segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Amizades e encontros
terça-feira, 13 de setembro de 2011
O clamor da sociedade, o clamor dos cristãos
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Deus e os homens - Crítica a Tomás de Aquino
Cornelius Van Til
Confrontando a necessidade envolvida na própria natureza de Deus, há o âmbito da graça. O pecado certamente conduz à redenção da parte de Deus. E o pecado veio por meio da livre atividade do homem. Tal liberdade do homem é falta de ser. Não é má em si mesma. É meramente uma ausência do uso da norma da razão. O homem poderá ou não agir segundo a norma da razão. Maritain diz:
“A falha ou defeito [da liberdade], sobre a qual discutimos, tem sua causa primária a própria liberdade, a qual poderá ou não agir, e não age, não atende à norma. E tal defeito vem, não digo em tempo, mas em ordem ontológica, antes do ato da escolha. Aqui, estamos no princípio exato; será impossível voltar mais; um livre defeito; um defeito do qual o próprio defeito é a negativa e deficiente causa primária – a vontade já defeituosa, agindo com este defeito, é a causa em quantum deficiens ou mal moral” [1].
“Também não há falta ou mal na mera ausência que consiste na atual consideração da norma, pois a alma não está obrigada, nem disso é capaz, de constantemente, no ato, de levar a norma em consideração” [2].
“O que é requerido da alma não é que deva sempre observar a norma ou ter a norma constante na mente, mas que deva produzir um ato enquanto considera a norma. Ora, no momento metafísico que estamos examinando , aqui, ainda não existe um ato produzido; há meramente uma ausência de consideração da norma, e será somente no ato que será produzido, em termos desta ausência, que o mal existirá. Reside, aí, um ponto de doutrina extremamente sutil, de importância capital. Antes do ato moral, antes do bonum debitum, o devido bem que produz a qualidade do ato e cuja ausência é uma privação e um mal, há uma condição metafísica do ato moral, o qual, tomado em si mesmo, não é um bem devido, e a ausência dele, por conseguinte, não será privação nem mal, mas uma pura e simples negação (ausência de um bem que não é devido), e tal condição metafísica é uma livre condição” [3].
Deus, então, não teria criado o homem como um caráter moral, um caráter por natureza guardador do pacto. O homem não seria, portanto, um que não pudesse olhar além ou dentro de si mesmo, sem atentar ou agir em obediência ou em rebelião ao pacto. O mal, assim, é mera negação e não-moral em seu caráter, encontrado como é, no campo das coisas possíveis mediante a lei da lógica. É por meio de tornar o homem uma ameba moral próxima do fundo da escala dos seres, que Tomás espera evitar a acusação de determinismo. É por meio de pensar sobre a vontade de Deus como pura identificação com a racionalidade abstrata e por intermédio de tornar a vontade humana o princípio de indeterminação moral, e, então, trazendo estes dois conceitos para conduzir os atos morais do homem, que Tomás esperava escapar aos ideais do determinismo e do indeterminismo. Se, quando decide agir moralmente, o homem coloca adiante de si o ideal da visão de deidade, ele desejará mais e participará mais do ser de Deus. E, de sua parte, Deus espalhando sua bondade, de maneira ampla, mas finamente no fundo da realidade, e mais estreita e fortemente em direção ao topo da realidade, abre o caminho da oportunidade para o homem se aproximar do próprio Deus, em intensidade de ser e bondade, e habilita o homem a fazer aquilo que, sem a graça, não poderia fazer.
Desta maneira, Maritain conseguiu, diz ele, evitar a acusação de que teria investido contra a doutrina de Calvino, de uma providência toda determinante e de uma predestinação toda compelativa. Pighius expressou a objeção típica do romanismo, de que a visão de Calvino, dizendo que, segundo o reformador, não haveria real responsabilidade no homem, e que Deus seria responsabilizado pelo pecado.
Aqui, a diferença entre os dois conceitos de analogia é bem marcante. Calvino mantém que todas as coisas acontecem mediante a última vontade de Deus e que, subordinada a esta vontade final, está a vontade criada do homem. Ele afirma que não poderemos guardar a sã doutrina da graça de Deus, a menos que creiamos que, no caso do réprobo, é a vontade última de Deus que decide o destino final do homem. Nós conservamos a verdadeira doutrina reformada da analogia, segundo a qual todas as coisas ultimamente referem-se ao conselho de Deus e à sua disposição soberana, enquanto o homem encontra , dentro do plano de Deus, genuína liberdade e responsabilidade. O homem sempre age a favor ou contra Deus.
