terça-feira, 13 de setembro de 2011

O clamor da sociedade, o clamor dos cristãos



Há uma mistificação segundo a qual "crente" é alienado, não participante das questões políticas e sociais que alimentam constantemente a mídia em suas várias versões, principalmente nesta "rica" era petista. É pura bobagem. Cristãos, como em todas as camadas da sociedade, são diversificados: existem de fato os alienados, prontos a seguir o primeiro guru que aparece, assim como aqueles que não somente têm cultura no âmbito secular, como, também, especificamente, na seara teológica. Eu conheço vários, dentre eles, alguns brilhantes.

Se nos ativermos à política, fácil observar que a sociedade como um todo vem reagindo, ainda que vagarosamente, em resposta às várias questões que são colocadas. Os cristãos seguem por esta mesma via. Durante alguns anos enxergamos uma sociedade brasileira quase que anestesiada frente às mazelas que os seus representantes lhe impunham diuturnamente. A corrupção que sempre existiu no meio governamental foi potencializada no malfadado governo de esquerda lulo-petista, que se mostrou insensível, "cego" e "surdo" à roubalheira generalizada que afluiu à esfera política. A fraude, antes disfarçada e mascarada, passou a ser o modus operandi do tal governo de esquerda; os dossiês espúrios eram articulados nos escaninhos do submundo do poder por "autoridades" cuja face jamais aparecia; cuecas passaram a ser meio de transporte de valores, representados por moeda sonante em reais, dólares e euros. Enquanto tudo isto acontecia, a sociedade se mantinha apática, hipnotizada pelo gorvernante-mor, outrora "legitimado" pelas urnas. Daí a legitimar todas as suas ações foi um pulinho: tudo lhe era permitido, ainda que ilegal ou imoral.

O alcance da norma jurídica passou a valer apenas para governados, os princípios constitucionais e as sanções neles contidas não mais se aplicavam à urbe, ao populacho em geral, mas apenas àqueles que não se alinhavam à companheirada. Enquanto que, por seu turno, aos companheiros tudo era legítimo e possível, mesmo que as ações fossem totalmente contrárias às mais comezinhas regras de Direito: Aos amigos do rei os favores da lei, aos inimigos do rei, os rigores do rei, os rigores da lei”. Ou, fugindo da Grécia e refugiando em terras tupiniquins: "Aos amigos, tudo, aos inimigos, o rigor da lei".

E assim, tristemente, a política brasileira foi comandada na última década nos dois mandatos do esquerdista Luis Inácio Lula da Silva. Pipocando aqui e acolá escândalos de malversação de verbas e rendas públicas, mensalinhos e mensalões, pacotes de dinheiros escusos nos gabinetes das repartições; enquanto isto, o Estado brasileiro ia sendo degradado e dilapidado. Este mesmo Estado agora servindo não ao povo, à coletividade pagadora de impostos, mas ao partido no poder. Os "companheiros" e apaniguados dividindo o "butim" entre si.

Malgrado o aparecimento de tantas provas das tais malfeitorias, o governante-mor repetia incessantemente: "não sei, não vi". mais ou menos como o marido traído que, confrontado com a verdade mais crua, repete que somente acredita, vendo - ainda que todas as provas estejam escancaradas à sua frente.

O governo novo continua sendo de esquerda, mas sem aquelas nuances peculiares que caracterizavam o anterior, erigido em vida ao mito. Logo, à lenda-viva tudo era permitido.

A sociedade brasileira está dando sinais de cansaço. Aqui e ali pipocam manifestações contrárias à ilegalidade tão em voga no "meio político". Grande parte da imprensa continua deitada em "berço esplêndido", fazendo de conta que tudo está às mil maravilhas, especialmente aquela "amiga", que foi por oito anos aparelhada pelo petismo. A mesma imprensa que apoia a idiotice ignorante proveniente do Ministério da "Educação", com a sua "nova linguagem inclusiva", em cuja construção não se vislumbra nenhuma regência e gramática; a imprensa que se cala para o controle que se quer contra ela mesma, para resguardar o "apoio financeiro", mantendo incólume os seus "ganhos".

A sociedade está se cansando e nós cristãos devemos nos inserir entre aqueles que dizem NÃO Á CORRUPÇÃO. Enquanto parte da imprensa se cala pelo aparelhamento do "partido", é preciso que nós gritemos em alta voz, seguindo as vozes que têm feito eco desde o dia 07 de setembro e que se anunciam pelas redes sociais! Haverá um momento em que toda a imprensa será forçada a noticiar as manifestações de repúdio aos políticos fraudadores, malfeitores da res publica, vampiros dos dinheiros da saúde e titulares de tantas outras malfeitorias privadas, mas tornadas públicas por poucos meios de comunicação que se permitem fazê-lo, sem temer ameaças e sem sucumbir às "trinta moedas".

