quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Discussão alhures (plagiando Roberto Vargas) - Newton Carpinteiro e a responsabilidade civil na blogosfera

Diante de alguns acontecimentos desagradáveis que aconteceram comigo envolvendo a pessoa conhecida por Newton Carpinteiro, entendi por bem postar o comentário abaixo que fiz em uma postagem do meu blog (aqui), refutando as aleivosias contra mim dirigidas pela referida pessoa, bem como a notícia constante do site http://www.terra.com.br/ (aqui), que trata da responsabilidade de nós, blogueiros, com a honra das pessoas.

Ricardo Mamedes disse...

Quero informar a todos os comentaristas e demais pessoas que visitam este blog que, desde a sua abertura, decidi não fazer MODERAÇÃO DE COMENTÁRIOS.

Sempre acreditei que as pessoas têm direito de não concordarem comigo e se contrapor às minhas ideias e posicionamentos, doutrinários ou pessoais, razão pela qual não ativei a função de moderação de comentários. Penso que, mesmo não concordando com alguém, devo, por consideração à democracia, publicar o seu comentário - e refutá-lo, caso se faça necessário.

Vale dizer que, o fato de o comentário ser publicado não quer dizer que eu concorde com ele, mas simplesmente que o meu blog não tem a função de moderação ativada.

Quero aqui acrescentar que, com relação ao comentário publicado em epígrafe pela pessoa de 'alcunha' CIROZUEIRA, discordo 'in totum' com esse tipo de deboche e jamais sequer visito blogs com esse viés.

Embora tendo alguma diferença com Ciro Sanches Zibordi, elas quase que se circunscrevem à sua dificuldade em aceitar críticas, conforme pode se ver dos seus próprios comentários nos posts do seu blog - quando estes são contrários aos seus textos (e publicados). Nada tenho contra a pessoa daquele irmão tanto a nível pessoal como doutrinário, a não ser diferenças pontuais.

Razão pela qual refuto veementemente as considerações (se assim podem ser chamadas) do SR. NEWTON CARPINTEIRO tanto neste blog - cujo comentário foi sorrateiramente retirado por ele - quanto no blog pointrhema.blogspot.com, quando me posicionei contrariamente às ideias do Pr. Ciro Sanches Zibordi (aqui), mas guardando sempre a elegância, educação e consideração cristãs. As postagens estão lá registradas para serem verificadas.

No entanto, fui rasteira e abruptamente infamado por esse que se denomina "NEWTON CARPINTEIRO" que, saindo em defesa do seu amigo, desferiu contra mim xingamentos deselegantes e bem próprios da sua formação (ou falta de).

Sempre primei pela elegância, respeito e consideração pelas pessoas, irmãos ou não e continuarei me pautando por esses valores - a despeito de pessoas como o mencionado NEWTON CARPINTEIRO.

Porém, declaro expressamente que o referido senhor não será bem-vindo a este espaço, a menos que também se paute por tais valores ético-cristãos.

Ricardo Mamedes, indignado o falacioso cristão.

31 de dezembro de 2009 07:16


A Liberdade de Expressão Na Era Dos Blogs

Processos por danos morais contra blogueiros levantam a questão de qual o limite para expressar a opinião na internet - Verônica Mambrini

Quando surgiram, os blogs eram vistos apenas como diários online, um espaço inofensivo no qual as pessoas faziam relatos do cotidiano, desabafavam e compartilhavam experiências. Com a popularização da internet e a maior eficiência dos mecanismos de busca como o Google, comentários que antes ficariam restritos ao círculo de amizades do blogueiro passaram a ganhar outra dimensão. É comum que no resultado de uma busca apareçam posts de blogs mencionando uma empresa ou marca antes mesmo do link para o site oficial. Diante dessa exposição, muitos dos que se sentem ofendidos por relatos ou opiniões expressas no vasto território da internet estão querendo reparação judicial. E aí colocam-se questões importantes: até que ponto vai o direito à liberdade de expressão? Um blogueiro pode ser processado por um comentário anônimo feito a um texto seu? Uma crítica a um serviço prestado pode ser motivo para uma ação por danos morais? Esta é a situação com a qual a tradutora Cláudia Mello, 44 anos, se deparou inesperadamente. Em novembro de 2006, ela ublicou em seu blog o relato de uma consulta médica pela qual passou. Depois de um ano e quatro meses, foi informada de que estava sendo processada pelo médico por danos morais. Segundo ela, não houve nenhum contato prévio dele, apesar de o blog ter espaço para comentários e de a ficha com seus dados de paciente ter sido anexada ao processo. Na audiência conciliatória, não houve acordo. “Não achei que estava errada em criticar o atendimento”, diz Cláudia. “Não se considerou a contribuição informativa e preventiva dos fatos narrados por mim.” Na sentença, prevaleceu a tese de que a crítica ao atendimento do médico feita na blogosfera não foi construtiva e por isso ela foi condenada a pagar R$ 2 mil por danos morais. Casos assim devem se tornar cada vez mais comuns. A discussão que está em jogo envolve a tênue fronteira entre o fim da liberdade de expressão, garantida pelo artigo 5º da Constituição, e o início do dano moral. “O limite vai até onde afeta a reputação, a imagem e a marca de uma pessoa física ou jurídica”, diz Alexandre Atheniense, presidente da Comissão de Tecnologia da Informação da Ordem dos Advogados do Brasil.

Link: http://www.istoe.com.br/reportagens/35527_A+LIBERDADE+DE+EXPRESSAO+NA+ERA+DOS+BLOGS Fonte: http://www.terra.com.br/

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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Apologista tenta suprimir comentários em casa alheia













Entendi por bem postar um comentário que fiz no blog "Point rhema" (aqui) no dia de hoje, a respeito da publicação da Bíblia de Estudos Dake pela CPAD sem as devidas cautelas, uma vez que se trata de uma obra que faz apologia de um grande número de heresias. A discussão se restringiu quase que exclusivamente ao açodamento da casa publicadora, que, à sorrelfa das comissões de análise, e mesmo com parecer contrário, trouxe para si a exclusiva responsabilidade pela publicação da referida Bíblia, mas agora calando-se ante a enxurrada de críticas.

Contudo, este não é o ponto crucial que quero aqui alinhavar. Neste post desejo publicar , dentre vários comentários que fiz naquele blog, um que defende a liberdade de expressão. Sim, como sabemos, há blogs que suprimem comentários bem articulados, respeitosos e bem fundamentados, a pretexto de "moderação" , apenas por discordar do articulista e, consequentemente, do assunto em pauta.

Ocorre que naquele blog o mesmo ocorreu: um comentarista acostumado a se manter seguro dentro das "paredes do seu blog", arriscou-se a comentar aquele post, vindo a "defender a publicação da Bíblia Dake mesmo reconhecendo as heresias nela contidas", sob a alegação de que "a instituição (CPAD) deveria ser preservada". Para o comentarista, o "fim justifica os meios". E eu penso que não: a ética, a honestidade, a lisura devem sempre prevalecer tanto na vida secular como, com maior intensidade, na vida cristã.

Vendo a sua defesa completamente atingida pelos demais comentaristas (até agora cerca de quase 250), a referida pessoa, blogueiro, pastor, costumeiramente crítico ácido de outros pastores da confissão positiva ( com cujas críticas eu quase sempre concordo), praticamente "exigiu do editor e moderador daquele blog (pointrhemablogspot.com) que não permitisse os comentários contrários ao seu posicionamento , bradando: - moderação urgente!!!

Ora, o digníssimo pastor (por acaso sabem de quem se trata?), confiado na sua 'notoriedade' , imaginou que fosse prontamente obedecido. Mas não foi. O pastor Carlos Roberto, editor e moderador do blog em referência, entendeu por bem publicar as críticas erigidas contra aquela 'personalidade' em razão do seu conteúdo ser respeitoso.

O apologista, vendo-se "contrariado" ameaçou se retirar; se retirou, voltou; se retirou novamente e voltou.

a conclusão é que aqueles que se sentem donos da verdade, nas mais das vezes são também totalitários, avessos à democracia. Sentem-se e se colocam acima do bem e do mal. Logo, não admitem ser cotrariados. Destarte, na casa alheia manda o dono! Sair da segurança dos "seus domínios" é sempre arriscado (rindo)...

Vamos ao comentário:

Ricardo Mamedes disse...

Caros irmãos,

De fato, a questão é sobre a malfadada bíblia dake... Mas não há como não concordar com os irmãos Elian e o anônimo acima: a discussão no campo das ideias deve prevalecer. A liberdade de expressão deve ser assegurada. A censura deve ser afastada.

