segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

...De um insuportável cansaço

Estou há muito tempo sem escrever por aqui e cada vez que penso em fazê-lo, mais o desânimo me invade. Escrever o quê? Sobre o que escrever eu sei, pois este é um blog cristão, cujas postagens, ainda quando pessoais e intimistas, trazem em si uma grande dose do cristianismo que professo.

Sem querer vender uma falsa impressão de carência ou de santidade, sinto cada vez mais intenso o distanciamento a me empurrar dos blogs e sítios virtuais que tratam de cristianismo, e mais ainda da apologética tão em voga por estas plagas. Há, certamente, coisas muito boas, mas há também muito orgulho. Ao final, erramos todos.

Irmãos antes admirados, tornam-se nossos algozes. O conhecimento intelectual sepultando a sabedoria. Uma tal fé completamente híbrida, sem qualquer fruto. Amor, bondade, paz, passam a ser apenas "muleta" usada por "ignorantes". A filosofia toma o lugar da teologia e a pregação é substituída pelos longos, enfatuados e afetados teologismos.

Há um discurso de bondade e de "fé", mas sem quaisquer ações nesse sentido. As ações efetivas se direcionam para a discussão sem misericórdia; a exortação sendo substituída pela ironia fina. Não há lugar para sequer relances de humildade ou as mais tênues manifestações de afeto: a arena teo-filosófica não permite tais fraquezas.

Nos mais loquazes "combatentes" dessa "guerra" do cristianismo virtual sobram farpas, arestas, acusações, denúncias. Ao final dos áridos 'rounds', depois de muito vituperar, encerra-se com uma espécie de reverência, quase uma doxologia: "que Deus tenha misericórdia de nós". Ou: "naquele que nos salvou". Quase a soar como um epitáfio... Quem sabe seria a morte do verdadeiro amor cristão, com o endeusamento da razão.

Há exceções, sem dúvida. Em muito do que escrevi e narrei acima, eu também estou incluído. Porém, ando em busca de um cristianismo mais calmo, mais amigo, mais puro; menos altivo, menos "sábio".

Não é preciso que me digam que sei pouco, pois eu mesmo enxergo e reconheço as minhas carências e limitações, principalmente na seara filosófica. Contudo, pouco me acresce a filosofia, ainda que com laivos de interesse e edificação cristãs, notadamente quando consorciada com a Verdade e dela dependente.

Este pequeno texto revela cansaço. Revela ainda a certeza de que serei cada vez mais seletivo, muitas vezes fugindo de alguns sábios e me aproximando de outros, cuja sabedoria evidencie verdadeira reverência e piedade cristã real.

O saber não distancia o homem de Deus, disto estou certo. O que distancia é a pretensão.

E é só.


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