A revista Veja desta semana noticiou o clamor de jovens e nem tão jovens que se juntaram sem interesse ou orientação política nas praças e ruas das capitais país a fora. É um bom sintoma de que as coisas podem mudar, assim como ocorreu há três décadas quando a mesma sociedade entorpecida resolveu dar um sonoro basta à ditadura vigente. Ou que pintou suas caras juntando-se aos milhares contra um presidente corrupto, cujo movimento foi suficiente para destituí-lo.

Vamos aguardar os próximos acontecimentos, cujas articulações estão confluindo para o dia 12 de outubro. Quem sabe até lá muitas outras manifestações surjam para incutir temor aos de má índole que se escondem nos corredores do planalto, nas salas climatizadas, ou nos gabinetes do Congresso, onde o populacho não chega, mas seus gritos ecoam.



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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Deus e os homens - Crítica a Tomás de Aquino



Cornelius Van Til

Confrontando a necessidade envolvida na própria natureza de Deus, há o âmbito da graça. O pecado certamente conduz à redenção da parte de Deus. E o pecado veio por meio da livre atividade do homem. Tal liberdade do homem é falta de ser. Não é má em si mesma. É meramente uma ausência do uso da norma da razão. O homem poderá ou não agir segundo a norma da razão. Maritain diz:

“A falha ou defeito [da liberdade], sobre a qual discutimos, tem sua causa primária a própria liberdade, a qual poderá ou não agir, e não age, não atende à norma. E tal defeito vem, não digo em tempo, mas em ordem ontológica, antes do ato da escolha. Aqui, estamos no princípio exato; será impossível voltar mais; um livre defeito; um defeito do qual o próprio defeito é a negativa e deficiente causa primária – a vontade já defeituosa, agindo com este defeito, é a causa em quantum deficiens ou mal moral” [1].

“Também não há falta ou mal na mera ausência que consiste na atual consideração da norma, pois a alma não está obrigada, nem disso é capaz, de constantemente, no ato, de levar a norma em consideração” [2].

“O que é requerido da alma não é que deva sempre observar a norma ou ter a norma constante na mente, mas que deva produzir um ato enquanto considera a norma. Ora, no momento metafísico que estamos examinando , aqui, ainda não existe um ato produzido; há meramente uma ausência de consideração da norma, e será somente no ato que será produzido, em termos desta ausência, que o mal existirá. Reside, aí, um ponto de doutrina extremamente sutil, de importância capital. Antes do ato moral, antes do bonum debitum, o devido bem que produz a qualidade do ato e cuja ausência é uma privação e um mal, há uma condição metafísica do ato moral, o qual, tomado em si mesmo, não é um bem devido, e a ausência dele, por conseguinte, não será privação nem mal, mas uma pura e simples negação (ausência de um bem que não é devido), e tal condição metafísica é uma livre condição” [3].

Deus, então, não teria criado o homem como um caráter moral, um caráter por natureza guardador do pacto. O homem não seria, portanto, um que não pudesse olhar além ou dentro de si mesmo, sem atentar ou agir em obediência ou em rebelião ao pacto. O mal, assim, é mera negação e não-moral em seu caráter, encontrado como é, no campo das coisas possíveis mediante a lei da lógica. É por meio de tornar o homem uma ameba moral próxima do fundo da escala dos seres, que Tomás espera evitar a acusação de determinismo. É por meio de pensar sobre a vontade de Deus como pura identificação com a racionalidade abstrata e por intermédio de tornar a vontade humana o princípio de indeterminação moral, e, então, trazendo estes dois conceitos para conduzir os atos morais do homem, que Tomás esperava escapar aos ideais do determinismo e do indeterminismo. Se, quando decide agir moralmente, o homem coloca adiante de si o ideal da visão de deidade, ele desejará mais e participará mais do ser de Deus. E, de sua parte, Deus espalhando sua bondade, de maneira ampla, mas finamente no fundo da realidade, e mais estreita e fortemente em direção ao topo da realidade, abre o caminho da oportunidade para o homem se aproximar do próprio Deus, em intensidade de ser e bondade, e habilita o homem a fazer aquilo que, sem a graça, não poderia fazer.

Desta maneira, Maritain conseguiu, diz ele, evitar a acusação de que teria investido contra a doutrina de Calvino, de uma providência toda determinante e de uma predestinação toda compelativa. Pighius expressou a objeção típica do romanismo, de que a visão de Calvino, dizendo que, segundo o reformador, não haveria real responsabilidade no homem, e que Deus seria responsabilizado pelo pecado.