É saudável a diversidade de ideias dentro de um clima de civilidade - assim penso. Discordar não é "brigar", tampouco "atacar". Somente os fracos reverberam, respondendo a argumentos bem fundamentados com xingamentos e ataques pessoais, como se viu aqui por uns pouquíssimos (exceção das exceções).

A ninguém deve ser dado o direito de impedir ideias contrárias às suas apenas por serem contrárias. Isso seguramente não faz parte do límpido direito de livre expressão.

Somente os pusilânimes querem impor as suas ideias pela força, impedindo a discussão saudável. Os pontos de vista, a meu ver, podem sempre ser contrapostos. As teses devem ser DEFENDIDAS e não IMPOSTAS pela força, mediante o uso de qualquer estratagema ou ardil.

Acredito que o editor e mediador deste importante blog terá - como sempre teve ao longo da sua vida - a sabedoria para filtrar o que for nocivo ou ofensivo a quem quer que seja, sem contudo impedir a discussão e as diferenças de posicionamento doutrinário, teológico e ético.

Ao que me parece está claro aqui, pela quase totalidade dos comentaristas, que a referida publicação é mesmo um acinte contra os consumidores da obra, os crentes, em última análise. Restou também quase que cristalino que à CPAD resta a necessidade de se pautar novamente pela ética, dando um parecer definitivo sobre o assunto. Jamais, entretanto, tentar ganhar a causa pelo silêncio no afã de relegar o fato ao esquecimento. Esta sim, a pior estratégia!

Esperamos que o bom senso, a ética cristã e a verdade prevaleçam!

Em Cristo,

Ricardo Mamedes

30 de dezembro de 2009 08:58

Finalmente vale ressaltar a lição esposada na Constituição Federal, em seu artigo 5º, incisos IV e IX, 'in verbis' :

(...)

IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
´
(...)

IX - É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença ( grifos nossos).

De tal maneira que o inconformismo do apologista não se compreende como correto, tampouco as suas atitudes são éticas, seja por agir com abuso, ao suprimir comentários contrários em seu blog (apenas por serem contrários), seja por aceitar a publicação de uma obra herética em razão de "outros interesses", notadamente financeiros (segundo o seu expresso posicionamento), ou ainda por tentar, ardilosamente, comandar a "casa alheia" (blog pointrhema), para impedir seus "desafetos" de exporem as suas ideias.

Parafraseando o Clóvis do "cincosolas": - deve ser inconformismo juvenil... (rindo).


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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Reflexão sobre o ano que passou, esperança para o vindouro




Ontem fui ao culto em minha igreja, terça-feira, início de semana. Embora sem um significado aparente isso me fez refletir...

Rememorei um tempo em que nesses cultos havia a verdadeira adoração ao Criador com ênfase na redenção pela justificação em Cristo. Ontem naquele culto pude reviver essa experiência do Evangelho genuíno : não houve sinais, êxtase, "prodígios" e nem mesmo a exacerbada exaltação exteriorizada por alguns. Tudo calmo, ordenado, sóbrio. Racionalidade e adoração. Culto a Deus, na verdadeira acepção da palavra.

O Pastor, como que respondendo às minhas leituras da semana, pregou sobre Efésios 1, exaltando a graça que nos foi concedida gratuitamente, fazendo uma vinculação com Gálatas. Oh, quão simples e tão profundo!

Confesso que exultei, pois essa mesma igreja havia perdido a simplicidade que sempre a caracterizara, trilhando experimentalmente caminhos tortuosos, onde a graça já nada mais significava, sendo substituída por obras humanas. A Palavra inerrante, por sua vez, sendo aprisionada.

Ah, mas ontem, naquele simples culto de terça-feira a Palavra se fez plena, se fez ouvir. O homem, antes o centro da "verdade" , agora sendo apenas o instrumento de Deus para exteriorizar a Sua vontade expressa na Bíblia.

A Revelação verdadeira sem outros matizes, sem sombras, não ofuscada por quaisquer verdades relativas. O Absoluto desvelado: Deus falando , se revelando através do pequeno profeta. Quantos profetas há por aí sem fazer sinais, prescindindo de outras profecias estranhas que não sejam aquelas registradas nos Evangelhos...

Quem precisa de profecias humanas, quando a maior delas se encontra registrada, regada de púrpura escarlate do sangue do cordeiro?

Para que os rituais se todos eles se tornaram desnecessários com o advento da nova aliança quando rasgou-se o véu do templo, tornando-se o dia em noite?

Sepulcro vazio ou sepulcros caiados?

Sim, ontem eu não presenciei êxtase, não ouvi ruídos estranhos e ininteligíveis; todos se mantiveram firmes, altivos; nem um sequer caído. Vi irmãos adorando o verdadeiro Deus invisível, que não se mostra, mas se faz sentir. Senti a presença do Eterno não materializada em atitudes inócuas. Nem mesmo os "anjos" vieram, posto que não foram anunciados. O Espírito Santo estava lá, em cada irmão prostrado em adoração verdadeira, no entanto também não foi visto, não foi apreendido pelos sentidos. Todavia ele estava lá ontem...

O pequeno profeta deu o seu recado, referendado pelo Outro, o Grande, o Maior, o Indizível.

O novo ano está chegando - então Ele permanecerá lá, como ontem, junto ao seu povo, guiando-o, para que "ninguém se perca pelo caminho". Sem profecias humanas, sem atos proféticos, sem unções (a não ser a primeva e única), sem "cair", sem rituais...

Só Ele.


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segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Ciro Sanches Zibordi: hostilidade e intolerância








Temos um problema bem conhecido pela blogosfera: blogueiros que não publicam comentários contrários ao seu texto. É o caso do Pr. Ciro Sanches Zibordi (cirozibordi.blogspot.com).

O referido pastor não publica alguns comentários não por serem desrespeitosos, apelativos ou eivados de outra qualquer mácula, mas, essencialmente, por serem contrários ao seu texto. Principalmente se tais comentaristas tiverem um pensamento reformado.

Quer me parecer que, ser reformado para o referido pastor como que se assemelha a ser herege.

Ciro Zibordi tem uma tremenda dificuldade em dialogar com irmãos contrários ao seu arminianismo, que tenham pensamento reformado (ou que se assemelhem aos tais). Refere-se a Calvino implícita ou explicitamente com argumentos depreciativos, como se as verdades sustentadas pelo reformador cristão fossem extraídas de um livro profano, e não da própria Bíblia.

Há algum tempo eu comentei um artigo do referido pastor em seu blog, tratando sobre usos e costumes na igreja. Fui parcialmente contra o seu posicionamento, asseverando que vestimenta deveria guardar apenas a devida decência, sem a necessidade de supervalorizar esses mesmos usos e costumes, uma vez que a salvação é exclusivamente pela graça, inclusive, tendo citado Efésios 2:8-9. Falei a palavra probida: GRAÇA. Somente em razão de ter pronunciado (escrito) essa palavra "profana" fui irremediavelmente excluído do seu rol de "admiradores"; logo, tive o meu comentário indelevelmente suprimido. Tentei argumentar com outros comentários, enviando email, mas nada foi capaz de arrancar do pastor/escritor/ensinador/conferencista uma única palavra. Ele simplesmente se manteve indiferente, da maneira mais deselegante e mal educada que se possa conceber.

Por último, fiz um comentário sobre o seu texto com o tema "Expiação ilimitada (3)" ( aqui), o qual transcrevo abaixo:


Caro Pr. Ciro,

Antes de mais nada, não sou calvinista. Fui convencido pela Bíblia, unicamente, a respeito de algumaas verdades, logo, deixemos os rótulos (aliás, nunca li as Institutas, ou qualquer obra do Calvino).

Efésios 1:4-5 afirma categoricamente que "nos escolheu nele 'antes da fundamção do mundo e nos predestinou para sermos filhos por adoção. Ef. 2 garante que "Ele nos deu vida, estando nós mortos...
Romanos 3:10-12 afirma que "não há um justo, não há quem busque a Deus (...). Não buscam porque "estão mortos em seus delitos e pecados (Ef. 1:4-6 e 2:1).

Estando mortos, como podem buscar a Deus? Eu entendo, na minha ignorância teológica (já que me valho apenas da Bíblia), que somente buscamos se vier do próprio Deus esse buscar. Nesse sentido, Romanos 8:29-30 diz que os que "Ele conheceu de antemão (antes da fundação do mundo, conf. Ef. 1:4-6), também "predestinou", "chamou", "justificou" e "gloficou" (Conf. Fl 2:13 e Cl 2:13).

