quarta-feira, 30 de setembro de 2009
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Ah os profetas, tristes profetas
Hoje também há profetas (dizem), mas quem sabe? Quem atirará a primeira pedra? Profetas profanadores... alquimistas da palavra não escrita.
Há profetas...? Homens que se vestem de santidade - profetas boquirrotos. Pilhadores da fé alheia, depenadores de incautos, incultos.
Profetas...? Jogando as suas redes e recolhendo-as cheias - não de peixes, tampouco de almas, como Pedro. Mas cheias de sonhos. Sonhos das pobres criaturas que se enredaram nas 'malhas', seduzidas pela volúpia do 'espírito' fácil, convencidas pela garantia do 'escambo' da bênção.
Profetas gritadores, gritalhões; plantadores de verbos malfeitos, advérbios imperfeitos, substantivos nada substanciais.
Eles sobejam, bafejam 'anjos' , trafegam pelas vias celestiais do inusitado, trazendo para a espantada plateia a cura - cura pelo vento: vento de doutrina, de falsos ensinamentos. Eles curam! Curam? Sim, eles curam doenças imaginárias - imaginadas por eles. Enfermidades subjetivas, que se encontram no recôndito invisível das entranhas: veias entupidas, rins 'estragados', vesículas carcomidas, cânceres não diagnosticados. Curam tudo...
Eles libertam... de todos os demônios: do colesterol, do álcool, da prostituição, da depressão, da loucura, do triglicérides, do ácido úrico. Amarram, expelem, algemam, prendem. Não, não prendem. Eles dialogam com as entidades, num clima de quase respeito, quase camaradagem, velhos conhecidos...
Os profetas fazem tudo: pregam (histrionicamente) , ministram (insanamente), derrubam (espantosamente) e gritam (insistentemente).
Só lhes falta uma única qualidade, uma somente: eles desconhecem a Graça, como dom gratuito do Soberano Deus. Se esqueceram do Cordeiro, oferecido em holocausto como propiciação pelos nossos pecados. Assim, eles vendem a ideia da salvação ministrada por eles, porque eles são o canal, eles intermediam, eles fazem e eles acontecem.
Pobres profetas...
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Reflexão
Movimento G12 e 'Encontro Face a Face'
Esta postagem é simplesmente para encaminhar a posição oficial da "Convenção Batista Brasileira" sobre o G12 e o seu subproduto mais conhecido, o encontro. Não aceito as críticas correntes feitas por idealizadores locais do encontro, no sentido de que "quem critica não é espiritual, é problemático" .
A Diretoria da Convenção Batista Brasileira, a Ordem dos Pastores Batistas do Brasil e os Secretários Executivos das Convenções Batistas dos Estados da Federação, vêm participando dos debates e acompanhando com interesse as experiências com relação ao chamado Movimento G12, ou Igrejas em Células, ou Modelo dos Doze. E neste momento da vida denominacional entendem necessário fazer o pronunciamento a seguir, visando à saúde doutrinária e à unidade das igrejas, à sustentação dos princípios bíblicos e teológicos que informam nossas doutrinas e práticas, à eficácia de nosso testemunho nesta virada de século e milênio e, sobretudo, à glória de Deus.
NOSSAS CONVICÇÕES
Como preliminar à nossa avaliação e posição sobre o G12, é mister recordar e afirmar algumas de nossas convicções: 1. Cremos nas Escrituras Sagradas, e canônicas, compostas de Antigo e Novo Testamento, como registro fiel da revelação de Deus, e como única regra de fé e conduta, para o crente e para a igreja de Jesus Cristo, no mundo. 2. Cremos que a Bíblia deve ser interpretada por firmes princípios hermenêuticos, dos quais ressaltamos o de que a Bíblia deve ser interpretada pela Bíblia, o texto, pelo contexto, mas sempre à luz da Pessoa e dos Ensinos de Jesus Cristo. 3. Cremos no Deus trino, Pai, Filho e Espírito Santo, cujas obras contemplamos na Criação e na História e que se revela de maneira gradual e progressiva, nas Escrituras e, plenamente, na Pessoa de Jesus Cristo, Verbo encarnado. 4. Cremos na Igreja como entidade temporal e atemporal, fundada por Jesus Cristo e que tem por missão a redenção dos homens e o fazer discípulos em todas as nações, a formar uma nova criação, a humanidade deuteroadâmica. 5. Cremos na suficiência de Jesus Cristo como Senhor e Salvador, e na eterna salvação dos que nele crêem. Cremos que no ato de sua fé em Cristo, o novo crente recebe o Espírito Santo como penhor da herança eterna, iniciando-se, então, o processo da santificação cujo alvo é tornar o crente semelhante a Cristo. 6. Cremos, como cristãos, evangélicos e batistas, que a revelação chegou à plenitude em Jesus Cristo e que toda alegação de novas revelações e novas verdades, por sonhos, visões e outros meios, deve ser cotejada com as Escrituras, corretamente interpretadas. 7. Cremos que a igreja do Novo Testamento, especialmente a de que dá conta o livro de Atos, constitui modelo para as igrejas de nossos dias, já no compromisso com a proclamação, a adoração, a comunhão, a edificação e o serviço; já em seu funcionamento pendular, no templo e nas casas, a promover o reino de Deus. 8. Cremos serem permanentes e de valor universal e transcultural (a valer, portanto, em todas as culturas), os princípios bíblicos de organização, vida, ministério, proclamação e serviço da igreja, porém os métodos e modelos de sua atuação podem e devem variar, de acordo com a sociedade e a cultura em que a igreja se insere e desenvolve a sua missão. 9. Cremos, como biblicamente fundados, os princípios do sacerdócio universal dos crentes, de livre exame da Bíblia e, portanto, de livre acesso a Deus, por meio de Jesus Cristo. Por isso rejeitamos o sacerdotalismo, o sacramentalismo e o ritualismo, qualquer tipo de hierarquia na esfera espiritual e eclesiástica, e a pretensão humana de interpor-se entre o crente e Deus. 10. Cremos, outrossim, no princípio de autonomia da igreja local e de seu governo congregacional, sob a liderança de Jesus Cristo, seu único Cabeça. 11. Cremos, à luz de Efésios 4.11, que o Senhor provê pastores/mestres para Suas igrejas, a eles incumbindo pregar e ensinar a Palavra, sem mescla de erro, sem distorções, com fidelidade, dedicação, simplicidade e clareza (2Tm 4.2-4).