Aqui, a diferença entre os dois conceitos de analogia é bem marcante. Calvino mantém que todas as coisas acontecem mediante a última vontade de Deus e que, subordinada a esta vontade final, está a vontade criada do homem. Ele afirma que não poderemos guardar a sã doutrina da graça de Deus, a menos que creiamos que, no caso do réprobo, é a vontade última de Deus que decide o destino final do homem. Nós conservamos a verdadeira doutrina reformada da analogia, segundo a qual todas as coisas ultimamente referem-se ao conselho de Deus e à sua disposição soberana, enquanto o homem encontra , dentro do plano de Deus, genuína liberdade e responsabilidade. O homem sempre age a favor ou contra Deus.

Contra isto, Tomás afirma que, para ser livre, a ação moral do homem não poderá ter por trás nenhum determinativo moral divino. No que diz respeito à sua natureza, Tomás começa a partir da neutralidade do homem. Na verdade, o homem jamais teria existido em puro estado de natureza. Quando foi criado, Adão recebeu de vez uma graça sobrenatural. Mas tal graça não violava sua natureza, e sua natureza consistia da liberdade para agir ou não agir, isto é, pura neutralidade moral. Esta neutralidade é baseada na idéia de que, até mesmo o homem natural que, ainda que tenha perdido o donum superadditum, poderia, não obstante, existir sem torpeza moral. Quando Deus concede graça, o homem poderia aceita-la ou rejeitá-la segundo o seu querer; quando a rejeita, poderá ainda, mais tarde, aceitá-la; quando a aceita, poderá, mais tarde, rejeitá-la. Como Maritain diz: “...a criatura desliza do influxo da Primeira Causa, plena de ser e de bondade, não mediante uma ação, mas por meio de uma livre não-ação; desliza dela à medida que o influxo alcança a região livre, tornando o influxo estéril e aniquilando-o.[4] O que vem do nada tende ao nada. “Há então, dentro da criatura, algo que é, primeiro, a causa primária; há uma linha em que a criatura é a primeira causa, mas esta é a linha do nada e do mal.” [5] “Sem mim nada podeis fazer”.

Considerando a doutrina da vontade do homem, como Tomás a desenvolveu, veremos, de vez, que a real liberdade, para ele, é ausência de ser. Entretanto, nada, senão o ser, poderá ser a causa de alguma coisa. “Mas somente o bem poderá ser uma causa, porque nada poderá ser uma causa a menos que seja um bem, e todo bem é bom.” [6] Segundo a extensão que ele tem de ser , o homem participa do ser de Deus, e como tal ele é bom. Segundo a extensão do ser, se poderia dizer que o homem, com Deus, teria o poder de ditar as regras, seria um legislador. Aqui, de novo, está o princípio que, no momento em que o indivíduo fala, terá perdido sua individualidade. Ou, se buscar liberdade por meio de viver em subordinação às normas, o homem se tornará o legislador. O alvo seria o ideal de se tornar o próprio legislador, completamente identificado com seu Deus.

Concluímos que a posição tradicional do catolicismo romano na teologia e na filosofia não é basicamente cristã, e, portanto, não poderá ser usada pelo pastor reformado a fim de desafiar o pensamento moderno.

Extraído do livro “O Pastor Reformado e o Pensamento Moderno”, Van Til, CORNELIUS, Editora Cultura Cristã, 2010, 1ª edição, ps. 96/99.

[1] Maritain, Jacques, St. Thomas and the Problem of Evil (Milwaukee, 1942), pág. 25/26, Maritain quotes Thomas on this point.

[2] ibid

[3] ibid, pags. 26/27

[4] ibid; pag. 34.

[5] ibid; pag. 35

[6] Summa Theologica, Q. II, 277

Ps: O texto publicado em epígrafe se trata de uma crítica do autor do livro à posição esposada pelo teológo e filósofo católico romano Tomás de Aquino, revista pelo também filósofo católico Maritain J. , que tentou, em "Degrees of Knowledge (Londres, 1959), estabelecer, de seu ponto de vista, sem sucesso, esta natureza mais realista do pensamento de Tomás. Achei interessante porque trata-se de um grande estudioso católico, mas cujo pensamento filosófico se opõe ao de Agostinho, Bispo de Hipona, exatamente na "impossibilidade de se partir de um ponto de neutralidade moral" - posição esta defendida pelo primeiro.

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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

È Deus injusto?



"Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma" (Romanos 9:14).


A pergunta retórica feita pelo apóstolo Paulo mostra bem a sua sapiência, antecipando em muito a mesma indagação que fariam os teólogos de plantão ao longo do tempo. Já se passaram quase dois mil anos e ainda ouço os ecos por aí. De um lado, alguns grupos recitando o seu cansativo 'mantra' a respeito de uma tal escritura trôpega e manquitola, que não se autentica por si mesma e pelos seus enunciados, necessitando da 'interpretação' humana para, enfim, tornar-se a "palavra de deus" (assim com minúsculas mesmo). De outro lado, outro grupo igualmente 'sábio' a festejar os seus próprios conceitos, formulados pelas suas mentes carnais numa tentativa de 'demitologizar' as Escrituras, seja lá o que isso signifique.