Finalmente, para concordar e corroborar com a predestinação afirmada nas passagens em epígrafe, em Atos 13:48 consta que "creram os gentios que haviam sido 'destinados para a vida eterna". E em João 6:44 e 6:65, é afirmado peremptoriamente que "ninguém pode ir até Jesus se o Pai não o trouxer".

E a passagem mais contundente é Romanos 9:11-23, sobre os vasos de ira e de misericórdia: ... terei misericórdia de quem quiser (14). "E não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou mal (para que os propósitos de Deus , quanto à eleição prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama) (...).
"Não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia (16)
Portanto, não é pelas ideias de Calvino, ou outro teólogo qualquer, que eu me convenci das doutrinas da graça, mas pela própria Bíblia. Lendo-a, sozinho.


Ao final Ele (Deus) afirma que não podemos discutir com Ele, pois Ele é Deus, faz uns para a salvação e outros para a perdição (vs. 21/23)

Espero que o Amado Pastor publique o meu comentário, fundamentado na Bíblia, Palavra inerrante.

Ps: Acreditei no livre arbítrio a vida inteira, sendo convencido há pouco tempo do contrário em razão das passagens citadas.

Em Cristo,

Ricardo


A resposta democrática do Eminente pastor Ciro Sanches Zibordi:


Ciro Sanches Zibordi disse...
Caro senhor Ricardo Mamedes,Como sou conhecedor da sua opinião a respeito deste escritor e deste blog (declarada em algum lugar na Internet), não tenho nenhum interesse em publicar os seus comentários e respondê-los neste espaço.

Que Deus o abençoe.

CSZ


Talvez por ter formação jurídica eu ache tal atitude um tremendo absurdo, quase uma afronta legal, ou, pelo menos, algo de uma arrogância sem limites. E denota ainda um sentimento de superioridade contra "todos os demais" , como se afirmasse: "Eu sou o Ciro Zibordi, quem é você, pobre calvinista herege, para discutir comigo?"

Não posso concordar com o critério usado pelo referido articulista para suprimir comentários alheios, baseando-se tão somente na sua incapacidade de ouvir os que lhe são contrários. Vivemos em um país democrático, cuja Constituição Federal nos assegura o livre direito de expressão, inclusive de discordar dos nossos semelhantes. Acredito que tal proceder diminui o homem, desfigura a ideia central promovida pelo texto, tornando-o oblíquo, já que impede plenamente as refutações.

O Cristianismo, por seu turno, não somente prega a humildade como também a longanimidade, moderação, temperança... e acima de tudo o amor.

Por tais expensas, forçoso reconhecer que o pastor/escritor/pensador/ensinador/conferencista, também conhecido por Ciro Sanches Zibordi, age contrariamente aos preceitos que prega. O que me faz lembrar dos fariseus...




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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Heresias são heresias, sem meio termo

Nota do autor do blog: Inaugurei este blog em meados do mês de setembro do corrente ano com o fim precípuo de combater terríveis heresias que grassavam em minha igreja local, disseminadas e inoculadas por um forasteiro, um rapaz, quase menino, trazendo a "CONFISSÃO POSITIVA" com todos os males oriundos da sua prática, e o nefasto "CAIR NO ESPÍRITO", essa boçalidade mentirosa capitaneada por satanás. O texto abaixo foi publicado no dia 17/09/2009, pouco depois da inauguração do blog. Se verificarem encontrarão muitos outros textos combatendo essas tantas heresias e unções trazidas pelo referido "PROFETA".
Fui tachado de racional e sem espiritualidade, tão logo comecei a combater as heresias citadas em epígrafe (como podem ver em alguns textos aqui publicados). Expus para o Pastor e para uma liderança da igreja as mazelas a que estavam expondo todo o rebanho - isto no dia 01/09/09, ainda antes de inaugurar o blog. Como não fui ouvido, me restou a opção de escrever e lutar contra, pelo único meio que me restava.
Instei aos dois que daria o prazo de "um ano" para que o profeta mostrasse "os seus frutos", os quais seriam: divisão, rebeldia e entrave para a igreja. Não foi necessário tanto tempo: em menos de três meses o profeta se revelou, com todos aqueles problemas e outros mais, não na igreja local, mas em outra vizinha, aonde ele também inoculava o seu veneno.
Sofri pressões e acusações mudas. Olhares de soslaio.
Não me glorio, nem estou me jactando por ter "acertado". Dou glórias a Deus porque ainda há tempo para consertar os estragos - mas sei que consequências virão. Não acuso a igreja como instituição, tampouco a "denominação Batista Histórica" a que pertenço - ela não tem culpa, uma vez que é contra tais práticas.
Digo e repito: nossa rocha é Cristo. A Deus toda honra, glória e exaltação. Somente a Ele e não a homenzinhos travestidos de semideuses (Jeremias 17:5; Romanos 1:25).
Que a lição seja proveitosa para todos nós e tantos outros que passam por algo semelhante. Lutem em prol da sã doutrina!

Em Cristo o único caminho para a salvação.


Vemos diuturnamente os evangelhos sendo corrompidos e deturpados por uma série de pregadores sem compromisso com a verdade. Eles supervalorizam a experiência em detrimento da boa doutrina justificando os seus atos sob a assertiva deletéria segundo a qual 'os fins justificam os meios'. Com essa mesma justificativa vimos, ao longo da história, muitos crimes sendo cometidos contra a humanidade. De fato, os fins não justificam os meios, nem nas atividades humanas do ser natural, e muito menos naquelas que envolvem o relacionamento com o Todo Poderoso no manuseio da Sua palavra.

Fomos admoestados a não mudar ou suprimir 'um til ou um jota' da palavra santa. Não há meio termo ou condicionantes quando se trata com a palavra de Deus. Ou é ou não é. Não se admite o "quase" . Nessa vertente, não se pode aceitar a atitude, ou pregação baseada no "quase certo". Se os evangelhos dizem que não, se a prática não é prevista neles, ou se a prática lá existente diverge com a que se faz, a heresia emerge com toda a sua força e capacidade destruidoras.

A Palavra nos adverte que as heresias sobejarão, conclamando os crentes a combatê-las: "Porque aparecerão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos" (Mateus 24:24)

"Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira". (2 Tessalonicenses 2:9)

Não se pense que esses erros serão inoculados sem disfarces, uma vez que o veneno é ardilosamente disseminado entre os incautos. Assim diz a Bíblia:

"...Assim também haverá entre vós falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras, até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e por causa deles, será infamado o caminho da verdade; também, movidos por avareza, farão comércio de vós com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme". (2Pedro 2:1-3)

O que fazer? Examinar sempre os evangelhos é uma atitude que impede o engano e a crença em falsas doutrinas, ou nas práticas travestidas de respaldo escriturístico. Não é tempo de nos alimentarmos de 'leite espiritual', mas de alimentos sólidos - parafraseando o apóstolo Paulo.

Assim está escrito:

"Para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro." (Efésios 4:14)

"E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as". (Efésios 5:11).

É necessário que nós, crentes, observemos a pregação do homem, se tem como fundamento a palavra de Deus. Examinando constantemente as Escrituras, mais especificamente os Evangelhos, a fim de flagrarmos atitudes lacunosas ou dissonantes. Sejamos bereanos ao invés de coríntios. Os primeiros examinavam minuciosamente as escrituras para testificar os espíritos e extrair a verdade ou verossimilhança com os preceitos bíblicos; os segundos abraçavam toda e qualquer doutrina que fosse 'aparentemente espiritual'.

A palavra ainda nos adverte que:"Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. Porque quem o saúda tem parte nas suas más obras" (2 João 1:10-11).

"Mas ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá aleém do que vos temos pregado, seja anátema. Assim como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema" (Gl 1:8-9).

Ora, vivemos o tempo das grandes heresias. Elas vêm embrulhadas em belos pacotes, mas o seu conteúdo é fétido. Uns, vendem a prosperidade como essência da verdade, trocando Deus por cifrões, ou prometendo benesses materiais em troca de ofertas e doações, como se a Igreja de Cristo fosse um balcão de negócios. Outros, munidos de unções as mais diversas, prometem e transferem aos cristãos bebês os seus 'poderes' quase mediunicos. Outros ainda curam, oferecem dons espirituais, como se fossem o 'rio de onde jorram tais predicados. E há aqueles que praticamente salvam os incrédulos por eles "ministrados", prometendo libertá-los do jugo do pecado, das garras de satanás.A cruz de cristo, para todos eles, a propiciação por nossos pecados , a justificação e a regeneração pela Graça são coisas que não conhecem ou fingem desconhecer.

