeeeba! Não fiquem com vergonha, venham à frente! Deus ainda está aqui, venham pegar a sua bênção! Ele tem cura, tem restauração, tem unções !" Enquanto isso, simultaneamente, a outra "assistente" ministrava com mãos trêmulas, ainda serpenteando pelas filas de poltronas, pegando um aqui e outro ali para as profetadas. De todos os absurdos o que mais me intrigou foi um aviso dado pela mocinha à frente: "fechem os olhos, pois quem estiver de olhos abertos, deus vai cobrar (deus com "d" minúsculo mesmo)! Essa é a teologia do medo, da dominação, do terror. Os seguidores são diuturnamente "lembrados" que devem fazer o que os líderes mandam. Não devem se levantar contra "o ungido".

Voltei para casa com dor de cabeça, enxaqueca da brava! Fui à igreja para ter dor de cabeça! O mal estar e a dor não eram somente físicos, mas muito mais da alma. A alma doía, chorava, gritava. Raiva e dor. Raiva e dó. Raiva e medo! Sim, medo! Ainda hoje, conversando com um amigo aqui da blogosfera (pastor), ele me confidenciou que passou por algo parecido em uma igreja, em que era pastor assistente, quando o titular se embrenhou por esses caminhos (G12). A igreja pulou de 200 para 800 membros, e , ao final, passada a euforia satânica, voltou para 50 membros...

É isso, não há permanência nessas coisas, onde Cristo não se faz Senhor. E onde não está Cristo está o inimigo das nossas almas, o enganador, o pai da mentira, que se disfarça de anjo de luz. E se possível fosse, enganaria até mesmo os eleitos.

Espero que o ocorrido sirva como exemplo a quem tem o dever de zelar pelo rebanho, conduzindo-o ao aprisco em segurança. Sem esquecer que "a quem muito é dado, muito será cobrado..."


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sábado, 6 de março de 2010

Avivamento ou misticismo?




O grande boom nas igrejas na atualidade é o "avivamento"; não se pensa igreja sem "avivamento"; os irmãos querem experimentar esse enlevo místico e profundo com o Espírito Santo. Nessa trilha, embrenham-se uns e outros, esta e aquela denominação, todos sequiosos pela "unção", ou melhor, pelas "unções" - é engraçado, pois eu sempre pensei a palavra no singular.

Aproveitando o mote das "unções", o que mais vemos são pregadores fazendo apologia do poder das unções, seja para restituir o que se perdeu (unção de prosperidade e restituição), seja para restabelecer o elo familiar (unção de restauração), para curar (unção de cura), para libertar de "maus espíritos" (unção de libertação) - e esta última é muito popular no meio dos "Guerreiros", assim compreendidos aqueles que "batalham contra os espíritos, via de 'intercessão', ou que os expulsam de outras pessoas, 'crentes' ou não" (uhhhhhhhhhh, vade retro!).
Por falar nessa "gurerra espiritual", eu já tive o desprazer de ver , em época não tão remota, a igreja sendo "cercada" por irmãos "interecessores", distribuídos estrategicamente nos vãos das portas para desencorajar os tais demônios de entrar , tudo isso acompanhado de uma grande pantomima, gestual exagerado, caretas.

E eu aqui, ainda acreditando em uma única unção, esta eficaz para proteger os filhos de Deus de toda e qualquer artimanha do diabo e seus demônios, conforme apregoava o Apóstolo João:

"E vós possuís unção que vem do Santo e todos tendes conhecimento" (1 Jo 2:20)

"Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele como também elas vos ensinou" (1 Jo 2:27)

Interessante o que o mesmo apóstolo diz neste contexto a respeito das tantas heresias que já permeavam o cristianismo naquele primeiro século. E vejam que era ainda um cristianismo pulsante, ainda com as marcas do Messias impregnadas no meio do povo; o seu sangue quase que respingando da cruz:

"Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também , agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos" (1 Jo 2:18-19).

Às vezes eles não dos nossos: estão no meio de nós, falam sobre sinais e prodígios; às vezes até profetizam, curam, falam línguas estranhas, mas, ainda assim, não são dos nossos (Mateus 7:21-23). Logo, os que demonstram que efetivamente são "dos nossos", são aqueles que fazem a vontade do Pai Celestial (Mateus 7:21).