Contra isto, Tomás afirma que, para ser livre, a ação moral do homem não poderá ter por trás nenhum determinativo moral divino. No que diz respeito à sua natureza, Tomás começa a partir da neutralidade do homem. Na verdade, o homem jamais teria existido em puro estado de natureza. Quando foi criado, Adão recebeu de vez uma graça sobrenatural. Mas tal graça não violava sua natureza, e sua natureza consistia da liberdade para agir ou não agir, isto é, pura neutralidade moral. Esta neutralidade é baseada na idéia de que, até mesmo o homem natural que, ainda que tenha perdido o donum superadditum, poderia, não obstante, existir sem torpeza moral. Quando Deus concede graça, o homem poderia aceita-la ou rejeitá-la segundo o seu querer; quando a rejeita, poderá ainda, mais tarde, aceitá-la; quando a aceita, poderá, mais tarde, rejeitá-la. Como Maritain diz: “...a criatura desliza do influxo da Primeira Causa, plena de ser e de bondade, não mediante uma ação, mas por meio de uma livre não-ação; desliza dela à medida que o influxo alcança a região livre, tornando o influxo estéril e aniquilando-o.[4] O que vem do nada tende ao nada. “Há então, dentro da criatura, algo que é, primeiro, a causa primária; há uma linha em que a criatura é a primeira causa, mas esta é a linha do nada e do mal.” [5] “Sem mim nada podeis fazer”.
Considerando a doutrina da vontade do homem, como Tomás a desenvolveu, veremos, de vez, que a real liberdade, para ele, é ausência de ser. Entretanto, nada, senão o ser, poderá ser a causa de alguma coisa. “Mas somente o bem poderá ser uma causa, porque nada poderá ser uma causa a menos que seja um bem, e todo bem é bom.” [6] Segundo a extensão que ele tem de ser , o homem participa do ser de Deus, e como tal ele é bom. Segundo a extensão do ser, se poderia dizer que o homem, com Deus, teria o poder de ditar as regras, seria um legislador. Aqui, de novo, está o princípio que, no momento em que o indivíduo fala, terá perdido sua individualidade. Ou, se buscar liberdade por meio de viver em subordinação às normas, o homem se tornará o legislador. O alvo seria o ideal de se tornar o próprio legislador, completamente identificado com seu Deus.
Concluímos que a posição tradicional do catolicismo romano na teologia e na filosofia não é basicamente cristã, e, portanto, não poderá ser usada pelo pastor reformado a fim de desafiar o pensamento moderno.
Extraído do livro “O Pastor Reformado e o Pensamento Moderno”, Van Til, CORNELIUS, Editora Cultura Cristã, 2010, 1ª edição, ps. 96/99.
[1] Maritain, Jacques,
[2] ibid
[3] ibid, pags. 26/27
[4] ibid; pag. 34.
[5] ibid; pag. 35
[6] Summa Theologica, Q. II, 277
Ps: O texto publicado em epígrafe se trata de uma crítica do autor do livro à posição esposada pelo teológo e filósofo católico romano Tomás de Aquino, revista pelo também filósofo católico Maritain J. , que tentou, em "Degrees of Knowledge (Londres, 1959), estabelecer, de seu ponto de vista, sem sucesso, esta natureza mais realista do pensamento de Tomás. Achei interessante porque trata-se de um grande estudioso católico, mas cujo pensamento filosófico se opõe ao de Agostinho, Bispo de Hipona, exatamente na "impossibilidade de se partir de um ponto de neutralidade moral" - posição esta defendida pelo primeiro.
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È Deus injusto?
sábado, 27 de agosto de 2011
Refletindo nEle e com Ele
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
A doutrina da eleição e a justiça de Deus
Primeiro consideramos a visão presciente da eleição. Que objeções levantadas contra ela incluem o ataque que há injustiça em Deus? Nenhuma. A visão condicional da eleição é proposta para proteger duas fronteiras: de um lado, uma visão particular de liberdade humana, e do outro uma visão específica de Deus. Buscam proteger Deus da acusação de que ele é parcial, arbitrário ou injusto, escolhendo algumas pessoas para salvação sem levar em conta suas próprias escolhas. Em resumo, oposição a visões arminianas ou semipelagianas de eleição não inclui a acusação de que isso coloca em dúvida a justiça de Deus. Se Paulo estivesse expondo a visão presciente, dificilmente esperaríamos que ele levantasse uma objeção desse tipo.