Eles aparecem enquanto Cristo diminui. Eles libertam por suas próprias ações, e o Cristo de Deus é apenas uma imagem desfocada, sem qualquer poder. Eles sepultam o Pai e o Filho com as suas ações tresloucadas. Na medida em que eles detestam a doutrina, pisoteando-a diariamente, a palavra de Deus nos admoesta a observá-la:

"Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina" (1 Tm 4:16).

"Porque virá tempo que não suportarão a sã doutrina" (2 Tm 4:3) .

"Retendo a palavra fiel que é conforme a sã doutrina" (Tt 1:19).

"Todo aquele que prevarica e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus" (2 João 9).

Cristo é a única verdade e o caminho que nos leva a Deus. A Bíblia deve ser a nossa regra de conduta cristã, a fonte da nossa incessante busca.

João Calvino nos advertia que "O verdadeiro conhecimento de Deus está na bíblia e ela é o escudo que nos protege do erro".

Busquemos, pois, a verdade, e sejamos imitadores de Cristo.

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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Predestinação e responsabilidade humana






Dizem que algum dia todos já foram arminianos, acreditando firmemente no livre arbítrio para buscar a Deus, ter fé, a despeito de ser tão claramente explicado na Bíblia que "todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus" (Rm 3:23).

Além de toda a humanidade estar destituída da glória de Deus com o advento da queda do homem (pecado de Adão), ainda assim o mesmo apóstolo Paulo ainda nos adverte que:

"Não há justo, nem sequer um, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer" (Romanos 3: 10-12).

Ora, se fomos destituídos da glória de Deus e se não podemos buscá-Lo, conforme claramente explicitado na Bíblia, não há como se discutir que esse "sopro de fé" nos é insuflado por Deus, pelo que se designa na Bíblia como graça (Ef. 1:4-5).

Todo o processo salvífico do homem é "dom de Deus" , logo, não vem de nós (Ef. 2:8-9). O Criador, na Sua glória, misericórdia e Soberania é quem elege os seus para a salvação, mediante a graça pela fé em Cristo num processo ordenado (Rm 8:29-30) e reprova outros, consoante exemplificou em sua Palavra referindo-se a Esaú e Jacó (Rm 9:11-23).

Quanto a essas verdades eu já não tenho qualquer dúvida, mesmo tendo sido um dia arminiano, crendo na capacidade de buscar Deus a despeito dEle mesmo, vejo que essa possibilidade não existe e é anti-bíblica (Fl 2:13; Jo 6:44, 6:65).

A única dúvida que ainda teima em aflorar - talvez a palavra não seja esta, mas falta de compreensão - é a antinomia predestinação versus responsabilidade humana. Eu aceito a predestinação com resposabilidade humana, porém, não nego o paradoxo (aparente ou real?) entre as duas proposições. Por outro norte, não consigo aceitar que tais proposições sejam axiomas, assim entendido como "algo óbvio ou consenso". Não! De maneira alguma!!!

Se tais proposições fossem uma platitude, como querem alguns reformados (e eu sou um), não sobejaria tanta discussão a respeito da questão: uns aceitando, outros não; uns explicando, outros não. E outros ainda, simplesmente aceitando a existência das proposições, mas cedendo ao mistério de Deus - não sem antes buscar incessantemente a resposta.

Um argumento que considero meio faccioso e reacionário é simplesmente tachar aquele que "cede ao mistério" por não extrair lógica do silogismo, como intelectualmente menor, implícita ou explicitamente, "não redimido", por não ter sido "iluminado" pelo Espírito Santo. Essa posição, confesso, me causa certo descontentamento. Além de ser arrogante.

Eis que tal discussão veio à tona no blog da Norma Braga (normabraga.blogspot.com), sendo que eu quero colacionar alguns comentários (aqui) (não todos, pois ficaria muito extenso), conforme o farei abaixo, devidamente editados, com a citação dos nomes de cada um dos comentaristas:

Ricardo Mamedes disse...
Olá norma,Concordo com a sua última consideração. Efetivamente cabe a nós reconhecermos a soberania de Deus sobre a sua criação, em detrimento das nossas próprias escolhas: a vontade do homem é um 'minus' em relação à soberania divina. Este o primeiro ponto.Destarte, com referência à assertiva do Jorge Fernandes (e sei que o Roberto tem igual pensamento), acho que ainda não há uma resposta clara para a questão da predestinação e responsabilidade humana (posição do Rev. Nicodemus e John Piper). Conforme já afirmei alhures, os argumentos não me convenceram, por falta de lógica. E aí sim, reconheço que a lógica humana é insuficiente para a plena compreensão da lógica de Deus.Logo, consigo aceitar as proposições do calvinismo mesmo reconhecendo a minha incompreensão sobre a questão colocada à lume. Por outro lado, sou forçado a reconhecer que, quando tentam explicar esse mistério para "reforçar", senão corroborar o calvinismo, há sim uma certa forçação de barra. O raciocínio fica torto, meio claudicante, pra não dizer sofismático.Conclusão: aceito o calvinismo como melhor doutrina, mesmo com alguns pontos de interrogação.



Norma disse...
Ricardo,Argumentar também que Jesus é cem por cento Deus e cem por cento homem é uma impossibilidade lógica. Há pontos da fé em que a lógica humana é insuficiente. Mas abordar o assunto não pode ser um tabu. Mesmo correndo o risco de "forçar" a barra, temos de tentar. Se o assunto devesse ficar fora de nossa alçada intelectual, Deus não teria permitido que surgisse na Bíblia.Mas não creio que seja forçação de barra admitir duas verdades irreconciliáveis quando se trata de Deus. Deus não é homem. Somos mentes finitas tentando pensar o infinito e, sobretudo, tentando desesperadamente não diminuir Deus. Qualquer argumento que coloque a responsabilidade humana CONTRA os desígnios eternos de Deus (uma lógica que funciona na vida dos homens, mas não para pensar Deus) acabará por diminuí-lo. Só para evitar isso, vale todo esforço. Para mim, basta o pensamento de que as duas realidades coexistem. Como e por quê, só saberemos no céu.



Roberto Vargas Jr. disse...
Ricardo,Já discutimos alhures e sabemos como pensamos a respeito. Apenas queria acrescentar que o problema aqui não é tanto lógico, mas axiomático. Só haverá um problema lógico se aceitarmos a premissa de que é necessário autonomia para a responsabilidade. Pois a vontade não autônoma que chamamos livre-agência é suficiente para que haja a responsabilização. E, embora eu possa pensar a responsabilidade menos dependente da vontade que isso, não me oponho a este pensamento de forma alguma! Na verdade, eu o assumo.

Ricardo Mamedes disse...
Norma,Mas foi exatamente isto que eu afirmei: a nossa compreensão não alcança todas as verdades de Deus. E o problema colocado,a meu ver, é uma dessas verdades, um desses mistérios.Eu jamais considerararia tabu este ou qualquer outro assunto, tanto que o discuto, e mais do que isso, aceito, tento compreender tudo até chegar à encruzilhada citada por você, que desaguaria na diminuição da soberania de Deus.Para deixar claro, também penso que o fato de reconhecer duas verdades inconciliáveis não é a forçação de barra a que me referi, mas sim o fato de querer explicar o inexplicável de Deus à luz do conhecimento humano. Todavia, esta é a minha posição - e eu certamente não a quero como verdadeira. Mesmo porque é o posicionamento de quem confessa não ter respostas para a "equação divina".Roberto,Apenas citei que o seu pensamento ia naquele sentido. Quanto a considerar que "a vontade não autônoma (livre agência) é capaz de gerar "responsabilidade", mesmo sob a égide da soberania divina, é exatamente o que não me convence nesse viés. A meu ver a responsabilidade humana somente seria explicada logicamente ( e precisa ser lógico, pois discutimos sob o prisma da nossa finitude e limitação)se houvesse autonomia. Portanto, como eu aceito que não temos mesmo autonomia, uma vez que estamos adstritos aos desígnios de Deus, o raciocínio me parece incompleto, embora bem alinhavado.



