sábado, 28 de maio de 2011

A igreja local e a crítica



Em tempos de ataques renitentes contra a igreja institucionalizada, eis-me aqui a afirmar o meu amor pela minha igreja. Não a tenho como especial, como a dona de uma tal "revelação" salvadora só a ela pertencente; nela não há profetas, nem curas e nem shows. É apenas um templo, um espaço aberto circundado por paredes onde se reúnem pessoas que se autodenominam irmãos.

Amo a minha igreja local não por ela ser perfeita, nem melhor que as demais. Não venho aqui na tentativa de incensá-la, ou vender uma imagem de pura santidade e perfeição: na minha igreja há bons membros e outros nem tão bons; há desacertos, contrariedades, decepções. Porém, junto a tudo isto, há busca e sede pela Palavra de Deus.

Estou cansado de uma certa generalização presente nos espaços virtuais de orientação evangélica onde se prega um quase desapego à igreja institucionalizada, como se ela fosse a fonte de todos os males. Estar em uma igreja, ser membro de uma comunidade religiosa cristã, seja ela qual for, é motivo para acaloradas discussões, motivada por um grupo que abomina a "religiosidade" (e eu também abomino, na verdadeira acepção do termo). Para ser descolado, inteligente e intelectualizado, necessário que não se esteja ligado a qualquer denominação, posto que de lá se originam todas as vicissitudes que nos afastam de Cristo.

Na esteira desse modismo imposto pelos desigrejados, nasceram o repúdio denominacional e o fenômeno das denominações que não são denominações, igrejas que não são igrejas. Tem tudo para ser igreja, estrutura, corpo denominacional, organização, espaço físico, hierarquia (ainda que sutil), mas pode ser denominada de "caminho"... E, desses tais grupos "anárquicos", por assim dizer, nascem todos os ataques à estrutura denominacional presente no mundo inteiro, desde o alvorecer do cristianismo.

A crítica encarniçada à igreja institucionalizada revela o desassossego de um grupo incapaz de se relacionar com os seus semelhantes, na maioria das vezes. Não se aceitam regras, pois elas na verdade são "imposições" - como se não houvesse regras em toda e qualquer organização legalmente instituída.

A desculpa corrente é sobre a imposição de usos e costumes tão presentes em alguns corpos denominacionais, que abraçaram o legalismo desde o seu nascedouro. Contudo, nem mesmo esta crítica se mantém, na medida em que há uma gama de possibilidades e de opções. Sem fazer qualquer proselitismo denominacional, eu mesmo faço parte de uma denominação que abomina os tais usos e costumes, os legalismos , alicerçando-se na Palavra de Deus, sem quaisquer muletas.

Não nego que as denominações tendem a piorar, exatamente porque se afastam em ritmo acelerado das Escrituras, anunciando um "outro Evangelho" tão bem definido pelo apóstolo Paulo como anátema. Mas há exceções. Sempre há. O apego deve ser ao Evangelho verdadeiro, à pregação honesta e propositiva, à fiel interpretação da Palavra, quando se escolhe um grupo qualquer, a fim de exercitar a convivência e comunhão. Certamente que o caminho não é mesmo o isolamento e a crítica generalizada, desprovida de ações concretas para o crescimento do Reino.

Amo a minha igreja muito além de um simples apego denominacional. Amo-a porque lá encontro irmãos a quem posso abraçar, rir e chorar; dividir momentos de alegria desinteressada. Lá posso adorar em contato com outros, em coletividade, sendo um ser relacional, assim como o próprio Deus o é. O Criador se relaciona comigo , antes disso se relacionando consigo mesmo, em sua perfeita Trindade, quando ainda o Espírito de Deus pairava sobre o abismo.

Quero cada vez mais voltar-me para a igreja local, participando das suas lides cotidianas, dos seus labores, do Culto, da pregação, do riso, do encontro semanal, da conversa que sucede o Culto, do cântico alegre, da oração...

Tentarei fugir das discussões estéreis, da mesmice, da repetição sobre temas cujo consenso é impossível, por se apoiar em subjetividades, conjecturas, achismos. Que eu seja capaz de calar quando a resposta não estiver contida nas Escrituras; que eu possa, ainda nesses momentos, ter a minha opinião (e tenho), mas sem cometer a temeridade de querer julgar a Deus, ou impor a Ele uma culpa que é minha. Por isso mesmo anseio por valorizar a igreja local, onde tenho a certeza de que a busca é ainda pelo Evangelho simples. Pretendo dedicar-me ao serviço de Deus com os poucos dons que me foram dados por Ele.