NOSSA PERCEPÇÃO SOBRE O MOVIMENTO G12
Percebemos, pela leitura dos escritos do originador do Movimento e de seus discípulos em nosso país, algumas características ou elementos que o fazem contrastar e chocar-se com a posição batista que acabamos de descrever no formular de nossas convicções. Vejamos algumas: • Perfil neopentecostal e neocarismático, com ênfase na experiência pessoal e mística, em detrimento da Palavra escrita. • Misticismo em todas as áreas da vida e do funcionamento do programa. • "Marketing religioso" que até entendeu de eliminar da igreja nascente o próprio nome evangélico ou cristão. • Visão empresarial da igreja. • Forma episcopal de governo da igreja, e de pirâmide hierárquica e centralizadora de poder. • A pretensão de terem a última palavra da revelação de Deus para a igreja do século 21. • Desprezo aos valores estéticos e à riqueza teológica da hinódia cristã, formada ao longo dos séculos. • Sacralização do número 12, como se fora paradigma para o novo modelo de grupos. • Pretensão de santificação instantânea, obtenção e liberação do poder como resultado do Encontro proposto como condição fundamental para a habilitação dos discipuladores. • Crescimento numérico, como único critério de legitimidade bíblica e evangelicidade, em detrimento da clareza e de formulação de sólidas bases teológicas. • Ênfase na salvação temporal. • Evangelismo de resultados e não de compromisso com a verdade, em que conta pragmaticamente o número. • Construção do movimento sobre uma experiência pessoal de visão de um líder. • Ênfase demasiada nos métodos, na estrutura programática que há de ser seguida à risca, quando sabemos que Deus não unge métodos, mas pessoas. • Participação (no Encontro) como fonte única de autoridade crítica. • Emoção humana, como evidência incontestável da presença do Espírito Santo. • Evidências de manipulação psicológica e espiritual, especialmente, no Encontro, que é parte essencial do Movimento G12, não restando aos dele participantes as condições e o tempo necessários à reflexão crítica, à atitude bereana.
NOSSA POSIÇÃO SOBRE O MOVIMENTO G12
À luz das convicções que explicitamos, do exame criterioso e objetivo de testemunhos, relatórios, pronunciamentos e documentos de líderes evangélicos em geral e batistas, em particular, e das características que acabamos de assinalar, chegamos à seguinte posição: 1. Não julgamos o espírito ou as intenções dos fundadores e pais do Movimento, mas nos atemos aos fatos e escritos a que tivemos acesso. 2. Reconhecemos que ao longo dos séculos, e especialmente no nosso, têm surgido propostas, modelos e métodos de "fazer igreja" e de evangelizar ou "fazer missões", alguns com a pretensão de serem a "última revelação" a "última palavra", "o método perfeito", mas todos têm sido marcados pela temporalidade e impermanência. Afinal de contas, os métodos variam, e não são eles que contam, mas a pessoa humana. Diz, com propriedade, um autor estrangeiro, que "o homem é o método de Deus". 3. O G5, o G12, as "koinonias", os "grupos de ECO", os NEBS (núcleos de estudo bíblico nos lares) constituem todos modelos humanos, e têm o propósito (ou devem ter), de promover a eficaz atuação da igreja no mundo. Mas nenhum deles pode arrogar-se o "status" de revelação final ou método perfeito; todos esses modelos são marcados pela falibilidade humana. Quanto ao número 12, por exemplo, não há registro bíblico de que cada apóstolo tenha preparado doze discípulos, e estimulado estes a discipular mais doze. Nem há registro de as igrejas dos primeiros séculos da história cristã haverem criado grupos de 12, ou de qualquer outro número fixo e definitivo. Reuniam-se nos lares, sim. Mas sem definição de um número fixo de pessoas, ou pretensão de outra homogeneidade que não a da fé, do grupo eclesial que se reunia. 4. É verdade que nossas igrejas, para cumprirem efetivamente o mandato recebido do Senhor, de "fazer discípulos de todas as nações", precisam de extroverter-se, conforme a igreja de Jerusalém. Lá os crentes reuniam-se "no templo e de casa em casa". É mister adotar estruturas leves e simples, mediante pequenos grupos nos lares. Isso, entretanto, sem perder de vista a unidade e a integridade da igreja. Para tanto os grupos nos lares, ou células familiares, seja qual for o nome adotado, a) devem ser dirigidos por pessoas com capacidade espiritual, moral e intelectual; b) os líderes devem ser bem preparados pelos pastores; c) os líderes devem ser orientados a conduzir estudos sobre os mesmos temas, a comunicar as mesmas doutrinas, a conduzir o povo de Deus à firmeza na fé, à comunhão, à santidade e ao serviço; d) os líderes dos grupos ou das células devem formar discípulos maduros não vindo a torná-los, à moda de gurus, dependentes e inaptos a buscar por si próprios a direção de Deus em Sua Palavra. 5. Rejeitamos o Movimento G12 quanto ao modelo e conteúdo dos Encontros alvitrados em sua filosofia (Pré-Encontro, Encontro e Pós-Encontro), pois seus métodos e procedimentos vêm ao arrepio dos princípios e ensinos das Santas Escrituras. Com efeito, ensinos e práticas por ele adotados opõem-se claramente à Palavra de Deus. Destacamos, a propósito: a) A ênfase na maldição hereditária, com esquecimento do teor geral da Bíblia, sobre o assunto; b) a prática da chamada confissão positiva; c) práticas de regressão psicológica; d) ensino e a prática da chamada "nova unção"; e) prática do sopro espiritual; f) ensino do batismo do Espírito Santo como "segunda bênção", tendo línguas como evidência; g) prática do segredo; h) unção com óleo; i) urros e palavras de ordem nos cultos. 6. Exprobramos o orgulho espiritual, a forma não cristã de desprezar os que não aceitam a "visão" - como a denominam - ou outros métodos ou modelos de "fazer igreja", fatos que temos comprovado em relatos do movimento e mensagens de alguns de seus dignitários.