André disse...
Caro Roberto, antes de tudo quero agradecer por seu comentário sobre o negócio dos fractais. A despeito de sua ignorância, fique à vontade para comentar ou mesmo perguntar por lá. Talvez acabemos descobrindo que sou tão ignorante quanto você, ou quase. Ao menos me sinto muito ignorante quanto a física e matemática, sobretudo esta última. Seja como for, fico feliz em saber que você tem gostado desses textos.
Quanto ao assunto em pauta, ainda não pude ler os textos que você recomendou, mas aproveito para indicar aqui um que escrevi em julho de 2007, e do qual creio ainda poder endossar os pontos essenciais: http://andrelv.blogspot.com/2007/07/mais-grandiosa-das-aventuras.html. Creio que o texto poderá ser mais bem compreendido se eu declarar desde já aquilo de que ele não trata: não busco decidir se Deus pode ou não interferir em nossa liberdade, e sim se é possível - algo metafisicamente, digamos - que ele não o faça. Mas não entendo liberdade no sentido de autonomia em relação a Deus, e sim no de oposição ao determinismo, em qualquer sentido materialista, spinozista ou coisa do tipo. Aliás, a ambivalência dos termos é uma fonte de problemas: nego o livre-arbítrio ao discutir com arminianos e semipelagianos, mas o defendo ao discutir com ateus, agnósticos e monistas. É necessário atentar para o fato de que esse termo, e outros correlatos, adquirem diferentes significados nesses diferentes contextos. Bem, creio que não precisava dizer tudo isso a você, mas talvez seja útil para outros leitores que eventualmente passarão por aqui.
Creio que logo descobriremos se concordamos ou não, e em quê. Mas devo manifestar desde já meu acordo quanto a um ponto: considero certas ênfases no mistério um tanto exageradas; o assunto é, digamos, "desbravável" até certo ponto, pelo menos, e esse ponto é profundo o suficiente para fornecer respostas racionais a muitas objeções que se fazem ao calvinismo por aí. Não devemos negar o mistério, mas também não devemos deixar que cresça além do necessário. Ao mesmo tempo, não posso deixar de concordar com o Ricardo, e não posso ter a pretensão de uma resposta completa para a questão. Muitas soluções oferecidas também me incomodam. A solução do Jorge, de que creio ter lido algo parecido em Gordon Clark, é uma delas. Não aceito a formulação tradicional do problema, a não ser que se defina liberdade de alguma maneira mais precisa do que comumente se faz. E tampouco aceito a acusação de que "o dilema não passa de um temor que temos de que o mundo julgue a Deus pela existência do mal", como disse o Jorge. Mas creio que o post que indiquei diz o suficiente sobre o que penso a respeito.




Ricardo,Sim, meu pensamento vai um pouco na direção do do Jorge. Mas digamos que estou entre ele e você! rsBem, de fato é difícil de não ceder ao mistério se se assume a premissa de que é necessária autonomia à responsabilidade. Para mim, aquele texto que citei de Calvino é magistral e suficiente para resolver a questão. Mas eu sugiro a leitura das Institutas completas. Pode até não resolver a questão para você, mas será certamente edificante!

Conclusão: que atire a primeira pedra aquele que souber a resposta capaz de exaurir o conhecimento de Deus.


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domingo, 13 de dezembro de 2009

Reflexões sobre o suicídio




Tem sido recorrente nos blogs a discussão a respeito do suicídio de cristãos, especialmente sobre ser plausível ou não o suicídio daquele que é salvo. Assim foi que no blog da minha amiga e irmã Regina Farias (reginafarias.blogspot.com) essa discussão foi levantada (aqui ), oportunidade em que aproveito para, sem mais delongas, reproduzir os nossos comentários logo abaixo, talvez suficientes para levar luz sobre a questão, ou, pelo menos, induzir à reflexão:

Ricardo Mamedes disse...

Olá Regina,Penso exatamente como o joão no que se refere ao suicídio e destino da alma. Até fiz um comentário no post do Pr. Renato Vargens.Há verdades que não podem ser relativizadas e uma delas é a verdade bíblica. Essa verdade não pode ser relativizada, tampouco minimizada em razão da experiência humana. E nesse sentido, ninguém poderá alcançar a Deus sem o arrependimento, que leva à regeneração, e esta, a um processo gradual de santificação. Porém, arrependimento é condição 'sine qua non' para alcançar a salvação. Ao suicida, por seu turno, é negada essa possibilidade, uma vez que o seu 'último ato' é tirar a própria vida. E a Bíblia é clara em asseverar que "os homicidas não alcançarão a Deus" - a menos, claro, que haja arrependimento.A minha teoria é que andam pregando muito a bondade de Deus e omitindo a Sua justiça e o seu "justo juízo". A ira de Deus, segundo J. I Packer (tenho um post sobre isso), se revelará no juízo, quando afastar os reprovados dos eleitos.Não acredito ainda que qualquer doença ou debilidade mental excluam ou minimizem a verdade bíblica citada em epígrafe, posto que Ele mesmo afirma em Sua Palavra que a "Sua obra será completa". Ou seja, o plano de salvação sendo completo, não admite o não livramento de Deus e, por conseguinte, a possibilidade de um eleito suicidar-se. Não posso crer nisso. Muitas pessoas não ousam afirmar isto por medo da reação das pessoas, posto que tais verdades podem doer. Todavia, à luz do entendimento bíblico é assim que eu teorizo sobre o assunto suicídio. Entretanto, respeito as opiniões contrárias.


Regina Farias disse...

Ricardo

Eu também não creio em bondade dissociada de justiça. Até um pai terreno é "bonzinho", põe no colo, perdoa, mas aplica sua disciplina, seu corretivo, sua digamos, "pena".Se bem que confesso que fiquei simplesmente maravilhada quando pude experimentar esse Deus amoroso que procurei em uma vida inteirinha quando "conhecia" o Deus carrasco/repressivo/punitivo/malvado.E olha, é justamente em cima de um fragmento da sua colocação que eu contra-argumento de certa forma, talvez por ser uma eterna sonhadora, sei lá. Mas não por teimosia imatura nem tampouco jamais por querer passar por cima da Palavra ou jeitosamente manipulá-la de modo agradável pra mim. Eu não teria essa presunção.Bom... suas palavras, são:"...arrependimento é condição 'sine qua non' para alcançar a salvação. Ao suicida, por seu turno, é negada essa possibilidade, uma vez que o seu 'último ato' é tirar a própria vida. E a Bíblia é clara em asseverar que "os homicidas não alcançarão a Deus" - a menos, claro, que haja arrependimento".É nesse finalzinho que eu penso, entende? alguém que fez a bobagem, tipo ingerir um monte de comprimido e ver que não tem volta e sabe-se lá o que ocorre naquele curto espaço de tempo entre a agonia e o desfecho. Só Deus está ali e mais ninguém. É só nisso que me pego, mas como esperança, apenas isso. Não questiono o que está claro. E nem o que, de repente, não é pra estar claro, pois essa parte fica por conta da fé. Concordo contigo e justamente por ser pautado na Palavra.

Por fim, deixo apenas reproduzido o versículo em Atos 3:19:

"Arrependei-vos, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados"


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sábado, 12 de dezembro de 2009

Deus e o homem: similiaridades e paradoxos


Colin Chapman

Dizer que o homem é similar a Deus significa que:

Assim como Deus é pessoal, também o homem é pessoal
Assim como Deus tem mente e pode pensar e comunicar-se, também o homem tem mente e pode pensar e comunicar-se; o homem é racional.
Assim como Deus tem vontade e pode decidir e fazer livres escolhas, também o homem tem vontade e pode fazer certas livres escolhas; o homem é responsável e terá de prestar contas de seus atos.

Assim como Deus tem emoções e pode sentir, também o homem tem emoções e pode sentir .

Entretanto, o homem é claramente diferente de Deus quanto a certos aspectos:

Deus é infinito, não limitado pelo espaço e pelo tempo; não se dá o mesmo com o homem.
Deus é espírito e não tem corpo; o homem possui corpo físico com todas as suas limitações.
Deus é dotado de conhecimento e poder absolutos; o homem não é dotado dessas qualidades.

Conforme foi originalmente criado, o homem "era perfeito" : viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.

Embora o homem não seja mais perfeito, continua sendo criação de Deus e traz a Sua imagem. . A semelhança foi desvirtuada, mas não completamente obliterada. O homem continua tendo algo em comum com Deus, e é exatamente isso que lhe dá sua dignidade e grandeza. Por conseguinte, por mais que os escritores da Bíblia tenham frisado o estado decaído do homem, nunca perderam de vista o fato de que ele é a coroa da obra criativa de Deus em todo o universo.

"Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem, que dele te lembres, e o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus, e de glória e de honra o coroaste. Deste-lhe domínio sobre a obra da tua mão, e sob seus pés tudo lhe puseste; ovelhas e bois, todos, e também os animais do campo; as aves do céu e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares."

Sou um ser criado , e tenho de aceitar esse fato. Preciso reconhecer as minhas próprias imperfeições, limitações e debilidades:

"Ai daquele que contende com o seu criador e não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso dirá o barro ao que lhe dá forma: que fazes? Ou: a tua obra não tem alça? Ai daquele que diz ao Pai: por que geras? E à mulher, por que dás a luz?"

Uma vez que eu tenha chegado a esse ponto de aceitação, então poderei ser tomado por profundo senso de confiança e alegria. Naquele que me criou e que me conhece tão completamente:

"Pois tu formaste o meu interior, tu me teceste no seio de minha mãe. Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem; os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e entretecido como nas profundezas da terra.

Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nenhum deles havia ainda.

Que preciosos para mim, Senhor, são os teus pensamentos.
As tuas mãos me fizeram e me afeiçoaram; ensina-me para que prenda os teus mandamentos."

O HOMEM AGORA É UM REBELDE CONTRA O SEU CRIADOR

A raça humana encontra-se agora em estado de rebelião contra o seu próprio criador. O homem talvez reconheça que Deus existe. Os homens chegam mesmo a tentar adorá-Lo de diversas maneiras. No entanto, nao O amam conforme Ele merece. E não conseguem viver à altura de Seus padrões.

O homem não foi criado como rebelde; mas tornou-se um rebelde. Quando Adão foi criado foi-lhe ofececida uma escolha: depender de Deus e ser-Lhe obediente, ou ser independente.

Deus advertiu claramente quais serião as consequências da desobediência:

"De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás."

Os efeitos da rebelião e do pecado de Adão foram transmitidos à raça humana em sua inteireza:

"Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram."

A rebeldia do homem contra Deus, no tempo presente, consiste, por conseguinte, da virtude de viver de acordo com as leis reveladas por Deus.

João define o pecado em termos de desregramento ilegal:

"Todo aquele que pratica o pecado, também transgride a lei; porque o pecado é a transgressão da lei."

Paulo define o pecado como a recusa do homem por reconhecer a verdade que ele sabe no tocante a Deus:

"A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detém a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidas por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis. Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios tornaram-se loucos."

Aqueles que nãod receberam a mais plena revelação de Deus por intermédio da Bíblia e por meio de Jesus Cristo, encontram-se no mesmo estado de rebelião contra Deus. Paulo afirma que, embora não tenham recebido essa revelação mais ampla, eles estabeleceram determinados padrões para si mesmos e seus semelhantes, mas não têm vivido de conformidade com os mesmos.

"Portanto, és indesculpável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas; porque no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas. Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade, contra os que praticam tais coisas. Tu, ó homem, que condenas aos que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus?"

Isso quer dizer que homens que jamais ouviram a revelação mais plena de Deus, registrada na Bíblia, serão julgados de acordo com o fato se viveram ou não em consonância com os padrões que estabeleceram para si mesmos e para outros. E, sobre essa base, não existe quem seja inocente diante de Deus,

"... todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado.

"... todos pecaram e carecem da glória de Deus."

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Família, dádiva de Deus







Esta ao lado é a Sarah, minha filha mais velha, com 12 anos de idade, uma linda moça. É incrível como o tempo passa... parece que foi ontem (lugar comum? He he he) que ela nasceu: uma linda menina branquinha, de olhos azuis. A maior felicidade. Ela costuma dizer com um sorriso maroto: "- O papai parou de trabalhar quando eu nasci". E é verdade. Fiquei completamente bobo, passadão, caído por aquela coisinha. A cada dia que passa eu a amo mais. O que parecia impossível aconteceu: o amor aumentou com o tempo.


À direita temos a outra gatinha, Isadora, igualmente linda, parecendo uma francesinha. É a outra parte de mim. Menina de grandes atributos intelectuais - aliás, ambas são.


Sarah e Isadora, os dois amores que Deus me deu. Costumo dizer sem medo que o amor que sinto por elas é infinitamente maior do que o amor que eu sinto por mim mesmo. Sem qualquer pieguice ou exagero, digo sempre que daria a vida por elas fácil, fácil.


E, finalmente, à esquerda a minha gatona, Luciana, companheira de longo tempo (14 anos), minha cúmplice, a cara metade. Meu amor. Certamente o grande amor da minha vida. Eternamente minha.

Deus nos aproximou muito cedo - ela tinha apenas 16 anos. E nos manteve unidos. As lutas passamos juntos. Todas. À sombra do Altíssimo descansamos: eu, a Luciana e as nossas duas jóias, Sarah e Isadora.

Sou grato a Deus, verdadeiramente, por ter sido presenteado com essas três "mulheres" da minha vida.

Somos quatro partes formando um todo. Servimos e serviremos a Deus até que alcancemos a eternidade com Ele.

Obrigado Senhor pelo grande presente que me deste.

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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Pequena reflexão sobre moral - por C. S. Lewis






C. S. Lewis



Conta-se a história de um garoto a quem perguntaram como achava que Deus era. O garoto respondeu que, como era capaz de compreender, Deus era " o tipo de pessoa que está sempre xeretando a vida dos outros para ver se alguém está se divertindo e acabar logo com isso". Infelizmente, parece-me que é essa a ideia que um número considerável de pessoas faz da palavra "Moral": algo que se intromete em nossas vidas e nos impede de ter momentos agradáveis. Na realidade, as regras morais são como que instruções de uso da máquina chamada homem. Toda regra moral existe para prevenir o colapso, a sobrecarga ou uma falha de funcionamento da máquina. É por isso que essas regras, no começo, parecem estar em constante conflito com nossas inclinações naturais. Quando estamos aprendendo a usar qualquer mecanismo, o instrutor vive dizendo "Não, não faça isso", porque existem diversas coisas que, embora pareçam muito naturais e até acertadas na forma de lidar com a máquina, na verdade não funcionam.


(Texto retirado da obra de C. S Lewis, "Cristianismo puro e simples", Martins Fontes, São Paulo, 2005, p. 91/92)


Comentário: A pergunta que teima em aflorar é: "qual a diferença entre a moral intrínseca do homem e a moral cristã, cujas regras são determinadas pela "Lei moral"? Há convergência entre ambas? Esses dois vetores podem conviver harmoniosamente?


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domingo, 6 de dezembro de 2009

Saul e a médium de En-Dor na ótica de Flávio Josefo







O episódio é bem conhecido na Bíblia, tratando-se da saga do rei Davi, perseguido por Saul que nutria contra ele grande inveja. A desobediência de Saul não somente lhe tirou o reinado, como também a proteção de Deus, fazendo com que Samuel ungisse Davi como o novo rei.


Todavia não é esse o cerne da questão que me cabe alinhavar neste texto, mas o episódio que trata da consulta feita por Saul à médium de En-Dor na véspera de sua morte.


Flávio Josefo é um historiador bíblico incrível, talvez o único contemporâneo de Jesus (nasceu no séc. I, no ano 37), que o citou em sua obra[1],inclusive a crucificação, ficando o fato registrado fora da Bíblia pouco depois do seu acontecimento real.


De família nobre, rica e culta, Flávio Josefo influenciou em seu tempo, tendo participado da resistência ao cerco de Jerusalém no ano 70, quando a cidade foi destruída. Há relatos dizendo que o historiador traiu os judeus para se salvar.


Voltando à médium de En-Dor, no capítulo 15 da sua obra, Flávio Josefo narra o encontro de Saul com a bruxa, conforme relatado em 1Samuel, 28, porém, acreditando que a entidade invocada "fosse de fato Samuel". Embora culto, estudioso da Lei, ainda assim o historiador trazia as crendices do seu tempo.


De fato, a entidade invocada não era mesmo Samuel, nem poderia ser, pois isto contrariaria todo o ensinamento bíblico: quem morre não pode voltar para se comunicar com os vivos.


Saul já estava separado de Deus ao invocar a entidade. Em 1 Samuel, 28:14 resta explícito que se trata de um engano de Satanás. Em nenhum momento se diz que "era Samuel", mas que "Saul entendeu que era Samuel, porque vinha "subindo um ancião envolto numa capa".


E um pouco antes, no mesmo Livro de 1 Samuel, nós podemos constatar que Deus já havia entregado Saul a um "espírito mau". Logo, o monarca já não se encontrava mais sob a proteção do Altíssimo, motivo pelo qual as predições da médium se realizaram (1 Samuel 28:17-19.