Outro dia aqui mesmo neste blog asseverei que tenho minhas cautelas com tudo que venha acompanhado do prefixo "novo" ou "neo", o que não significa que seja avesso a mudanças, registre-se. É que esse prefixo como que insufla nas pessoas uma autoridade tal capaz de inculcar-lhes autoridade para desfazer o "velho", cuja premissa fundamental se assenta na infalibilidade dos novos conceitos. E a partir daí a ideia nova quase que satiriza o grande arcabouço de estudos a desaguar naquela interpretação anterior, como se o que está posto é ruim, ou obsoleto, ou ultrapassado, não pelo seu conteúdo mas porque a dinâmica assim exige.

Observo pessoas com novas ideias por aí não a indagar retoricamente como Paulo fez em sua Epístola "Aos Romanos", no capítulo e versículo epigrafados ao início, mas a afirmar peremptoriamente não crer no Deus bíblico, especialmente naquele que afirma categoricamente fazer o que lhe apraz do barro em Suas mãos, por ser Ele o Oleiro". Testificam sobre um deus de bondade e amor, construído por suas mentes e que lhes foi revelado pela experiência, normalmente em sessões emocionais, fruto de catarse.

Quando propomos o Deus bíblico, Insondável, misericordioso, mas também justo; aquEle que decreta o bem e o mal; o mesmo que faz vasos de honra e desonra, de ira e de misericórdia, segundo a Sua vontade; esse Deus despótico das Escrituras, que tudo fez e tudo pode, religiosos de todas as correntes "cristãs" ficam a postos, em defensiva, armando-se dos seus proselitismos vazios e insensatos para demolir o Deus das Escrituras. Todavia, fazem-no não com argumentos racionais e embasados na Palavra da Verdade, mas exclusivamente valendo-se de critérios subjetivos, seja no relativismo tão em voga, ou no pragmatismo que quer sepultar a inerrância das Escrituras.

Seria Deus injusto? Faço eu a mesma pergunta retórica feita pelo apóstolo Paulo outrora, no acender das luzes do cristianismo. É injusto o Deus que amou Jacó e odiou Esaú, ainda quando os gêmeos não eram nascidos e não tinham feito bem ou mal? É injusto o Deus que da mesma massa faz vasos para o bem e outros para o mal? Se as Escrituras desenham tão claramente esse Deus soberano e ao mesmo tempo discricionário, quem, das suas criaturas, pode discutir com Ele? E se ainda assim discutir, quem prevalecerá sobre Ele?

A Bíblia está repleta de passagens em que Deus se afirma Senhor do Universo, Soberano, Incontestável. Seja no Livro do Profeta Isaías ou em Romanos, no Velho ou no Novo Testamentos, Ele se afirma como o Oleiro, a fazer da massa o que Lhe apraz. E a massa somos nós, criaturas vindas dEle, criadas por Ele, cuja matéria foi entretecida na eternidade, quando nenhuma matéria havia. Esse Deus Todo Poderoso e Despótico tem direitos absolutos sobre toda a criação, a despeito de aceitarem ou não as suas criaturas, de aquiescerem ou não com Seus métodos.

O Soberano da retórica de Paulo não se associa com as suas criaturas em prol de um projeto de salvação, a fim de redimir a criação, mas o faz para a Sua própria glória, circunscrito àquilo que projetou na eternidade, antes que o mundo fosse mundo. Antes mesmo que o universo fosse criado, ou que os anjos viessem a existir. Não há participação humana no processo redentivo pela simples razão de o homem ser resultado do projeto engendrado unicamente por Ele na eternidade antes de tudo. E ainda que nada existisse, tudo estava completo, porque na Sua mente Eterna o Projeto se encontrava perfeitamente "desenhado", não como um esboço, mas como obra perfeita e acabada.

Portanto, aquela retórica do apóstolo Paulo citada ao início, proveniente de Romanos 9:14, ainda permanece tão atual como quando foi elaborada: "há injustiça da parte de Deus? E a resposta igualmente permanece a mesma: "De maneira nenhuma".

Quer queiram, quer não queiram os teólogos espalhafatosos, que se repetem ao longo de quase dois mil anos, o mesmo Deus do Antigo Testamento é o Deus do Novo Testamento, que é o Deus que permanece hoje guiando a sua Igreja através de Cristo e orientando os seus com o Espírito Santo, dando-lhes sabedoria e discernimento para permanecerem firmes sem retroceder jamais, seguindo sempre avante, travando o bom combate e mantendo a fé até o final.

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