A objeção que Paulo chega a antecipar é uma que calvinistas ouvem constantemente: a doutrina calvinista de eleição lança uma sombra sobre a justiça de Deus. A reclamação forte e frequente é que a eleição incondicional envolve Deus numa espécie de injustiça. Minha suposição é que Paulo antecipou a própria objeção levantada que calvinistas ouvem porque ele ensinou a mesma doutrina de eleição que calvinistas ensinam. Quando nossa doutrina de eleição é atacada, eu me consolo que estamos em boa companhia, a do próprio Paulo, quando precisamos suportar as objeções capciosas daqueles que fazem oposição à eleição incondicional.
A idéia de que pode haver injustiça em Deus é relacionada ao fato de Deus escolher alguns para salvação enquanto passa por cima de outros. Não parece justo nem "direito" Deus conferir sua graça em alguns mas não
Ainda parece que se Deus dá graça a uma pessoa, no interesse de justiça ele "deveria" dar graça igualmente para outra. É precisamente esse "dever" que é estranho ao conceito bíblico de graça. Entre a massa de humanidade decaída, todos culpados de pecado diante de Deus e expostos à sua justiça, nenhum tem qualquer reivindicação ou autorização à misericórdia de Deus. Se Deus escolhe conceder misericórdia a alguém daquele grupo, isso não requer que ele dê isso a todos.
Deus certamente tem poder e autoridade de conceder sua graça salvadora a toda a humanidade. É óbvio que ele não optou fazer isso. Os homens não são todos salvos, apesar do fato que Deus tem o poder e o direito de salvá-los todos se esse é seu bel-prazer. Também está claro que nem todos são perdidos. Deus poderia ter escolhido não salvar ninguém. Ele tem o poder e a autoridade de executar sua reta justiça não salvando ninguém. Na realidade ele opta por salvar alguns, mas não todos. Aqueles que são salvos são beneficiários de sua soberana graça e misericórdia. Aqueles que não são salvos não são vítimas de crueldade ou injustiça; eles são recebedores de justiça. Ninguém recebe castigo às mãos de Deus que não mereça. Alguns recebem graça das mãos de Deus que não merecem. Por ele se agradar tanto em conceder misericórdia a alguém não significa que os demais "merecem" o mesmo. Se a misericórdia é merecida, ela não é misericórdia realmente, e sim justiça.
A história bíblica deixa claro que embora Deus nunca seja injusto a ninguém, ele não trata todas as pessoas igualmente ou de um mesmo modo. Por exemplo, Deus, em sua graça, chamou Abraão para sair de seu paganismo em Ur dos caldeus e fez um pacto gracioso com ele que não fez com outros pagãos. Deus se revelou a Moisés de uma maneira que não concedeu a faraó. Deus deu a Saulo de Tarso uma revelação bendita da majestade de Cristo que não deu a Pilatos ou Caifás. Por Deus ser tão gracioso a Paulo quando ele foi um perseguidor violento de cristãos, será que por isso ele era obrigado a dar a mesma vantagem revelatória a Pilatos?
Ou houve uma qualidade virtuosa especial em Saulo que inclinou Deus a escolhê-lo acima de Pilatos? Poderíamos saltar por cima dos séculos para nosso próprio tempo com uma pergunta similar. Nós, crentes, precisamos perguntar por que chegamos à fé enquanto que muitos de nossos amigos não chegaram. Será que exercemos fé em Cristo porque somos mais inteligentes do que aqueles outros? Se é assim, de onde veio essa inteligência? É algo que fizemos por merecer? Ou foi a nossa própria inteligência uma dádiva de nosso Criador? Nós respondemos positivamente ao evangelho porque somos melhores ou mais virtuosos do que nossos amigos?
Todos nós sabemos as respostas a essas perguntas. Eu não posso explicar adequadamente por que cheguei à fé em Cristo e alguns de meus amigos não. Só posso olhar para a glória da graça de Deus para comigo, uma graça que eu não mereci na ocasião e não mereço agora. Aqui uma e outra coisa se reuniram, e nós descobrimos se estamos abrigando um orgulho secreto, crendo que merecemos salvação mais do que outros. Eis aí um grande insulto à graça de Deus e um monumento à nossa própria arrogância. É uma inversão à pior forma que há de legalismo, pela qual nós, no fim, colocamos nossa confiança em nosso próprio acionamento.