A conclusão é que efetivamente Satanás pode levar ao engano, até mesmo "se disfarçando de anjo de luz". E verdadeiramente enganou Saul, fazendo-o acreditar que estivesse falando com o espírito de Samuel.



[1] JOSEFO, Flávio. "História dos Hebreus", CPAD, 1990, tradução Vicente Pedroso, 8ª edição, 2004.



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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Nós, o Eterno e o tempo








Hoje, logo de manhã, dei uma volta pela blogosfera e me deparei com o lamento de um irmão que, angustiado, aguardava a resposta de Deus para uma indagação sua.


E ele reclamava que somente ouvia o silêncio, nada de resposta.

Vou repetir o que disse a ele no seu blog.

Muitas vezes a resposta de Deus é o próprio silêncio. Ele fala no silêncio ensurdecedor, quando nos faz refletir. E a nossa reflexão é a resposta de Deus.

Ocorre que os pensamentos dEle são mais altos e nós, muitas vezes, limitados que somos, não conseguimos apreendê-Lo. Porém, Ele sabe disso...

Eis então que a resposta tão almejada com o imediatismo que requeremos só será inteiramente compreendida no futuro, algum tempo depois.

É isto: tempo, limitação terrena que não acomete o Logos Eterno.

E quando menos esperamos, ei-la, a tão esperada resposta! Porém, ela será dada no momento de Deus e não no nosso tempo. Ele é soberano e nós somos servos. Ele o Criador e nós as criaturas. Logo, é Ele quem decide.

A nós, filhos e servos, resta pedirmos em súplica, aguardando o momento dEle com paciência.



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quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Lições de vida









Hoje tive uma grande lição de vida. Coisa aparentemente pequena, simples, mas que somente a vivência genuína no cristianismo nos oferece - ou melhor, nos contempla.

Voltando ao início de tudo, antes de mais nada devo dizer que fiz alguns amigos nesta blogosfera, cujos textos eu aprecio sobremaneira. Coincidentemente a maioria é de cristãos reformados. Pois bem, um deles é o meu irmão Roberto Vargas (robertovargas-make.blogspot.com). Nos conhecemos por aqui, somos ambos cristãos de denominações diferentes, nunca nos vimos pessoalmente.

O conhecimento inicial se deu , a 'priori', em razão de professarmos a mesma fé. O contato se transformou em amizade, e os meus questionamentos a respeito das doutrinas da graça foram sendo respondidos por ele. Tivemos alguns "conflitos de ideias", diferenças de entendimento, porém, no fritar dos ovos, parece que ambos fomos edificados em Cristo - muito mais em função do maior conhecimento dele e em pequena parte pelos meus questionamentos.

Essa pequena introdução se valeu apenas para desaguar em uma conclusão: o amor de Cristo é maravilhoso. Eis que no dia de hoje enviei ao Roberrto um artigo por email tratando da " soberania de Deus versus responsabilidade humana" de um conhecido Reverendo presbiteriano. Trocamos em seguida mais alguns emails discutindo o assunto e, num dos últimos, entendi mal o posicionamento do irmão e fui ríspido com ele, quase hostil.

Alinhavar essa história aqui vale como um pequeno testemunho. O Roberto poderia ter me respondido acidamente, mesmo porque, não tem qualquer responsabilidade para comigo, sob a visão deste mundo corrompido. Todavia, respondeu calmamente o meu questionamento, apenas no final indicando que houvera ficado chateado com a minha tolice. Reconheci 'in continenti' o meu erro e lhe enviei novo email com pedido de desculpas, o qual transcrevo abaixo:


Caro amigo,

Queira me desculpar, eu realmente me expressei mal no "calor" da discussão por ter entendido mal. Sou grato a você pelas tantas explicações. E efetivamente reconheço que o meu conhecimento teológico é bem limitado, pois sou apenas um grandessíssimo indagador - alguém intuitivo, como eu te disse antes. Queira me perdoar, por favor. As suas explicações são sempre muito bem-vindas. Se não fosse assim eu não faria as indagações. Vou refletir sobre o último email.


Pois é, a resposta do Roberto Vargas foi algo que somente o cristianismo ensina, ou talvez ensine melhor do que as outras religiões: o amor desinteressado (ágape) pelo próximo, o desejo de bem estar do outro, mesmo quando não somos tão bem tratados. Essa sua resposta, digo aqui, foi uma lição e o meu presente do dia. Ei-la abaixo:


Meu irmão,

É claro que o perdôo e, por meu turno, peço também perdão se, na tentativa de entender seu pensamento, tenho interpretado mal qualquer afirmação ou atitude. É um risco que se corre, quando se discute (discussão sempre no seu melhor sentido). Mas nunca deixemos que nosso espírito indagador e nossas defesas se transformem em uma contenda entre nós.

Amo muito você em Cristo, meu irmão. Não apenas suas questões, mas também suas colocações, mesmo quando em discordância, tem sido muito relevantes para mim.


Sim, somente o amor de Cristo é capaz de “contaminar” os eleitos com tamanho desprendimento. É dEle a incrível capacidade de nos transformar, de nos fazer nascer de novo, tal como disse a Nicodemus. NEle suportamos todas as coisas com paciência, longanimidade. Com Ele caminhamos tranquilamente rumo à eternidade.

Termino com uma grande lição do Apóstolo Paulo sobre o amor cristão:


“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (1 Coríntios 13:1-3).

Obrigado, meu amigo e irmão.

Em Cristo, o único que nos faz nascer de novo.



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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Deus que vive em mim e o outro "deus"









Há algo estranho acontecendo no cristianismo atual: as pessoas são céleres em declarar a sua fé em Deus, exalam essa fé através de inúmeras demonstrações de "espiritualidade", porém, emulam o Criador.

É corriqueiro ver "evangélicos" de todas as correntes (neopentecostais, pentecostaise históricos) declarando uma fé genuína, sem aceitarem, contudo, a plena soberania de Deus.

Uns, querem o Criador lhes servindo, quase como um serviçal, dando-lhe ordens e determinando ações. Outros, negociam a sua "atuação" em suas vidas de várias formas: oferecendo dinheiro em troca de benesses à semelhança de um 'escambo espiritual', ou com pedidos os mais estranhos travestidos de 'oração', ou troca de favores, etc. E há aqueles que ainda são tão espirituais, tão profundamente ungidos, que conversam 'tête a tête' com o criador, como se fossem verdadeiros 'camaradas' em uma prosa entre iguais.

Difícil é encontrar pessoas que vivenciam de fato a soberania de Deus em suas vidas. Não é tarefa fácil 'pescar' nas igrejas homens e mulheres que admitem um Deus absoluto a lhes comandar os destinos conforme a Sua santa e reta vontade. Nas mais das vezes, aqueles mesmos que se declaravam plenamente submetidos ao senhorio de Cristo, negam a sua própria miserabilidade, a total depravação da vontade para buscarem Deus, se agarrando desesperadamente ao inextinguível "livre arbítrio".

Como é difícil acomodar um Deus soberano em um homem dotado de livre arbítrio...! A meu ver, uma qualidade elimina a outra. Ou Deus é verdadeiramente soberano, ou o homem é plenamente livre para buscá-Lo. A se aceitar que o homem é dotado de plena liberdade para ir a Deus, as Escrituras mentem (Jo 6:44, 6:65; Fl 2:13; Rm 8:30, 9:14-23...).

É triste conceber que vivemos uma era de "homens fortes" e de um "deus fraco, menor, de poder atenuado. Reconstroem-se novos olimpos, levantam-se das suas 'madres 'pós-mordernosas' e liberalizantes titãs, deuses humanos, rivalizando com o Deus único.

Enquanto mais crescem os cristãos, novas pesquisas pipocando aqui e ali comprovando o "maravilhoso crescimento dos evangélicos", tanto mais o Todo Poderoso diminui. Ele agora está ofuscado pelo "poder do homem. É tênue a linha imaginária que os separa.

A humanidade está matando Deus a cada momento em que declara pomposamente o seu livre arbítrio, ou quando se iguala a Ele em uma simbiose satânica. Os homens estão assassinando Deus quando O desenham em cores fracas, tornando-O quase invisível, quase confundindo-O com os elementos, ou consigo mesmos.

Conquanto façam tudo para destruí-Lo Ele ainda continuará a ser Deus e viverá nos corações dos eleitos até a consumação dos séculos, quando estes forem definitivamente separados para a eternidade com o Criador.