Eis a questão, o que se vê atualmente grassando pelo meio evangélico/gospel (arre!) é o avivamento/movimento; avivamento faz-de-conta; avivamento-glória-a-deus; avivamento-aleluia. E muito pouco de avivamento-vida-no-altar; avivamento-palavra; avivamento- amor.

Como exemplo do que cito em epígrafe, situemo-nos em uma vertente única desse avivamento, o "dom" tão buscado por tantos místicos que vicejam pelas denominações: língua estranha. E olha que nem vou discutir sobre a sua existência bíblica, conforme se observa dos únicos textos que discorrem sobre o referido dom, em 1 Coríntios 14 e Atos 2. E ali naqueles textos, claramente, o apóstolo se refere a "outras línguas" (Atos 2:4; 1 Coríntios 14:2).

Todavia, vamos lá, suponhamos que a tal "língua estranha" de fato seja um dom Divino - o que eu não considero, fique bem registrado, pois sou completamente fiel às escrituras, e se elas não se referem a "línguas estranhas", estas são invenções de homens. Mas , hipoteticamente, consideremos a sua existência. Nesse caso, Paulo diz textualmente que as línguas devem ser faladas inteligivelmente", ou seja, mediante interpretação (1 Cor 14:13-14), posto que tal dom, não interpretado, não aproveita a ninguém, como se o interlocutor estivesse "falando ao ar" (1Co 14:9).

A pergunta que teima em aflorar é a seguinte: por que então alguns pregadores e irmãos "ungidos" teimam em exibir essa língua na igreja? Por que intercalam a sua pregação com essa língua estranha e oram nela, sem qualquer "interpretação"? Se não é para edificar a ninguém, senão a si próprio, por que ainda expõem esse "dom" mesmo ininteligível, quando é dito expressamente que não fale, a menos que haja intérprete (1 Cor 14: 27), senão, que fale consigo mesmo e com Deus, com a mente ( 1 Cor 14:28)?

Eu, como o Apóstolo Paulo, "prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua" (1 Cor 14:19).

Ora, se a Bíblia é o nosso manual de conduta, o escudo que nos protege do erro, por que alguns pregadores e irmãos teimam em se colocar contra ela? Por que falam em "língua estranha" sem intérprete, a ninguém edificando? Porventura é para se exibir? Sim, se a Bíblia diz que não deve, por que falar, senão para "demonstrar" a "unção" aos demais?

Espero que sejamos adultos na fé (1 Cor 14:20), exercitando todos os dons que Deus nos concedeu, primordialmente o da pregação e do amor, tudo com ordem e decência ( 1Cor 14:39).

Portanto, se alguém falar em "língua estranha" na minha igreja, saiba que terá de interpretar, como estabelece o nosso "Manual", pois assim exigirei (quero ser edificado!).

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quarta-feira, 3 de março de 2010

Sobre esquerdas, enxofre e cristãos

Mais uma vez dando um giro pelos blogs de amigos me deparei com um texto a respeito dos abusos empreendidos pelas esquerdas ao longo da história. E são mesmo reais.

O pior de tudo é que há uma grande parcela de cristãos que não consegue enxergar a realidade horrorosa que há na gênese das esquerdas, como a grande perseguição empreendida por Lenin e Stalin às minorias na antiga União Soviética, principalmente aos judeus. Milhões de pessoas foram perseguidas e mortas intramuros no império russo dominado pela ideologia comunista. Os poucos que teimavam em se insurgir contra os abusos do 'partido' eram sumariamente trucidados sem direito a julgamento, ou sequer defesa, a mais tênue. Na melhor das hipóteses, tendo "sorte", eram enviados em vagões como animais rumo aos 'gulags' , ou campos de concentração e trabalhos forçados, como bem descreveu Alexander Soljenítsin, em sua famosa obra "Arquipélago Gulag". E nesses campos o comunismo na sua face mais realista, assombrosa e demoníaca aflorava. A narrativa é real, dolorosa. O escritor a vivenciou os fatos na qualidade de prisioneiro e conseguiu colher relatos crus de outros tantos prisioneiros (duzentas e trinta e sete pessoas, para ser exato). Kolima, era o lugar dos horrores - ilha situada no arquipélago da morte, onde os esquecidos eram destinados à dor, abuso e agonia.