R. C. Sproul
In: Josemar Bessa via cincosolas
Continue lendo >>sábado, 13 de agosto de 2011
Dons miraculosos: dom de cura
sábado, 6 de agosto de 2011
Amy Winehouse: sobre alma e soul
terça-feira, 26 de julho de 2011
Tesouros fugazes para ladrões vorazes
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Laodicéia: o triste estado de uma igreja morna
Por Rev. Abceil Luiz da Silva Filho
14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;17 pois dizes Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. 18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. 20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. 21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
INTRODUÇÃO
Este é um dos textos mais reconfortantes das escrituras sagradas. Não obstante ser um dos mais duros ele traz consigo um convite gracioso de um Deus tão grande a um filho rebelde.
Às vezes fico pensando, não deveria ser assim, Deus é bom demais para conosco, mas todos nós temos um pouco do Israel rebelde.
Todos nós temos um pouco de Laodicéia dentro de nós e por isso esse texto é maravilhoso, esse Deus grandioso está sim interessado por seres tão pequenos e errantes como nós, e quando ele escolhe alguém, faz de tudo para que sempre volte ao caminho.
Deus permite e tolera todos os nossos deslizes e devaneios pelas sendas do pecado.
E é desse contexto malvado que ele muitas vezes nos faz o convite da graça, nos chamando para novamente desfrutarmos de comunhão intima e plena com Ele.
CONTEXTUALIZAÇÃO
A IGREJA fica em LAODICÉIA14 (Cl 4.13-16).
Uma Cidade da PROVÍNCIA romana da ÁSIA. Assim como as demais igrejas era uma cidade costeira na qual havia uma confluência de estradas, que dava pra três direções. Dai sua importancia comercial, razão para que ela se transformasse numa das mais ricas cidades daqueles dias.
Fora isso era uma cidade onde a medicina estava mais avançada e se acredita que de lá surgiu um importante colírio para os olhos.
Laodicéia, alem disso, era uma cidade turistica, pois nela havia fontes de águas termais.
Nesta cidade havia uma igreja que desfrutava dos privilégios culturais e financeiros advindos da sua localização e, principalmente, do avanço médico: a igreja de Laodicéia, mostrada pelo texto. E ao pastor desta igreja se direciona uma das sete cartas do apocalipse.
Como em todas as outras igrejas percebemos que é responsabilidade do pastor (anjo) repassar fielmente aquilo que está escrito nas cartas.
A carta não lhe é endereçada, está endereçada à igreja, mas deve passar por ele e das mãos dele Deus irá cobrar a fidelidade absoluta.
Portanto, ai dos pastores que:
Jer 23:1 Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto! — diz o Senhor.
E se você é daqueles que acham que não devemos falar contra tais pastores, ao profeta Ezequiel Deus disse:
Ez 34:2 Filho do homem, profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o Senhor Deus: Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos!...
Ao pastor não é dado fazer mais do que entregar a palavra escrita.
1ª PARTE: EXERCÍCIO DE LIMPEZA E CLASSIFICAÇÃO.
1. LIMPEZA.
Pelo que foi indicado o clímax do texto se encontra no verso 18.
18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.
E não poderia deixar de ser diferente, esse verso marca a virada do texto. Nele se extraem dois assuntos principais: mostrar a tragédia que é ser morno, e a grandiosidade do amor de Cristo.
O verso 18 se posiciona como o elo, o marco. Ele é maravilhoso.
Com este pano de fundo histórico em mente começamos com nosso primeiro assunto:
TEMA 1: “LAODICÉIA O TRISTE ESTADO DE UMA IGREJA MORNA”
A IGREJA DE LAODICÉIA era morna15 e 16.
15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! 16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.
Começamos afirmando que A IGREJA DE Laodicéia não passara DESPERCEBIDA pela história. Jesus lhe adverte como faz com todos.
15a Conheço as tuas obras...
Tais obras identificadas como um pecado é de toda igreja.
Não há os “demais” de Tiatira
Ap 2.24 Digo, todavia, a vós outros, os demais de Tiatira, a tantos quantos não têm essa doutrina...
Ou “alguns” de Sardes
Ap 3.4 Tens, contudo, em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram.
Esta igreja estava toda prejudicada por uma vida pecaminosa.
E o seu problema:
- não eram nem quentes e nem frios.