Enquanto Ele não vem, a minha oração diária será: "Senhor, dá-me forças para perseverar na Sua Palavra, pois sou um pecador miserável e sem qualquer mérito; renova em mim a cada dia a sua graça e perdoa-me pelas minhas fraquezas e iniquidades". Amém.

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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Estranho e Soberano Deus

Há duas passagens referentes a dois personagens na Bíblia que revelam um Deus muito estranho, pelo menos diante da limitação humana, insuficiente para apreender a insondável profundidade do Todo Poderoso. Eu me refiro ao profeta Ezequiel (Ez 24:15-18), especificamente à morte de sua esposa, e a Oséias e seu casamento (Os 1).

No primeiro caso a passagem me parece literal e revela um Deus que, para cumprir os Seus desígnios, se vale das suas criaturas como bem lhe aprouver, segundo a Sua vontade e de acordo com os seus projetos.

Ao que tudo indica, o profeta Ezequiel tem uma predileção especial pela esposa e companheira, nutrindo por ela grande amor e profundo enlevo, uma vez que Deus se refere a ela como a "delícia dos teus olhos" (Ez 24:15). E, não obstante, o Soberano vaticina ao profeta, sem nem mesmo lhe preparar o espírito para tão dura notícia: "tirarei a delícia dos teus olhos".

A esposa amada será tirada sem que se apresente qualquer motivo ou justificativa. Grosso modo, não se trata de punição ou castigo, tampouco de um projeto previamente definido. Não há razão aparente para tal proceder, o que nos remete a Romanos 9:14-23: "quem resistirá à sua vontade? Quem poderá discutir com Ele? Quem dirá a Ele para ter ou não misericórdia?

O mesmo Deus que livra Israel dos seus inimigos é o Deus que pune. Não satisfeito em tirar a delícia dos olhos do profeta, Deus ainda lhe determina peremptoriamente: "...não lamentarás, nem chorarás, nem te correrão as lágrimas. Geme em silêncio, não faças lamentação pelos mortos, prende o teu turbante, mete as tuas sandálias nos pés, não cubras os bigodes e não comas o pão que te mandam" (Ez 24:16-17). Ou seja, o Criador está dizendo ao servo que lhe tirará a esposa amada, mas ele deverá se manter altivo, sem o semblante descaído, sem choradeiras e lamúrias, mas que continue trabalhando (mete as sandálias nos pés) como se a vida corresse normalmente.

No segundo caso, não se sabe se a passagem é de fato literal, ou se se trata de uma alegoria, uma vez que os estudiosos divergem entre si. O fato é que Deus, ao falar com Oséias, ordena que ele vá e busque Gômer, a prostituta, e com ela gere filhos. O Todo Poderoso não oferece qualquer alternativa, apenas determina: -Vá, busque a prostituta e com ela tenha filhos.

Se de fato a passagem bíblica for real, literal, e não apenas uma alegoria, Deus alinhava todo esse roteiro apenas para traçar uma analogia com a nação de Israel que houvera se 'prostituído', desobedecendo à sua vontade, embora sendo povo escolhido, tornando-se 'esposa adúltera', corrompendo-se em crimes e imoralidades.

A conclusão a que chegamos, não somente pelos dois fatos colocados à lume, é que a soberania de Deus é absoluta. Ele usa as suas criaturas como lhe aprouver, quando quiser e conforme a sua vontade, sem prestar contas a ninguém. No entanto, Deus não faz nada aleatoriamente, nada que não obedeça a um plano preordenado. Pelos seus atributos, Ele não administra o caos e nem é o seu autor. A nós, enfim, sendo seus filhos, devemos tão somente obedecer, reconhecendo nEle toda a sabedoria, poder, soberania e amor. Nos submetendo à Sua vontade como massa nas mãos do oleiro.

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Sobre lobos vorazes (...) - e irmãos

Nos meus dois posts anteriores eu condeno a atitude liberal e pós-moderna da comunidade evangélica em geral e da minha em particular, pelo foco demasiado no homem - a figura do "profeta" - ficando Deus e seu filho unigênito relegados a segundo plano.

Quero mais uma vez reafirmar as minhas assertivas anteriores, porém, cristalizando a certeza de que amo a minha igreja, os meus irmãos e o pastor - o que motiva a minha imensa preocupação com os rumos que estão tomando, ao substituirem a suficiência de Deus e do Evangelho de Cristo pela experiência humana baseada em sinais, prodígios e doutrinas de homens.

Se há algo que marcou de fato a reforma foi a "Declaração de Cambridge", afirmando a inerrância das Escrituras como fonte única da revelação divina escrita, culminando em que a obra do Espírito Santo na experiência pessoal não pode ser desvinculada dela (Sola scriptura); a suficiência de Cristo no processo da salvação pela justificação (Solos Christus); a suficiência da graça como causa eficaz da salvação em Cristo, excluindo a capacidade humana nesse processo, a teologia da autoestima, prosperidade, etc (Sola gratia); a suficiência da fé em cristo no processo salvífico, mediante a graça (sola fide); e que toda a glória deve ser dada exclusivamente a Deus, o autor da nossa salvação (Soli deo gloria).

A declaração de fé da denominação Batista (histórica) é baseada nos princípios em epígrafe.

Por tais razões, é inadmissível a aceitação de atitudes ou experiências que contrariem esses princípios, como os atos proféticos, profecias humanas, teologia da autoestima e autoajuda; da prosperidade, cair na unção, etc, uma vez que a figura de Cristo fica relegada a segundo plano e a glória que somente deve ser oferecida a Deus é desviada.

Sendo suficiente a Escritura, desnecessário que busquemos profecias humanas. A palavra de Deus é inerrante e imutável, tem origem conhecida (Deus), enquanto que as referidas profecias provém de homens, e cuja origem ninguém pode afirmar (1 Cor 13:9-10). Logo, repito, a experiência humana jamais poderá suplantar a inerrância da escritura, normalmente conduzindo a terríveis erros.

O Evangelho da prosperidade e da autoestima, com a exaltação do "eu" anulam a figura de Cristo, o seu sacrifício, assim como fazem tombar a graça. É o homem se bastando, nesse diapasão, tanto Deus como Cristo não são mais necessários. Estas atitudes se caracterizam em grave pecado.

A nefasta figura do "cair na unção" ofende todos os princípios acima alinhavados: não tem fundo escriturístico, promete santificação imediata, anula a figura de Cristo e confere glória exclusivamente ao homem. Paul Gowdy, um dos que introduziram essa nefasta "unção" na Igreja de Toronto veio a público relatar que é "maldição, engano satânico, com força destrutiva contra a Igreja". Portanto, cuidado!

Não há libertação senão por intermédio de Cristo, mediante a graça. Não há homem que faça outro homem se achegar a Deus, posto que somente Ele tem tal poder (Rm 3:10-18, 8:30, 9:11-23; Efésios 2:8-9; Filipenses 2:13). A batalha espiritual que pregam por aí é apenas falácia, uma vez que a libertação se dá exclusivamente por intermédio de Cristo, em consequência da fé, mediante o chamado de Deus.

Toda e qualquer unção prometida por homem é mentirosa. A Bíblia não comporta essa possibilidade, não prevê essa condição. E a única unção verdadeira é a que "vem do Santo" (1 Jo 2:20) não tendo necessidade que ninguém "vos ensine sobre ela" (1 Jo 2:27).

O apóstolo Paulo nos adverte que as heresias virão sobre a Igreja de Cristo, asseverando que "Até importa que haja entre vós facções, para que os aprovados se tornem manifestos" (1 Cor 11:19). Aos crentes cabe analisar a Palavra e reter somente o que é bom, descartando o que não provém do Evangelho, como os atos proféticos, profecias humanas, teologia da prosperidade, autoestima, cair na unção, etc.

Concluo dizendo que apenas e tão somente cuido para defender a sã doutrina bíblica ( 2 Jo 1:10-11; Gal 1:8-9; 1 Tm 4:16; 2 Tm 4:3; Tt 1:19) para que os irmãos, os quais amo, não caiam no erro, afastando-se de Deus (Efésios 4:14).

A palavra ainda nos adverte que surgirão falsos mestres e falsos profetas com sinais e prodígios de mentira (Mateus 24:24; 2 Pedro 2:1-3).

A nós, como crentes, cabe vigiar, orar , crer em Cristo que nos justificou e na graça salvadora, não dividindo a glória de Deus com homens, ainda quando denominados "profetas" , e mesmo que prometam benesses, unções e poder.

Sola Scriptura! Solos Christus! Sola gratia! Sola fide! Soli deo gloria!

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