NOSSA EXORTAÇÃO E RECOMENDAÇÃO AOS PASTORES E ÀS IGREJAS
No espírito de Jesus Cristo, e buscando a edificação, crescimento e a firmeza das igrejas e seus obreiros, 1. Exortamos pastores e igrejas a cumprirem o que ordena Paulo aos tessalonicenses e a nós também: "Examinai tudo; retende o bem". Mas que nunca venham a adotar com açodamento ou a pregar como definitivo e de valor absoluto, qualquer método, modelo ou programa de igreja que eventualmente tenham produzido frutos noutras culturas e noutros lugares. Por outro lado, cada método ou modelo deve ser examinado criticamente em seus fundamentos bíblicos, e antes de seus princípios serem experimentados ou aplicados, é mister haver conhecimento da realidade da igreja e da comunidade em que ela se insere. 2. Alertamos que nenhum método ou modelo tem legitimidade, para uma igreja verdadeiramente evangélica e batista, se conflitar, em suas bases ou práticas, com as Escrituras em que cremos e a teologia e eclesiologia que adotamos. 3. Proclamamos a necessidade de um avivamento, do quebrantamento do povo de Deus, de abandono do pecado, de compromisso com Jesus Cristo. Por isso, conclamamos o púlpito de nossas igrejas a confrontar o pecado, a pregar o arrependimento, a convocar o povo de Deus ao compromisso com a pureza, a santidade, a integridade e a fidelidade a Cristo em todas as áreas da vida pessoal, familiar e profissional.. 4. Recomendamos que nenhum modelo ou método seja adotado na igreja por imposição do pastor, e nem seja implementado e forçado um modelo que venha a produzir divisão, amargura e prejuízo à paz no Corpo de Cristo. Se é de Deus, a visão não será só do Pastor, mas há de ser comunicada à igreja como comunidade do povo de Deus. 5. Finalmente, concitamos o povo de Deus a receber, examinar e praticar boas opções que existem para o crescimento das igrejas; a incorporar em seu programa práticas que se conformem com a doutrina, os princípios bíblicos e de nossa fé, que não prejudiquem nossa identidade batista, e se coadunem com a decência e a ordem que devem caracterizar o culto e a vida da igreja (1Co 10.31; 14.40).
Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2000
DIRETORIA DA CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA
Presidente: Fausto Aguiar de Vasconcelos
1º vice-presidente: Norton Rikes Lages
2º vice-presidente: Miquéas da Paz Barreto
3ª vice-presidente: Ábia Saldanha Figueiredo
1º secretário: Júlio de Oliveira Sanches
2ª secretária : Mércia Neto Madeira e Silva
3ª secretária: Lia dos Santos
4º secretário: René Diné Lota
DIRETORIA DA ORDEM DOS PASTORES BATISTAS DO BRASIL
Presidente: Aloísio Penido Bertho
1º vice-presidente: Edgar Barreto Antunes
2º vice-presidente: Sebastião Ferreira
3º vice-presidente: Gerson Luiz de Britto
1º secretário: Linaldo S. Guerra
2º secretário: Arlenio Alves Machado
3ª secretária: Silvio Franco
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quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Fé
"A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem" (Hebreus 11) Muito tem se falado sobre a existência de Deus ultimamente. A discussão entre religiosos e cientistas é inflamada. Os cientistas buscam sinais, provas da Sua existência, pois eles lidam fundamentalmente com o "experimento científico", e este, efetivamente exige provas. Longas discussões... o ápice de tudo é a criação do universo e o "aparecimento do homem" na terra. Darwin é o grande guru dos evolucionistas. Eles realmente crêem que nós viemos de algo como uma ameba unicelular , evoluímos e, de um simples microbiozinho, nos transformamos no que somos hoje, depois de passarmos pela "seleção natural". Os evolucionistas excluem Deus desse processo, porém, não conseguem explicar em que momento da evolução o homem se desvinculou dos primatas, quando se rompeu esse elo. Sempre há um porém... Os defensores da teoria do big bang, até certo ponto explicam a origem do universo como sendo uma explosão cósmica, que se expandiu e se transformou em tudo: galáxias, planetas, cometas... Caminharam, caminharam. Pesquisaram, perquisaram, até chegar à teoria de que essa "reação" surgiu de uma pequena partícula criadora a que se deu o nome de "bóson de Higgs". E também excluem Deus desse processo. Porém... sempre há um porém. O porém, nesse caso, reside no fato que os cientistas não conseguem explicar de onde veio essa partícula! A equação não fecha. A ciência, calcada nas suas leis naturais, não pode admitir simplesmente que essa tal partícula tenha vindo do "nada". Tudo tem que ter uma explicação lógica, resultado do experimento científico. Aqui, o experimento não deu resultado. Ora, é fato científico incontestável que toda reação pressupõe uma ação anterior. Logo, a ciência não admite que a partícula tenha vindo do nada. E aí, nesse exato ponto, muitos cientistas se convertem do ateísmo à crença em Deus. Somente a existência do Excelso Criador, o Todo Poderoso explica a possibilidade de criação do universo. A encruzilhada científica remete a DEUS, porque por trás do 'aparecimento' do universo é preciso que haja uma FORÇA CRIADORA. E essa força criadora tem que ter VONTADE, PERSONALIDADE. Não poderia ser algo IMPESSOAL. Chega-se então à conclusão lógica, inafastável, irretorquível que essa força criadora é... Deus! Francis Collins, cientista norte-americano que liderou durante dez anos o estudo do genona humano, até então um ateu convicto, ao desvendar "o código da vida", reconheceu a existência de Deus por trás de toda a criação, convertendo-se inexoravelmente ao cristianismo. Em seu livro "A linguagem de Deus" , em certo momento ele decreta: “é nosso dever levar em consideração todo o poder das perspectivas científica e espiritual para entendermos tanto aquilo que enxergamos quanto aquilo que não enxergamos... a soberba integração entre estas duas perspectivas.” De tal maneira que resta comprovada a afirmação categórica de Romanos 1:19-20. De fato os homens são indesculpáveis por não acreditar em Deus, apenas contemplando a sua criação, obra perfeita. Sem a necessidade de prova científica ou de qualquer sinal. |
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
"Unidade e frutificação na diversidade"
Estive refletindo nesses dias e cheguei à conclusão que é possível ter unidade mesmo na diversidade. A igreja, como todas as sociedades humanas, é composta de seres pensantes, com personalidade. É inevitável que haja divergência doutrinária. Mas isso não pode ser suficiente para criar divisões e facções. O foco é Jesus Cristo. A busca é pela eternidade com Deus.