Quando olhamos para o verso 15 percebemos que o que se esperava deles era que, ou fossem quentes ou frios, e nunca o meio termo. Isso se percebe pela expressão:
15c... Quem dera fosses frio ou quente!
Eram mornos.
A palavra “χλιαρος chliaros” significa “indiferente”; “frouxo, sem energia, insipido, monótono”.
Uma igreja quase que totalmente intragável. Sem utilidade cristã alguma.
Mas é intrigante por que Jesus usa uma figura de linguagem para apontar o seu pecado que era muito conhecido dos laodicences.
Laodicéia ficava próximo a uma cidade chamada Hierápolis, uma cidade onde havia fontes termais com alto valor terapêutico.
Estas mesmas águas corriam para Laodicéia, porém, já em Laodicéia perdiam sua temperatura.
Chegavam, mas chegavam indiferentes, sem a energia da sua origem, sem o seu calor.
Uma água que nem despertava ou energizarva o soldado, e nem curava suas feridas.
Um estado de mornidão é preconizado por aqueles que acreditam na sua autossuficiência:
17a pois dizes Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma...
Acreditavam que estavam de bem com a vida. Em paz com Deus e com seus seleiros abastados. Acreditavam que sua prosperidade vinha e provinha de Deus. E por isso estavam tranquilos em relação à sua espiritualidade.
Segundo Hendriksem, um dos grandes comentaristas do livro de apocalipse, os laodicences jamais entrariam no templo como entrou o publicano:
Luc 18:13 ...estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!
Eles acreditavam então que haviam chegado ao ponto ideal: não precisamos de nenhuma mudança. Não somos frios como as águas da reserva, mas também não somos quentes como a primeira piscina das águas quentes. O que eles consideram o ponto, e queriam que Jesus tragasse, é exatamente o que ele condena.
Vejam só:
· “Com o pagão, que está entre aqueles que nunca tiveram contato com o evangelho, e que são, portanto, “frios” com respeito ao evangelho, você pode fazer alguma coisa”.
Portanto há esperança!
· “Com cristãos sinceros e humildes você pode trabalhar com alegria”.
Uma grande verdade. É bom trabalhar com um grupo assim!
· “Porém, com aqueles semelhantes aos de LAODICÉIA, que dizem: “aqui todos somos pessoas muito boas”, ninguém pode fazer nada”.
Então a única proposta viável a eles é exclamada por Jesus:
“15b Quem dera fosses frio ou quente!”
E por que não eram assim Jesus lhes adverte:
“16bestou a ponto de vomitar-te da minha boca”.
Estou para vomitá-los da minha boca, que é exatamente o máximo que vocês conseguem chegar, pois garganta abaixo eu nos os engulo.
Concluamos esse ponto com duas aplicações.
1. Quantos do cristianismo de hoje estão vivendo como os de Laodicéia, talvez aos seus olhos vivendo o melhor do cristianismo, pois estão gozando das bênçãos da prosperidade material, e talvez até acreditam que chegaram no auge da fé. Descobriram a fonte. E, na verdade, sua segurança está firmada num fio de teia de aranha tão fino que ele está para despencar, mas não sabe, pois aos seus olhos o fio é grosso e resistente como aço.
2. Quantos estão na igreja hoje servindo a Cristo, mas indiferente ao que ele fala. Sem nenhum esboço de mudança. Fracos diante de ameaças insignificantes. Insípidos e sem nenhuma interferência no cosmos dominado pela tirania satânica.
Você é morno assim?
Só existem duas alternativas apontadas aqui:
Seja frio. Negue a fé e pague pra ver!
Ou, seja:
Rom 12:11 sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor;
Os desdobramentos desse quadro de mornidão vemos com a segunda lição do texto:
A IGREJA DE LAODICÉIA era aos olhos de Deus17:
17 pois dizes estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.
Ø INFELIZ – de “ταλαιπωρος talaiporos” é AQUELE que desfruta constantemente a dureza de vida; “o infeliz é o aflito, o desgraçado”.
Ø MISERÁVEL – de “ελεεινος eleeinos” – é o DIGNO “de lástima”.
o O misarável é aquele que desperta paixão ao mesmo tempo em que inspira desprezo. É um indigente.
Ø POBRE – de “πτωχος ptochos” é o “mendigo, impotente, necessitado em todos os sentidos”.
o A palavra é originária da palavra “πτωσσω posso” que significa “rastejar”,
Ø CEGA!