Até que reste um grupo com o qual eu possa me reunir em adoração, onde a heresia não tenha penetrado, onde os membros queiram apenas adorar simplesmente, lá eu estarei, com a graça de Deus. Pretendo ainda, por longo tempo, exercitar a comunhão com os meus irmãos, especialmente se, para isto, puder me reunir com eles em um espaço denominado igreja visível.

Continue lendo >>

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Com Deus, mas sem teocracia


Cumpre esclarecer, inicialmente, que tenho vários amigos defensores de uma teocracia, ou um governo teocrático a ser estabelecido no mundo, e no Brasil em particular, orientado pelas Leis bíblicas - em sentido 'lato senso', no afã de não particularizar (Lei mosaica) para não ser acusado de simplista.

Um problema que enxergo nesse grupo é uma certa condescendência generosa com que premiam aqueles "outros" cristãos que não comungam do seu ideal, próximo a um beneplácito para com os pseudos-crentes contrários à "lei de Deus". E nesse ponto eu os acho rasos. O sentir-se detentor da verdade não faz ninguém dono da verdade. O exclusivismo purista sobre uma "interpretação" à prova de refutação ou contestação é uma verdadeira falácia, posto que a ninguém cabe decretar juízos de valor imperativos provenientes do próprio pensar: a arte de raciocinar pode até ser geral, mas não o seu produto. Sem esquecer que nem todos os raciocínios podem ser considerados verdadeiros, ainda quando partem de uma verdade absoluta (passível de ser torcida).

Não desejo aqui fazer uma longa citação de versículos bíblicos no intuito de "provar" o erro dos teocratras/teonomistas a respeito de um Estado guiado por Leis bíblicas civis, com aplicações penais, especifiamente estabelecidas no AT, no pentateuco, cujo arcabouço jurídico é comumente denominado de Lei Mosaica. De forma geral, vejo inúmeras exceções àquela regras, contidas no mesmo arcabouço, seja no primeiro pacto, ou no segundo.

A meu ver, embora com os seus erros e desacertos, o Estado deve ser laico. Parafraseando o Helder Nozima, o Estado deve garantir o direito de pecar. Nesse diapasão, o padrão da lei humana jamais terá o padrão da Lei de Deus: "A César o que é de César e a Deus o que é de Deus". Homens que se dizem cristãos jamais aplicarão a Lei de Deus com equanimidade e justiça, ainda quando investidos de autoridade.

O mundo se compõe de povos com crenças diversas, e o Brasil não é diferente. Além de cristãos há também muçulmanos, judeus, budistas, maoístas, hinduístas, etc. Partindo-se de uma teocracia, qual desses grupos deteria o poder, a força da aplicação da Lei, estabelecida segundo os seus padrões religiosos? Sim, porque a moral e a ética são diferentes, com peculiaridades em cada grupo.

Provavelmente este meu texto deixará indignados os meus amigos teonomistas, por não defender o cristianismo. Porém, se isto ocorrer eu afirmarei que é um erro crasso, refletindo uma compreensão superficial de problema tão complexo. Pois bem, seguindo na mesma trilha, penso que o Estado deve ser laico, com regras de conduta definidas para o seu povo, a ser aplicadas emItálico seu território a fim de garantir a unidade. Esse tal Estado teocrático, ainda que refletindo os valores do cristianismo, nos quais acreditamos e cremos absolutos, jamais garantiria a unidade, mas, ao contrário, estabeleceria o caos e a beligerância, oriundos das disputas que adviriam, resultado de tamanhas e complexas diferenças.

Ademais, mesmo acreditando que os valores provenientes da "Lei" possam e devam ser aplicados ao nosso tempo sem qualquer adequação, malgrado os seus aparentes e possíveis anacronismos e exceções (...que atire a primeira pedra...), quem teria a titularidade e autoridade para tanto? Se já não temos os profetas nomeados por Deus para "ungir" o "rei", quem o elegeria? O povo? Seria estabelecida uma democracia representativa? Somente cristãos poderiam votar (aí já não seria democracia...)? Se todo o povo tiver o mesmo direito, voto por voto, qual será o resultado? Ou o governante será nomeado, com poderes de plenipotenciário? Mas quem o nomeará, o povo, ou o próprio Deus?

Os questionamentos acima são apenas um fragmento do que poderia efetivamente surgir se a teocracia fosse novamente estabelecida no mundo atual. Utopias não funcionam em um mundo real. Há que se compreender que a Lei Mosaica foi instituída em favor de um povo escolhido, eleito por Deus (Israel). Um povo que ainda não tinha lei. Um povo oriundo da promessa e gozando dos seus benefícios exclusivos, quando os demais povos se encontravam afastados dessa mesma promessa. Com a vinda de Jesus Cristo, o Salvador, a graça foi ofertada a todos, judeus e gentios, provenientes de toda a face da terra.