Pensando nisso, as diferenças podem e devem ser vencidas, desde que se mantenha o foco.
Mantida a essência do evangelho, busquemos pois a salvação dos perdidos e permaneçamos firmes nós, que já trilhamos o caminho. Frutifiquemos em amor. Sejamos férteis na palavra e abertos para o Espírito Santo.
E, ao final, cada um prestará contas dos seus atos, haja vista que Deus é justo para julgar cada um segundo a sua própria culpa (Ez. 18:20).
Conversando sobre o avivamento com um pastor e grande amigo (email) ele me disse que é preciso equilibrar palavra e espírito, posto que ambos devem andar de mãos dadas. O termo que eu usei foi "equacionar". Acho que é bem isso.
E ainda hoje expus ao Tony essas mesmas questões. Compreendemos que as diferenças doutrinárias, ao invés de ameaçar a unidade da Igreja, a resguardam, desde que a discussão seja conduzida com respeito e civilidade . A defesa da bíblia é salutar, sempre!
Enfim, em qualquer circunstância, mantenhamos a comunhão entre irmãos, pois as facções e desarmonias pertencem ao mundo, cujas práticas se distanciam de Deus mais e mais.
Que a paz esteja conosco!
A extraordinária beleza da cruz
(Mais uma vez um post do Professor Alan Brizotti sobre o assunto que mais me interessa: a cruz de Cristo. Um retrato pungente do Salvador. Muito belo)
O madeiro, o homem, o sangue. Natureza e humanidade num encontro mortal. Um espetáculo macabro, com requintes do absurdo, mas curiosamente proporcionando beleza. Uma sinfonia onde a dissonância produziu melodia. Do embate amargo entre a truculência romana e a disponibilidade intrigante de um rapaz judeu, nasceu o baile da esperança. Coisas de um Deus detalhista, amorosamente artístico. Deus abraçou a cruz, mas permaneceu com os braços abertos, formando assim o majestoso canal por onde angústias e ódios podem esvair-se... A cruz é o ponto exato da convergência dos contrastes. A mais aguda dor, na mais doce ternura. A mais apavorante cena, no enredo mais lindo. O frágil judeu espancado, revelando o "Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" (Is. 9.6). No auge das trevas, a luz reclama. No alto da cruz, o Deus solitário grita, mas não é um grito, é meu nome que escapa. Benditos contrastes. Nos ombros, o peso do mundo. Um caminhar lento, pesaroso, como se milhares de mãos no peito o empurrassem para trás. Ele avança. Sabe que eu preciso. É como o pai que mesmo humilhado na guerra diária da vida, engole calado, sabe que o filho precisa de pão. Quanto mais sobe o madeiro, mais humilhado fica o cordeiro. Sede. O corpo avista a placa do limite. E já passou. Um líquido horrível apenas destrói o que já está em frangalhos. Fracasso? Não! Triunfo! O mais absoluto triunfo! A chave é virada na fechadura da graça. A porta está aberta. O véu perdeu a legitimidade. Não há mais fronteiras. O servo venceu. O humilhado é digno. Minha alma agora pode adorar. Caiu a cadeia que me sufocava. Após a ressurreição, ele mantém suas feridas. Um lembrete mudo daquele limite. Ele anda pela vida nos encontros com seus amados. Transmitindo-lhes uma certeza: valeu à pena! Por causa disso, agora estou livre. Posso cruz-ar fronteiras! Posso olhar para dentro de mim. Agora, a Ceia do Senhor tem um colorido magistral: "fazei isto em memória de mim": posso olhar para trás livre dos temores do passado. "Examine-se a si mesmo": posso fechar os olhos, pois sei que os fantasmas dos sonhos mortos já não assustam. "Até que ele venha": posso aguardar o amanhã, o sol já não atrasa. Como diz a letra de uma música antiga: "Sim, eu amo a mensagem da cruz". A extraordinária beleza da cruz transmite certezas ao meu caminhar. Seu legado anda comigo: perdão, graça, entrega, amor. É libertador ter a certeza feliz do Deus forte nos fracos. O amor é o outro nome da cruz. Nele... Alan Brizotti |
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Eleição e graça
A completa soberania de Deus ou a vontade humana, também conhecida por livre arbítrio? Agostinho ou Pelagio? Calvino ou Armínio?
A única coisa que se pode afirmar é que todos eles foram homens estudiosos da palavra de Deus, confrontados com uma indagação que até hoje permeia os tratados de teologia. E o consenso teima em não vir.
Confesso que em um dia não muito distante eu também fui confrontado com essa dúvida. Até então eu nunca havia me debruçado profundamente sobre o assunto. Acreditava, grosso modo, que a minha vontade determinava as minhas decisões neste mundo, quaisquer que fossem elas. Havia a certeza dos atributos de Deus, a sua onipotência, onipresença e onisciência. O Seu poder era conhecido. Todavia, ouvindo o grito humano da minha alma, a certeza era de que EU escolhia crer ou não em Jesus. Jamais me passara pela cabeça a mais tênue ideia de que até mesmo essa vontade "me fora tirada".