Foi nesse cenário que as esquerdas forjaram os seus líderes. Com base em tais experiências os luminares esquerdistas aprenderam o be-a-bá da morte, ou como dobrar a vontade e vencer o homem destruindo qualquer sonho de liberdade, calando toda voz, até que o silêncio ensurdecedor dominasse tudo. Cegos dominando outros cegos.

Enquanto milhões eram mortos sob a cortina de ferro na Rússia, os "companheiros" para lá se dirigiam a fim de treinar técnicas de dominação. Dirceus, Dilmas, Genoínos , Tarsos e tantos outros "progressistas" se matriculavam nas "madraçais" (apropriação do termo) do terror. Os alunos mais tenazes eram Fidel Castro, Che e sua turma. E como aprenderam!

Pois é, ainda hoje assisti a uma defesa mal disfarçada dessa esquerda por um cristão em um blog . E a sua indignação com o capitalismo era tamanha que denunciava a apreciação recôndita pelo outro mal:

"...concordo plenamente com você: o comunismo matou milhões. Só não podemos, creio, ter a ilusão de que o capitalismo direitista e imperialista não fez o mesmo."

No fundo, o que se desejava mesmo dizer era que o capitalismo é ruim. E o comunismo, embora pisoteando os direitos mais elementares e fundamentais da pessoa humana, como a vida, por exemplo, funcionava... Por isso, viva o PT, os camaradas outrora treinados sob os auspícios do Kremlim e do "Secretário Geral"! O Partido daqui reverbera o Partidão de lá!

É emblemático o Caso Orlando Zapata Tamayo em Cuba, simples pedreiro preso em 2003, por algo como "perturbação à ordem pública" (grito por democracia) e "exemplarmente" punido com 56 anos de prisão, reduzidos para 25 (como são bonzinhos os Castros!). Justiça sumária, sem defesa, sem tribunal, nem mesmo de exceção - arremedo que o nosso país ainda exibia ao mundo nos anos da ditadura.

Pediram ao presidente Lula que intercedesse junto aos irmãos Castro em favor do preso, mas ele fez ouvidos moucos. Em um momento afirmou "não se meter em assuntos alheios", noutro, simplesmente colocou a culpa na vítima ao vaticinar que "ele escolhera o seu destino último ao resolver fazer greve de fome". Todavia, calou-se quanto aos abusos , tortura, espancamentos diários pelos quais passava o desafortunado Tamayo sob o pesado jugo da esquerda de lá. E a esquerda de cá, à sombra da sua bandeira com foice e martelo aplaude. E Tamayo morre...

Lula, por seu turno, no momento em que Tamayo expirava encoberto pela bandeira vermelha escarlate dos irmãos Castro, encontrava-se com ambos, só sorrisos, poses , fotografias. Enquanto isso, o corpo sem vida e esquelético de Tamayo era retirado da sua cela. E Lula sorrindo, sorrindo, dentes brancos, acompanhado pelo caquétipo Fidel, conforme documentou Veja na matéria intitulada bem a calhar como "De olhos bem fechados".

E aí queridos irmãos, vocês são de esquerda? Apoiam Lula, Dilma?

Pois bem, faço meu "mea-culpa", o comunismo existe, o marxismo está aí e continua a fazer as suas vítimas - Lula e sua turma continuam de olhos bem fechados.

...Enquanto isso, somente se ouve o bater ritmado da terra sobre o caixão de Orlando Zapata Tamayo. E Lula ri, galhofeiramente. Que país é este?

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segunda-feira, 1 de março de 2010

Em defesa de Deus?