Devemos pregar o Evangelho e anunciar a Cristo; a Lei de Deus está incrustada em nossos corações e a ela tememos e respeitamos, mas não temos a titularidade da sua aplicação, tampouco nos foi delegada autoridade para fazê-lo. Não fomos ungidos por Deus e Ele não nos delegou autoridade política ou governamental para instituir um estado teocrático nos moldes daquele que houve em Israel. O próprio Estado de Israel não discute a possibilidade de instituir um Estado teocrático judaico/cristão.

Tenho a esperança, quase certeza, que o próprio Deus jamais delegará ao seu povo autoridade para a aplicação da sua Lei nesta terra, posto que Ele governa e sustenta não somente este mundo como todo o universo. E Ele, através de Seu Filho, julgará a todos quantos devam ser julgados, quando estabelecer o seu Trono neste mundo, e os campos estiverem prontos para ser ceifados. E então, quando da ceifa, será separado o joio do trigo, cada um para a sua finalidade.

Continue lendo >>

sábado, 21 de maio de 2011

Convicções e certeza, mas com serenidade


Muito se tem falado ultimamente sobre a questão da homofobia, textos têm se multiplicado, inclusive na blogosfera cristã, ou de viés evangélico. Tudo isto, em resposta às instituições, que de uma maneira manifestamente unilateral têm se posicionado a favor do politicamente correto enfiando goela a baixo os seus "valores", refletidos, em tese, pela vontade da sociedade como um todo. Conversa fiada. Os estratos da sociedade não foram indagados e tampouco ouvidos. Não há questionamentos públicos, ou uma pauta social proveniente do Parlamento possibilitando a audiência de toda a população brasileira em prol da aprovação de leis que tratem de um nicho, como o PL 122, criminalizando a homofobia.

O problema não é criminalizar esta ou aquela ação humana ilícita, cujo ato é mais do que legítimo, mas fazê-lo direcionadamente para defender uma parcela da sociedade que deve ser tratada pelo Estado com o mesmo beneplácito, ou com a mesma dureza que as demais: "dura lex, sed lex!" ("a lei [é] dura, porém [é] a lei"). Duas questões importantes emergem: primeiro, bi-legislar, por assim dizer, ao prever punições em lei ordinária sobre fato jurídico já previsto tanto em normas constituicionais (ver art. 5º CF), como em leis infraconstitucionais (ver Código Penal); e, a segunda, dar um viés de pessoalidade na elaboração da lei, que, por princípio constitucional, deve ser impessoal.

A sociedade não pode e não deve ficar a mercê de grupos, ou refém deles. Os lobby's não devem ser mais fortes do que a vontade manifesta de um povo. A sanha petista esquerdopata voltada para os (des) valores inviesados do politicamente correto não deve ser imposta a todos e tampouco aceita. Se é para lutar, a luta é legítima, ainda que travada por cristãos em prol da defesa de valores que nos são caros.

O PL-122, juridicamente falando, é um acinte contra a própria Constituição Federal, tanto pelos motivos já alinhavados, como por tantos outros, impossíveis de serem colacionados neste pequeno espaço. Contudo, repito o que tenho dito por aí: eu não me espanto com nada que venha de uma sociedade formada por homens caídos, ímpios de rematada dureza de coração, muitos deles não regenerados. Penso que a luta dos cristãos verdadeiros será cada vez mais difícil nesta terra, pois somos peregrinos e forasteiros, a lutar não contra moinhos de vento, mas contra a roda dos escarnecedores, que cresce, cresce e cresce... Sim, eu sou pessimista.

Portanto, nada disso me espanta e nem me amedronta. Não prego a passividade, o abanar de ombros, a indiferença própria dos pusilânimes, mas uma luta serena. Ainda que formos derrotados e que os valores cristãos sejam jogados por terra, lembremos que Cristo venceu o mundo e eis que somos vencedores nele e com ele.