Lia tranquilamente as cartas de Paulo, especialmente Romanos e Efésios e no entanto nada havia que ameaçasse o meu livre arbítrio, essa vontade férrea que sempre me acompanhara. Os presbiterianos com a sua "predestinação" me cansavam: como eu fui predestinado? Sou então um fantoche nas mãos de Deus? Isso O agradaria?
Até que decidi estudar a doutrina da eleição e da graça como desencargo de consciência. Ao chegar em Efésios 2:8-9 já comecei a me indagar, as minhas certezas inabaláveis deram lugar a algumas dúvidas. Os meus estudos me remeteram a Romanos 8:30 e então, já impactado pela teoria de Calvino, a sua "TULIP", quase todas as minhas certezas fugiram, qual ratos em navio adernando. Romanos 9:11-23 foi a gota d'água...
Não podemos negar que ambas as doutrinas são bíblicas, mas a essência do arminianismo inegavelmente tira a soberania de Deus, ou pelo menos a diminui consideralvente, ofendendo os seus decretos eternos. O livre arbítrio, tal qual imaginado por Pelagio e Arminius deram lugar ao humanismo, à plena suficiência do homem e, por último, ao pentecostalismo, com os seus atos proféticos, quebra de maldições hereditárias, etc.
Certamente que o homem não pode ascender a Deus por suas próprias forças, senão pela graça, que vem de Deus, mediante a fé, via do sacrifício de Jesus Cristo na cruz como propiciação pelos nossos pecados sepultando a maldição da lei (Gálatas 3:13). Portanto, a simples obediência da lei já não nos socorre mais.
Há mistérios não revelados, isso é claro na Bíblia. A eleição é certa. Só não é absolutamente claro se Deus , ao promulgar o seu decreto eterno sobre a eleição, o fez usando a sua pré-ciência ou aleatoriamente. Se usou, dizem uns, é um Deus se submetendo à vontade humana na medida em que contempla a sua criação antecipadamente. Se não usou, dizem os antagonistas, é um Deus injusto, que escolhe uns em detrimento de outros sem qualquer critério. Penso que o grande mistério reside exatamente nesse quesito.
Os demais quatro pontos do calvinismo, em um caso ou em outro podem ser equacionados. Uma coisa é certa, "Deus usa as coisas loucas desse mundo para confundir os sábios (...)". E não resta dúvida que os pensamentos d'Ele são mais altos do que os nossos.
Independentemente da teoria que se acredita, há que se preservar sempre a soberania de Deus. Quem é o homem para discutir com o Criador?
De minha parte, creio na graça, quero a graça, peço ao Deus glorioso que a faça superabundar em mim, não por méritos, posto que nada sou, mas por sua exclusiva misericórdia.
Bendito seja o nome do Senhor, criador dos céus e da terra, das estrelas e quasares, de todas as galáxias, da energia escura, da centelha inicial, também enganosamente chamada de partícula de Bóson, ou Bóson de Higgs; dos quarks e léptons, férmions, tudo obra das Suas mãos.
Ps: A propósito, se antes era o nada (nihil), se do nada, nada se obtém (isso é lógica, a soma de premissas verdadeiras de onde se extrai a conclusão), de onde surgiu o "Bóson de Higgs", a tal partícula criadora?
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Parabéns Elaine
Não pedi permissão à irmã Elaine para postar esse comentário envolvendo o seu testemunho dado à Igreja na noite de ontem. Todavia, imagino que ela não ficará zangada, tampouco se sentirá invadida na sua privacidade, uma vez que o testemunho foi público. Acrescento ainda que o comentário que se seguirá exaltará a sua iniciativa em reconhecer a suficiência de Cristo em sua vida. Cara irmã, o seu testemunho foi pungente, porque retratou um momento angustiante na sua vida. Mostrou que mesmo crentes podem ser invadidos por incertezas sobre a sua salvação quando Cristo ainda não fez morada definitiva em suas vidas. Por outro lado, a sua humildade ao reconhecer a glória de Deus e a suficiência de Cristo como Salvador, lhe trouxe a possibilidade de ascender à Sua Glória (assim como a todos os salvos). Foi Deus quem te resgatou, contemplou o seu coração e, através da sua graça, a conduziu à congregação dos salvos. Mas foi inteiramente pela fé que fostes libertada das garras de satanás, assim como todos nós. "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Romanos 3:23). A beleza do seu ato é maior na medida em que o seu testemunho exaltou a Glória de Deus e a suficiência de Cristo como Salvador. Porque pecadores todos nós somos. Se somos salvos é porque fomos resgatados por Deus por intermédio da Sua Graça, inteiramente pela Sua vontade: "E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou" (Romanos 8:30). Nós somos argila de Deus, que nos molda como quiser. "Ele endurece ou tem misericórdia de quem lhe aprouver" (Romanos 9:18). Ele teve misericórdia de você minha irmã, assim como teve misericórida de mim. E olha que eu não merecia nada: "Pois é Deus quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade" (Filipenses 2:13). Como eu lhe disse ontem, Cristo é o grande libertador. Ele morreu na cruz para nos possibilitar a salvação, bastando que creiamos verdadeiramente em seu sacrifício: "Porque pela graça sois salvos mediante a fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (efésios 2:8). Uns são agraciados com a salvação, mas se calam. Você foi escolhida, foi eleita, teve o seu nome "inscrito no livro da vida" e testemunhou isso, exaltou a glória do Criador, declarou em alto e bom som a suficiência de Cristo como Salvador. E esclareceu que nada era feito para a sua glória, mas inteiramente para a glória d'Ele. Parabéns pelo seu ato. Certamente que o Todo Poderoso está te contemplando do alto do Seu Trono de Glória. Peço a Deus que superabunde a Sua graça na sua vida e na vida da sua filha. Deus te abençoe. |
O movimento carismático batista
É esse mesmo o termo que se deve usar para os 'modernos' pastores e obreiros que usam em seus cultos uma sistemática baseada exclusivamente no êxtase, garantindo que é a atuação do Espírito Santo, ou, como eles preferem rotular, o "mover do Espírito". Nessa vertente, vamos apenas declinar o pensamento do teólogo e conferencista norte-americano Peter Wagner, que nos alerta acerca desta questão em um recente livro. Diz ele:
"Existe misticismo nos operadores de sinais e maravilhas, mas é extirpado o elemento de mistério. O milagre é previsível e até inevitável. Não existe o caráter espontâneo e surpreendente, apenas o correto uso dos métodos. No cerne, os operadores de sinais, maravilhas e prosperidade proclamam uma fé naturalista. Tanto a salvação como a prosperidade e os milagres são conquistas humanas. Temos que registrar a incoerência que é uma religião que enfatiza a retórica dos milagres mas que na realidade elimina o elemento milagroso da salvação e até da cura " (Peter Wagner, Descubra Seus Dons Espirituais, trad. João Bentes (São Paulo: Abba, 1994) 267-289.).