Ø E NUA – de “γυμνος gumnos” é o “despido ou mal vestido de alguma forma exposto”.
Imaginem um indivíduo que tem todas estas cinco características combinadas.
Na história do povo de Deus houve uma época em que se acreditou nisso. Em Oséias vemos o povo dizendo:
Oséias 28 Contudo, me tenho enriquecido e adquirido grandes bens; em todos esses meus esforços, não acharão em mim iniqüidade alguma, nada que seja pecado.
A resposta de Deus foi vista a seguir:
9 ...eu sou o Senhor, teu Deus, desde a terra do Egito; eu ainda te farei habitar em tendas, como nos dias da festa.
A igreja de Laodicéia aos olhos de Deus não era nada.
Que eu e você não sejamos assim.
Mas todo esse quadro não é irrecuperável. Existe uma solução apontada pelo próprio pai. É o que veremos em nossa terceira lição.
A IGREJA DE LAODICÉIA precisava urgentemente de um investimento eterno 18 e 19.
18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.
1) PRECISAVAM FAZER UM INVESTIMENTO EM OURO ETERNO18.
Mat 6:19 Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; 20 mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam.
E em Lucas a ênfase é tão forte que o vemos dizer:
Luc 12:33 Vendei os vossos bens e dai esmola; fazei para vós outros bolsas que não desgastem, tesouro inextinguível nos céus, onde não chega o ladrão, nem a traça consome,
2) PRECISAVAM COMPRAR VESTIDURAS BRANCAS18:
ü Roupas manchadas expõem nossa vergonha, mostram nossa natureza. Revelam nossa condição. As vestes espirituais de toda pessoa que ainda não passou por cristo são totalmente manchadas aos olhos do pai.
ü Mas outro sentido nos dá a entender que eles, na verdade, não só usavam roupas manchadas, mas que também expunham sua nudez e pobreza diante de Deus. As vestes que usamos quando nos entregamos a cristo, não só cobrem nossa nudez espiritual, como também nos apresentam limpos diante de Deus. Não por nossos méritos, mas pelos méritos de cristo.
3) PRECISAVAM COMPRAR COLÍRIO PARA OS OLHOS18;
Elas não eram cegas, mas havia uma doença grave e que impedia que vissem com clareza as coisas concernentes à vida com Deus. Essa miopia exagerada poderia ser curada com um colírio. O colírio de que tanto precisavam era extraído, não de uma planta, mas dos papiros onde estavam escritos a vontade de Deus.
4) A IGREJA DE LAODICÉIA PRECISAVA SE ARREPENDER19.
Precisavam tão somente dar meia volta. Ir na direção contrária de onde estavam indo. Precisavam se aquecer na obra do senhor reconhecendo que sem Ele não eram nada. Precisavam voltar a se ver como publicanos pecadores que eram.
Hendriksen faz uma indagação pertinente aqui:
- “Como podem os que são pobres comprar alguma coisa?”.
Vale também para nós. Como podemos fazer esse investimento eterno?
O profeta Isaías já havia respondido e ainda responde:
Isaías 55.1
1 O Senhor Deus diz: “Escutem, os que têm sede. venham beber água! Venham, os que não têm
dinheiro: comprem comida e comam. Venham e comprem leite e vinho,que tudo é de graça.
O próprio Jesus no finalzinho de suas recomendações em apocalipse:
Ap 22.17 O Espírito e a noiva dizem: Vem! Aquele que ouve, diga: Vem! Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida.
CONCLUSÃO:
TEMA 1: “LAODICÉIA: O TRISTE ESTADO DE UMA IGREJA MORNA”
1ª lição:
A IGREJA DE LAODICÉIA era morna15 e 16.
2ª lição:
A IGREJA DE LAODICÉIA era aos olhos de Deus: infeliz, miserável, pobre, cega e nua17:
3ª lição:
A IGREJA DE LAODICÉIA precisava urgentemente de um investimento eterno - 18 e 19.
1) PRECISAVA FAZER UM INVESTIMENTO EM OURO ETERNO18.
2) PRECISAVA COMPRAR VESTIDURAS BRANCAS18:
3) PRECISAVA COMPRAR COLÍRIO PARA OS OLHOS18;
4) PRECISAVA SE ARREPENDER19.
22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
*Sermão/estudo ministrado na IPB de Araputanga-MT em 03.06.2011, pelo Reverendo titular, Pr. Abceil Luiz da Silva Filho
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