Por Rev. Esli Soares
Os noticiários nos mantêm informados sobre as tragédias globais recentes. Mal pararam de noticiar sobre o Haiti, se bem que o número de mortes é crescente, a calamidade em que se encontram milhares de pessoas ainda é um fato, e a reestruturação daquele pais vai levar muito tempo, fomos sacudidos pelos tremores no Chile. E por mais que isso seja comum – nas últimas 3 décadas foram cerca de 50 grandes terremotos como esse do Haiti ou do Chile, tudo isso assusta. E as chuvas e enchentes da região sul e sudeste do nosso país são novidades? Sempre, a cada novo abalo ou enchente, um monte de pergunta se faz. Alguns afirmam: o juízo de Deus se abateu sobre aquele lugar, outros, que Deus nada tem a ver com essas questões. No misto de dúvidas, espanto e desinteresse, eu gostaria de fazer você pensar sobre as desventuras que dia-a-dia enfrentamos.

Questionamos a Deus sempre na desgraça, mesmo sabendo que parte dessas desgraças são nossa culpa: enchentes e deslizamentos? Canalizamos os rios, jogamos lixo nas ruas; e o esgoto, para aonde vai? Erguemos as casas em encostas, construímos com materiais de baixa qualidade. E quando tudo vem abaixo perguntamos onde estava Deus que deixou isso acontecer? O ser humano é assim. Dirigimos em alta velocidade; abusamos da “sorte” ao viajarmos com os carros sem itens básicos de segurança, e se apenas tomamos uma multa por ultrapassar o sinal vermelho de um cruzamento - como se isso fosse a coisa mais banal - “viramos a cara para Deus” e nos sentimos traídos. Mas o que dizer de terremotos, tsunamis ou coisas assim? Por que se abatem sobre nós tantas aflições?

Mas você já parou para pensar em quantas bênçãos recebeu? Diz um hino “... e verás, surpreso, quanto Deus já fez!”. Diariamente somos livres de catástrofes cósmicas – se você procurar na internet, por exemplo, vai descobrir a quantidade de objetos que têm atingido o nosso planeta. No trânsito é que somos protegidos! Ano passado foram certa de 380 acidentes com morte só no DF; mais de um por dia. E se você conseguiu ler até aqui esse texto, terá escapado de uma dezena de ataques cardíacos. Ou seja, é pela graça de Deus que somos salvos todos os dias (Lm 3;22).

Mas você não pode se esquecer do pecado original que lançou TODOS fora da presença de Deus: “do dia em que dela comer, certamente morrerás”(Gn 2;17). O que não entendemos? Estávamos mortos em nossos pecados e delitos (Ef 2;1), todos, sem exceção, estávamos perdidos (Rm 3;12). A nossa situação não era de tranqüilidade, inocência ou paz, estávamos indo a passos largos para a destruição eterna (Rm 5;18). A própria natureza sofre, não só pelos nossos maus modos, estupidez ou teimosia. Em Gn 3;17, por nossa causa, a Terra foi amaldiçoada por DEUS. Agora simplesmente sofremos o castigo pelo nosso PECADO – me refiro a pecaminosidade latente do ser humano.

Deus, porém, prova seu amor quando envia Cristo, o Santo, para morrer em nosso lugar - OS PECADORES - sendo nós ainda INIMIGOS DE DEUS (Rm 5;10). Deus em seu infinito amor nos transportou das nossas trevas para Sua maravilhosa Luz (1 Pe 2;29), o Reino de Amor de Jesus (Co1;13). Deus, em Jesus Cristo, imputou justiça em nós (Rm 5;1). Isso é totalmente INSANO (1 Co 1;21). Jesus morreu em nosso lugar (Is 53;5). Ele se fez justiça por nossa injustiça. Deus nos condenou a morte, mas em vez de morrermos, Ele que nos condenou, é quem voluntariamente se dispõe a pagar o preço, morrendo na Cruz (Rm 8;32). É isso que significa “...amou o mundo de tal maneira...”(Jo 3;16). Mas eu realmente nunca vi, ou ouvi, nem mesmo li, alguém reclamar dessa ARBITRARIEDADE DE DEUS (Rm 8;29)!

Por fim não se esqueça do que Deus tem preparado para aqueles que o amam (Ap 21;1 a 7) Pense nisso quando você se questionar sobre as desgraças que assolam o mundo (Rm 8;18); lembre-se que Deus é quem pagou um alto preço pela sua redenção(1 Pe 1;19).

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