O evangelho não deve ser 'algo a ser vendido', não pode ser considerado business; não pode ser tratado como um negócio, com as suas 'técnicas' para 'alcançar' pessoas à moda dos gurus da auto-ajuda atuais. É fácil observar que todos os pregadores dessa linha (carismáticos) , que percorrem essa perigosa seara, firmam o seu convencimento na emoção, no transe quase hipnótico, no êxtase, ficando a Bíblia e mais especificamente os evangelhos relegados a segundo plano. Eleva-se a técnica, o convencimento do homem para o homem sem o necessário respaldo do Deus único, coberto pelo véu diáfano da manipulação. Nesse sentido, o teólogo Michael Horton nos adverte:
"Das Escrituras aprendemos que existe um sentido real em que o evangelho não é para ser vendido. Se formos bem sucedidos em fazer o evangelho atraente aos pecadores, baseados na possibilidade de satisfação do seu apetite, como consumidores, não fomos bem sucedidos. Algo está errado com a nossa apresentação" (Michael Scott Horton, Made In America , 65, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1991).
Concordo plenamente, algo está errado. Sem relativizar nada, as igrejas batistas históricas também foram invadidas por esse caudaloso rio de insensatez. Algumas delas foram transformada em um desses templos de mamom (Mateus 6:24); a palavra de ordem é que "o show tem que continuar". Os milagres têm dia para acontecer; a fartura de bens, a tão propalada "prosperidade" acontecem em um dia determinado da semana. Anuncia-se dias antes que o dia tal é o dia da libertação. Os demônios serão expulsos e ao mesmo tempo o crente e o incrédulo, colocados no mesmo caldeirão, serão aspergidos pela poção mágica da cura, riqueza, libertação... O pregador, leigo ou não, prepara o ambiente com algo semelhante a uma oração sugestionante, com um fundo musical hipnotizante e essas coisas, transmudadas em técnica, se prolongam por longo tempo. O terreno se torna fértil para "acontecimentos sobrenaturais".
É por isso que, sem dúvida, concordo com o teólogo citado em epígrafe (Michael Horton): Deus fica relegado a segundo plano, emergindo o homem, ele, o milagreiro, o curador. O plano de salvação, tendo Jesus como justificação, também se torna secundário, uma vez que o homem pode tudo. Eu também posso tudo, mas "naquele que me fortalece" (Filipenses 4:13)
quinta-feira, 17 de setembro de 2009
"De Thomas Mann a James Joyce, passando por Amós Oz até Guimarães Rosa"
Heresias são heresias, sem meio termo
Vemos diuturnamente os evangelhos sendo corrompidos e deturpados por uma série de pregadores sem compromisso com a verdade. Eles supervalorizam a experiência em detrimento da boa doutrina justificando os seus atos sob a assertiva deletéria segundo a qual 'os fins justificam os meios'. Com essa mesma justificativa vimos, ao longo da história, muitos crimes sendo cometidos contra a humanidade. De fato, os fins não justificam os meios, nem nas atividades humanas do ser natural, e muito menos naquelas que envolvem o relacionamento com o Todo Poderoso, no manuseio da sua palavra. Fomos admoestados a não mudar ou suprimir 'um til ou um jota' da palavra santa. Não há meio termo ou condicionantes quando se trata com a palavra de Deus. Ou é ou não é. Não se admite o "quase" . Nessa vertente, não se pode aceitar aquela atitude, a pregação baseada no "quase certo". Se os evangelhos dizem que não, se a prática não é prevista neles, ou se a prática lá existente diverge com a que se faz, a heresia emerge com toda a sua força e capacidade destruidoras. A Palavra nos adverte que as heresias sobejarão, conclamando os crentes a combatê-las: "Porque aparecerão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodigios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mateus 24:24) "Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira". (2 Tessalonicenses 2:9) Não se pense que esses erros serão inoculados sem disfarces, uma vez que o veneno é ardilosamente disseminado entre os incautos. Assim diz a Bíblia: "...Assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme". (2Pedro 2:1-3) O que fazer? Examinar sempre os evangelhos é uma atitude que impede o engano e a crença em falsas doutrinas, ou nas práticas travestidas de respaldo escriturístico. Não é tempo de nos alimentarmos de 'leite espiritual', mas de alimentos sólidos, parafraseando o apóstolo Paulo. Assim está escrito: "Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro." (Efésios 4:14) "E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as". (Efésios 5:11) É necessário que nós, crentes, observemos a pregação do homem, se tem como fundamento a palavra de Deus. Examinando constantemente as Escrituras, mais especificamente os Evangelhos, a fim de flagrarmos atitudes lacunosas ou dissonantes. Sejamos bereanos ao invés de coríntios. Os primeiros examinavam minuciosamente as escrituras para testificar os espíritos e extrair a verdade ou verossimilhança com os preceitos bíblicos; os segundos abraçavam toda e qualquer doutrina que fosse 'aparentemente espiritual'. A palavra ainda nos adverte que: "Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras." (2 João 1:10-11) "Mas ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá aleém do que vos temos pregado, seja anátema. Assim como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema." (Gl 1:8-9) Ora, vivemos o tempo das grandes heresias. Elas vêm