segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Pequeno desabafo sobre grandes fraquezas


A vida cristã é uma caminhada longa, permeada de espinhos, uma trilha quase inacessível. Por vezes nos alegramos ao imaginar que a trilhamos bem, outras vezes, sequer acreditamos que ainda permanecemos nela, mais parecendo que pegamos o "atalho" que nos leva à via larga e bem pavimentada.

É doloroso, pelo menos comigo, observar que ainda estou a cometer velhos erros quase relegados ao esquecimento, conquanto pensasse que já havia ultrapassado essa "fase". Por quê? Por que ainda os cometo se tenho Cristo na minha vida e sinto-o constantemente a "acordar" a minha consciência outrora entorpecida?

E então me dou conta que a velha natureza está aqui latente, bastando um pequeno "cochilo" para que ela volte com a sua antiga sanha. Sinto claramente a batalha travada constantemente com esse "eu" teimoso, essa carne maldita, contaminada pelo pecado. Os erros de outrora aflloram, o "espinho" começa a latejar na carne, a fúria e a ira vencendo o equilíbrio e a temperança... E então penso, logo após a descarga, o rompimento do dique de emoções que escoam (e ecoam) pela boca em duras palavras: miserável homem sou!

Não é preciso que me digam nada, nem que seja confrontado com o pecado, passada a fúria, pois eu mesmo me encarrego de esbofetear-me, rugindo intimamente contra a intemperança. E não há tapa que doa mais do que aquele que damos em nós mesmos.

O pior de tudo é sentir que se retrocedeu na vida cristã, um sentimento de retorno à estaca zero que nos faz duvidar do caminho que antes seguíamos: - por onde sigo, é esta mesmo a estrada ou me embrenhei por estrada errada?

Por que não resisto ao latejar da ira se sei previamente que o resultado será amargo? Por que sentimentos sepultados, condutas dessarraigadas teimam em brotar dando ensejo ao antigo homem?

Novamente me dou conta que sou nada! Vejo claramente que o controle que pensava ter cai por terra diante da mínima provocação, quando abandono a dependência necessária, quando imagino que sou autossuficiente , esquecendo-me de recorrer à bondade e misericórdia do Criador. Nesses momentos, passada a tempestade - como agora - eu me envergonho profundamente de me declarar cristão. Aliás, quase chego mesmo a duvidar disso...

Quando busco o bem por minhas próprias capacidades, quando tento caminhar sozinho, tropeço, retornando à certeza de que a minha justiça não passa de trapo de imundície. E torno a me enxergar pequeno e miserável, e a imagem que vejo refletida no espelho da minha mente é feia , quase horripilante. Sou nada! Parece que todo o caminho longamente percorrido não passa de alguns insignificantes metros. Em alguns momentos, sinto como se tivesse andado em círculos, voltando ao ponto inicial...

O bem que quero não faço, mas o mal que não quero...

Há pouco li num blog de um amigo que é muito fácil debater aqui neste mundo virtual, pois, ainda que os ânimos se exaltem, há uma linha imaginária demarcada, que as pessoas não querem e sabem que não devem ultrapassar, salvo raras excecões. Na vida cotidiana é que o "fruto" será percebido ou não. É lá que os espinhos serão mais certeiros. E a resistência duramente conseguida pode ser, em um momento, destruída. Cedem os diques, prorrompem as águas a levar consigo tudo o que vem pela frente. E basta um único momento assim para nos trazer desânimo e incertezas

Passada a tormenta, ainda que desesperados, desanimados, desvanecidos, faz-se necessária a reconstrução.

Nesses momentos, o melhor é lembrar novamente dos conselhos do apóstolo: quando sou fraco é que sou forte, pois é na fraqueza que sou aperfeiçoado - ainda que duvidemos disso.

Quando a minha segurança está alicerçada nas minhas próprias forças, mesmo que inadvertida ou involuntariamente, Deus me faz lembrar que fora dEle tudo é efêmero, fugaz, etéreo. Eis que me volto para Ele pedindo misericórdia: tenha misericórdia de mim SENHOR!

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