O clamor da sociedade, o clamor dos cristãos
Há uma mistificação segundo a qual "crente" é alienado, não participante das questões políticas e sociais que alimentam constantemente a mídia em suas várias versões, principalmente nesta "rica" era petista. É pura bobagem. Cristãos, como em todas as camadas da sociedade, são diversificados: existem de fato os alienados, prontos a seguir o primeiro guru que aparece, assim como aqueles que não somente têm cultura no âmbito secular, como, também, especificamente, na seara teológica. Eu conheço vários, dentre eles, alguns brilhantes.
Se nos ativermos à política, fácil observar que a sociedade como um todo vem reagindo, ainda que vagarosamente, em resposta às várias questões que são colocadas. Os cristãos seguem por esta mesma via. Durante alguns anos enxergamos uma sociedade brasileira quase que anestesiada frente às mazelas que os seus representantes lhe impunham diuturnamente. A corrupção que sempre existiu no meio governamental foi potencializada no malfadado governo de esquerda lulo-petista, que se mostrou insensível, "cego" e "surdo" à roubalheira generalizada que afluiu à esfera política. A fraude, antes disfarçada e mascarada, passou a ser o modus operandi do tal governo de esquerda; os dossiês espúrios eram articulados nos escaninhos do submundo do poder por "autoridades" cuja face jamais aparecia; cuecas passaram a ser meio de transporte de valores, representados por moeda sonante em reais, dólares e euros. Enquanto tudo isto acontecia, a sociedade se mantinha apática, hipnotizada pelo gorvernante-mor, outrora "legitimado" pelas urnas. Daí a legitimar todas as suas ações foi um pulinho: tudo lhe era permitido, ainda que ilegal ou imoral.
O alcance da norma jurídica passou a valer apenas para governados, os princípios constitucionais e as sanções neles contidas não mais se aplicavam à urbe, ao populacho em geral, mas apenas àqueles que não se alinhavam à companheirada. Enquanto que, por seu turno, aos companheiros tudo era legítimo e possível, mesmo que as ações fossem totalmente contrárias às mais comezinhas regras de Direito: ” Aos amigos do rei os favores da lei, aos inimigos do rei, os rigores do rei, os rigores da lei”. Ou, fugindo da Grécia e refugiando em terras tupiniquins: "Aos amigos, tudo, aos inimigos, o rigor da lei".
E assim, tristemente, a política brasileira foi comandada na última década nos dois mandatos do esquerdista Luis Inácio Lula da Silva. Pipocando aqui e acolá escândalos de malversação de verbas e rendas públicas, mensalinhos e mensalões, pacotes de dinheiros escusos nos gabinetes das repartições; enquanto isto, o Estado brasileiro ia sendo degradado e dilapidado. Este mesmo Estado agora servindo não ao povo, à coletividade pagadora de impostos, mas ao partido no poder. Os "companheiros" e apaniguados dividindo o "butim" entre si.
Malgrado o aparecimento de tantas provas das tais malfeitorias, o governante-mor repetia incessantemente: "não sei, não vi". mais ou menos como o marido traído que, confrontado com a verdade mais crua, repete que somente acredita, vendo - ainda que todas as provas estejam escancaradas à sua frente.
O governo novo continua sendo de esquerda, mas sem aquelas nuances peculiares que caracterizavam o anterior, erigido em vida ao mito. Logo, à lenda-viva tudo era permitido.
A sociedade brasileira está dando sinais de cansaço. Aqui e ali pipocam manifestações contrárias à ilegalidade tão em voga no "meio político". Grande parte da imprensa continua deitada em "berço esplêndido", fazendo de conta que tudo está às mil maravilhas, especialmente aquela "amiga", que foi por oito anos aparelhada pelo petismo. A mesma imprensa que apoia a idiotice ignorante proveniente do Ministério da "Educação", com a sua "nova linguagem inclusiva", em cuja construção não se vislumbra nenhuma regência e gramática; a imprensa que se cala para o controle que se quer contra ela mesma, para resguardar o "apoio financeiro", mantendo incólume os seus "ganhos".
A sociedade está se cansando e nós cristãos devemos nos inserir entre aqueles que dizem NÃO Á CORRUPÇÃO. Enquanto parte da imprensa se cala pelo aparelhamento do "partido", é preciso que nós gritemos em alta voz, seguindo as vozes que têm feito eco desde o dia 07 de setembro e que se anunciam pelas redes sociais! Haverá um momento em que toda a imprensa será forçada a noticiar as manifestações de repúdio aos políticos fraudadores, malfeitores da res publica, vampiros dos dinheiros da saúde e titulares de tantas outras malfeitorias privadas, mas tornadas públicas por poucos meios de comunicação que se permitem fazê-lo, sem temer ameaças e sem sucumbir às "trinta moedas".
A revista Veja desta semana noticiou o clamor de jovens e nem tão jovens que se juntaram sem interesse ou orientação política nas praças e ruas das capitais país a fora. É um bom sintoma de que as coisas podem mudar, assim como ocorreu há três décadas quando a mesma sociedade entorpecida resolveu dar um sonoro basta à ditadura vigente. Ou que pintou suas caras juntando-se aos milhares contra um presidente corrupto, cujo movimento foi suficiente para destituí-lo.
Vamos aguardar os próximos acontecimentos, cujas articulações estão confluindo para o dia 12 de outubro. Quem sabe até lá muitas outras manifestações surjam para incutir temor aos de má índole que se escondem nos corredores do planalto, nas salas climatizadas, ou nos gabinetes do Congresso, onde o populacho não chega, mas seus gritos ecoam.
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