embrulhadas em belos pacotes, mas o seu conteúdo é fétido. Uns, vendem a prosperidade como essência da verdade, trocando Deus por cifrões, ou prometendo benesses materiais em troca de ofertas e doações, como se a Igreja de Cristo fosse um balcão de negócios. Outros, munidos de unções as mais diversas, prometem e transferem aos cristãos bebês os seus 'poderes' quase mediunicos. Outros ainda curam, oferecem dons espirituais, como se fossem o 'rio de onde jorram tais predicados. E há aqueles que praticamente salvam os incrédulos por eles "ministrados", prometendo libertá-los do jugo do pecado, das garras de satanás. A cruz de cristo, para todos eles, a propiciação por nossos pecados , a justificação e a regeneração pela Graça são coisas que não conhecem ou fingem desconhecer. Eles aparecem enquanto Cristo diminui. Eles libertam por suas próprias ações, e o Cristo de Deus é apenas uma imagem desfocada, sem qualquer poder. Eles sepultam o Pai e o Filho com as suas ações tresloucadas. Na medida em que eles detestam a doutrina, pisoteando-a diariamente, a palavra de Deus nos admoesta a observá-la: Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina". (1 Tm 4:16) "Porque virá tempo que não suportarão a sã doutrina". (2 Tm 4:3) "Retendo a palavra fiel que é conforme a sã doutrina". (Tt 1:19) "Todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus". (2 João 9) Cristo é a única verdade e o caminho que nos leva a Deus. A Bíblia deve ser a nossa regra de conduta cristã, a fonte da nossa incessante busca. João Calvino nos advertia que "O verdadeiro conhecimento de Deus está na bíblia e ela é o escudo que nos protege do erro". Busquemos, pois a verdade, e sejamos imitadores de Cristo. |
A ira de Deus
Quase nos esquecemos que o Todo Poderoso exige de nós compromisso, responsabilidade, busca de santidade. Enfim, que sejamos "imitadores d'Ele" como Paulo sabiamente asseverou.
A confusão se estabelece mais ainda na medida em que a própria Bíblia nos mostra o Soberano através de uma linguagem antropomórfica, fazendo-o parecer conosco em sua essência, e isso não é verdadeiro. As características de Deus são únicas, Ele é um ser indevassável. Seus atributos são somente seus. Sua capacidade é única e Seu poder não encontra paralelo no mundo, no universo ou em qualquer dimensão do Cosmos, ou fora dele. Deus é Deus, ou, conforme Ele diz, o "Eu sou".
Todavia, Deus se ira contra a injustiça humana nascida do ímpio, este, separado d'Ele, divorciado da Sua vontade e da sua misericórdia, porque ainda imerso no pecado e "destituído da sua glória" (Romanos 3:23).
O dia da sua ira será terrível e a sua indignação é Justa, pois Ele é justo e Santo. Deus não ama o mal, tampouco o criou, uma vez que é o Ser perfeito. Porém, o próprio Davi, ao pecar terrivelmente contra seu Deus, seduzindo Bate-Seba, a mulher do seu leal soldado (2 Samuel 11:2-4), temeu sobremaneira a Sua Ira.
Sem dúvida, "horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo" (Hebreus 10:31). E é certo que Ele também diz: "a mim pertence a vingança; eu retribuirei" (Hebreus 10:30g).
Em 1741, na cidade de Enfield, na Nova Inglaterra, o pregador Jonatham Edwards, alinhavando o sermão intitulado "Os pecadores nas mãos de um Deus irado" asseverou que 'o homem natural está seguro na mão de Deus sobre a cova do inferno', para demonstrar e convencer os fiéis a fugirem da ira vindoura, aceitando Cristo.
Na mesma vertente o Apóstolo Paulo igualmente insistia que o dia da ira é também o dia da "revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento (Romanos 2:5-6). O próprio Jesus disse que "aquele servo, porém, que conheceu a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites" (Lucas 12:47).
Logo, não se pode imputar a Deus qualquer injustiça, uma vez que a desobediência do homem é voluntária, opcional. Ele escolheu não crer, por isso mesmo recebe o juízo de condenação: "E o julgamento é este, que a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más" (Jo 3:18-19).
A conclusão a que se chega é que ao homem apenas cabe crer em Jesus para ser salvo. A escolha é dele, que tanto pode aceitar a graça como rejeitá-la. A promessa do céu é verdadeira, pois é a recompensa do justo, mas o ímpio herdará o inferno e será jogado no lago de fogo após a segunda morte por ter rejeitado e escarnecido o Deus vivo, desacreditando no sacrifício do Cordeiro
terça-feira, 15 de setembro de 2009
"Breve reflexão sobre religião e Estado laico"
Levanto aqui uma indagação humilde, porém propositiva: até onde isso é correto? Na condição de cristão evangélico (batista) e advogado, eu discuto com meus 'botões' se a atividade secular do parlamento merece sofrer reparo ou crítica por parte da religião, seja qual for a sua nuance e independentemente do assunto em pauta.
Um exemplo atual é a questão do aborto legal e a possibilidade de se expandir tal direito, colocando o tratamento, por assim dizer, sob os auspícios da saúde pública. É notório que a religião cristã em geral é frontalmente contrária ao aborto. Entendemos que a vida é dom de Deus e não cabe ao ser humano decidir sobre ela, especialmente no tocante à sua cessação.
Pois bem, como vemos, a posição cristã é clara. Contudo, há um elemento intrínseco nessa polêmica que deve ser observado. Cabe à igreja se imiscuir nos 'negócios de Estado' quando vivemos em um Estado laico? Sinceramente penso que não.