A Holanda, com a sua rica história reformada, com expoentes como Kuyper, transformou-se em uma sociedade permissiva, sendo um dos primeiros países a aprovar, através de seu Parlamento, o casamento entre homossexuais, a liberação das drogas, etc. Os cristãos da Holanda foram suprimidos, desapareceram, perderam a salvação? Não. É preciso que estejamos preparados para aparentemente perder, sem abandonar a batalha, mas sem desesperar. O importante é não desistir de pregar a Verdade proveniente do Evangelho. E este Evangelho diz que o homossexualismo é pecado:

Romanos 1: 24 Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; 25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!
26 Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; 27 semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. (Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada - Com Números De Strong)

E ainda que o Estado diga que o homossexualismo é uma opção sexual a ser respeitada, sob pena de responsabilidade criminal, cabe a nós pregar o Evangelho sem medo, sem temor, respeitando o homossexual como criatura de Deus, amando-o, mas sem calar a verdade. O Espírito é que os convencerá de seu pecado, chamando-os à regeneração e ao novo nascimento, razão pela qual não há que se ter temor. Sem esquecer que Deus está no controle de todas as coisas, e todas elas caminharão rumo ao cumprimento do seu propósito, sem que sejamos eximidos da nossa responsabilidade.

A recente sessão realizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), reconhecendo a união estável entre homossexuais, é sim, um precedente para a aprovação, em última instância, da união civil entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que a união estável, desde a Constituição de 1988, se iguala ao casamento civil (art. 226, CF). Nesse caso, eu tenho afirmado por aí em outros blogs, que, embora sendo diametralmente contra o reconhecimento de tal união estável, somente aceitável entre casais, assim entendidos juridicamente como homem e mulher, reconheço que os direitos advindos de uma sociedade, seja ela de que orientação for, devem ser garantidos. A ordem social deve ser imposta em qualquer situação, e a garantia de direitos patrimonias oriundos do labor mútuo deve ser assegurada à luz do direito, mesmo que tal labor tenha sido efetuado por dois homens ou duas mulheres. Nada a ver, porém, com a aceitação de uma união estável entre homossexuais, que, para mim, é completamente anômala.

Por outro lado, e finalizando, é necessário que nós cristãos saibamos dialogar com os nossos contrários, sem estigmatizar as suas ações, mas tentando convencê-los da verdade. É preciso aprender a persuadir sem ser radical, xiita; sem ser histriônico, embora sendo convincente...

...Sal e luz, no verdadeiro sentido bíblico.

Continue lendo >>

sábado, 7 de maio de 2011

A "ilha"



Uma ilha. Uma ilha relativamente pequena, com mais ou menos 15 quilômetros de um extremo ao outro, de norte a sul e de leste a oeste. Uma ilha margeada por maravilhosas praias, com areias brancas, alvas e com um mar cristalino, onde peixes e crustáceos são vistos à distância.

Na ilha é possível ver duas grandes montanhas, que começam a se formar logo depois da praia. Os montes estão cobertos por vegetação pujante, grandes árvores, entremeadas de palmeiras e coqueiros. Há uma trilha que leva ao pico de uma das montanhas onde se encontra um lindo mirante. Do mirante se enxerga o horizonte... a vista quase se cansa de tanto mar. A sensação é de conforto e alegria. Dá pra sentir a Mão do Criador a acariciar a paisagem através de uma suave brisa ao mesmo tempo diferente e peculiar.

Não há dor e nem sofrimento na ilha. Nem lágrimas ou decepções. Na ilha estão todos que eu amo. Há celebração diária, do amanhecer ao anoitecer. À noitinha nos reunimos na praia, olhando os reflexos da lua em tons prateados brilhando sobre a arrebentação. Todos nós, em uníssono, entoamos cânticos que parecem belos.

Nessas noites acendemos uma fogueira e nos reunimos à volta dela enquanto observamos as fagulhas e o crepitar das chamas, evocando maravilhosas recordações. Pássaros, em grande revoada, celebram o clarão da lua, enquanto vislumbramos as suas sombras e o seu voo tranquilo. É uma calmaria só, uma beleza única, uma sensação indescritível. A comunicação não se dá por palavras e nem sons, mas por olhares. Os pensamentos se misturam formando uma unidade perfeita. Não há tédio e nem cansaço na minha ilha. Nem perseguições. Há tão somente alegria incontida.

Há dias em que tenho muita saudade da minha ilha, até mesmo ansiando por ela. Estou com saudades dela neste momento. Minha mãe e alguns entes queridos estão lá, cuidando dela para quando eu chegar. Lá na ilha, em um dia qualquer, nos encontraremos eu, a Luciana, a Sarah, a Isadora, o César, o Tairone, o Décio, suas esposas, a Andréia, seus filhos... E tantos outros.

Neste exato momento é provável que eu esteja triste. Mas a tristeza é muito menor do que a saudade que sinto da ilha. Ao mesmo tempo há júbilo em todo o meu ser, pois tenho a imorredoura certeza de que a ilha me espera. E lá estarão reunidos para me receber a minha mãe e tantos outros...


Continue lendo >>

  ©A VERDADE LIBERTA, O ERRO CONDENA - Todos os direitos reservados.

Template by Dicas Blogger | Topo