A discussão, a crítica, o combate a posições de Estado que, sob o prisma da religião, não podem ser aceitos por ofender a Santa Escritura devem se circunscrever à pregação religiosa, aos átrios dos templos, dirigida aos fiéis. E não como bandeira política para impedir ou modificar leis, projetos ou anteprojetos.
Mister que se tenha uma clara separação entre religião e Estado, haja vista que a história recente do Brasil ( e do mundo) já mostrou que quando se juntam tão diferentes instituições, tende a imperar o abuso e a impropriedade, quando não o genocídio.
A aprovação ou não de tais medidas, o aborto como exemplo usado em epígrafe, precisa se circunscrever à área restrita e bem delimitada da política e do Congresso Nacional. A decisão de fazer ou não fazer, essa sim, cabe ao indivíduo.
Penso, salvo melhor juízo, que a Igreja, qualquer que seja a sua crença, não deve fazer lobby contra ou a favor dessa ou daquela proposição de âmbito político. As instituições religiosas não devem se envolver em grandes polêmicas públicas, digladiando contra esse ou aquele partido político, ou desmerecendo o próprio Congresso Nacional, como temos visto recentemente, especialmente em programas evangélicos televisivos.
Destarte, o ministro religioso pode e deve empreender discussões à sombra da palavra de Deus para orientar e mesmo direcionar os seus adeptos ou membros a ter esta ou aquela atitude. O fato de se aprovar uma lei contrária à "Lei moral", aos Estatutos do Criador, não significa que todos estão a ela adstritos, quando envolve a vontade do indivíduo, como no caso do aborto, ou da união civil, para citar outro exemplo.
Vale dizer que mesmo estando aprovado como legítimo o aborto, não significa que todos os indivíduos do sexo feminino farão aborto a partir da promulgação da lei, uma vez que está embutida na mesma lei a vontade.
Logo, a decisão de fazer ou não fazer algo cabe exclusivamente à pessoa. A Igreja, nesse diapasão, deve influenciar os seus adeptos segundo a sua profissão de fé. Os mandamentos dizem "não matarás, não furtarás, não cobiçarás a mulher do teu próximo", no entanto, há religiosos que matam, que furtam e que cobiçam a mulher do próximo, quando não do próprio irmão. E nem por isso a Igreja aprova tais atitudes, tanto contrárias à lei moral como à lei humana.
Enfim, cada um fique no seu território de atuação, fazendo o que a sua convicção direcionar.
domingo, 13 de setembro de 2009
Sumário sobre o único caminho
Assistimos estupefatos à busca empreendida por muitos que têm sede. Mas não sede pela 'água da vida'. Eles querem beber de outras fontes e mesmo assim alcançar 'Javeh'. Todavia não há como alcançá-lo por caminhos tortuosos. Não há como servir a dois senhores e fazê-los conviver harmonicamente.
Deturpam a Sua palavra para alimentar o seu próprio deleite. Mergulham em falsos ensinos, ultrajam o nome do Criador a pretexto de ensinar os seus incautos pupilos a serem 'profundamente espirituais'.
Tais seres fazem vicejar a heresia, qualificando as suas práticas como superiores àquelas ditadas pelos evangelhos. Exaltam em seus 'sermões' a 'experiência em detrimento da doutrina bíblica', como se fosse possível sepultar a palavra de Deus por intermédio de práticas humanas.
Mas ele a tudo assiste, tudo vê e tudo sopesa.
A doutrina da graça e a justificação, através da cruz em Cristo, a propiciação pelos nossos pecados, tudo 'devidamente esquecido'.
Esses pregadores, à semelhança dos humanistas, matam o Único Deus, o Ser pessoal no qual acreditamos. Retratam um Deus fraco, em constante batalha com o mal, na medida em que usam rituais os mais diversos em seus 'estranhos cultos'. Rituais de libertação em crentes supostamente convertidos e selados pelo Espírito Santo, como se fosse possível luz e trevas conviverem juntos.
Convertem a Luz de Jesus e o Espírito Santo em pequenas forças. Para eles, a graça não é graça e a Justificação empreendida pelo Cordeiro na cruz não alcançou a sua inteira finalidade, haja vista necessitar de 'força humana' para se perpetuar no homem.
Eles possuem uma variedade de 'unções'. E eles, à semelhança de deuses, não somente as usam para libertar, curar, conferir riquezas, como também, por sua pregação, as transferem aos seus semelhantes.
Eles falam 'línguas estranhas", diferentemente daquelas ocorrências no dia de pentecostes (Atos 2:4); em Cesaréia, na casa de Cornélio (Atos 10:46) e quando Paulo impôs as mãos sobre os 12 discípulos. Nessas três únicas oportunidades constantes do Novo Testamento, as pessoas falaram variedades de línguas, perfeitamente inteligíveis; ídiomas humanos, mas com o dom de se compreenderem entre si. Em grego essa língua é descrita pela palavra glossa, denotando idioma, língua como órgão humano, e não como 'glossolalia', esta sim, uma língua extática, falada em transe religioso.
É bom lembrar que o cristianismo não admite transe, uma vez que exalta a sobriedade. Tampouco desordem, posto que prega um culto racional, consoante asseverou o Apóstolo Paulo.
A glossolalia, por sua vez, encontra ocorrências em todas as religiões pagãs, consoante descrito pelo próprio Platão na antiguidade. Na atualidade temos registros e ocorrências dessa língua estranha nos cultos dos carismáticos católicos, no espiritismo, em seus transes invocativos, na umbanda e nas seitas neopentecostais em suas mais diversas denominações, onde a sã doutrina, ou é inexistente, ou é completamente deturpada.
Em momento posterior estudaremos essa prática.
E nos debruçaremos ainda especificamente sobre uma unção praticada por esses ungidos pregadores, esses seres espirituais, que combatem o 'tradicionalismo e religiosidade' - jargão por eles usado para afastar e encerrar sumariamente qualquer discussão a respeito das suas práticas.
A unção do 'cair no espírito' , também popularmente conhecida como 'unção cai cai'...
Que Deus tenha misericórida de todos nós e preserve a sanidade da Sua igreja.