quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Lições de vida









Hoje tive uma grande lição de vida. Coisa aparentemente pequena, simples, mas que somente a vivência genuína no cristianismo nos oferece - ou melhor, nos contempla.

Voltando ao início de tudo, antes de mais nada devo dizer que fiz alguns amigos nesta blogosfera, cujos textos eu aprecio sobremaneira. Coincidentemente a maioria é de cristãos reformados. Pois bem, um deles é o meu irmão Roberto Vargas (robertovargas-make.blogspot.com). Nos conhecemos por aqui, somos ambos cristãos de denominações diferentes, nunca nos vimos pessoalmente.

O conhecimento inicial se deu , a 'priori', em razão de professarmos a mesma fé. O contato se transformou em amizade, e os meus questionamentos a respeito das doutrinas da graça foram sendo respondidos por ele. Tivemos alguns "conflitos de ideias", diferenças de entendimento, porém, no fritar dos ovos, parece que ambos fomos edificados em Cristo - muito mais em função do maior conhecimento dele e em pequena parte pelos meus questionamentos.

Essa pequena introdução se valeu apenas para desaguar em uma conclusão: o amor de Cristo é maravilhoso. Eis que no dia de hoje enviei ao Roberrto um artigo por email tratando da " soberania de Deus versus responsabilidade humana" de um conhecido Reverendo presbiteriano. Trocamos em seguida mais alguns emails discutindo o assunto e, num dos últimos, entendi mal o posicionamento do irmão e fui ríspido com ele, quase hostil.

Alinhavar essa história aqui vale como um pequeno testemunho. O Roberto poderia ter me respondido acidamente, mesmo porque, não tem qualquer responsabilidade para comigo, sob a visão deste mundo corrompido. Todavia, respondeu calmamente o meu questionamento, apenas no final indicando que houvera ficado chateado com a minha tolice. Reconheci 'in continenti' o meu erro e lhe enviei novo email com pedido de desculpas, o qual transcrevo abaixo:


Caro amigo,

Queira me desculpar, eu realmente me expressei mal no "calor" da discussão por ter entendido mal. Sou grato a você pelas tantas explicações. E efetivamente reconheço que o meu conhecimento teológico é bem limitado, pois sou apenas um grandessíssimo indagador - alguém intuitivo, como eu te disse antes. Queira me perdoar, por favor. As suas explicações são sempre muito bem-vindas. Se não fosse assim eu não faria as indagações. Vou refletir sobre o último email.


Pois é, a resposta do Roberto Vargas foi algo que somente o cristianismo ensina, ou talvez ensine melhor do que as outras religiões: o amor desinteressado (ágape) pelo próximo, o desejo de bem estar do outro, mesmo quando não somos tão bem tratados. Essa sua resposta, digo aqui, foi uma lição e o meu presente do dia. Ei-la abaixo:


Meu irmão,

É claro que o perdôo e, por meu turno, peço também perdão se, na tentativa de entender seu pensamento, tenho interpretado mal qualquer afirmação ou atitude. É um risco que se corre, quando se discute (discussão sempre no seu melhor sentido). Mas nunca deixemos que nosso espírito indagador e nossas defesas se transformem em uma contenda entre nós.

Amo muito você em Cristo, meu irmão. Não apenas suas questões, mas também suas colocações, mesmo quando em discordância, tem sido muito relevantes para mim.


Sim, somente o amor de Cristo é capaz de “contaminar” os eleitos com tamanho desprendimento. É dEle a incrível capacidade de nos transformar, de nos fazer nascer de novo, tal como disse a Nicodemus. NEle suportamos todas as coisas com paciência, longanimidade. Com Ele caminhamos tranquilamente rumo à eternidade.

Termino com uma grande lição do Apóstolo Paulo sobre o amor cristão:


“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (1 Coríntios 13:1-3).

Obrigado, meu amigo e irmão.

Em Cristo, o único que nos faz nascer de novo.



3 comentários:

Roberto Vargas Jr. disse...

Olá, meu caro Ricardo.

Fico feliz que, no fim das contas, você tenha publicado nossa conversa de uma forma que possa servir também de edificação a outros. Assim é que apenas Deus torna o mal em bem!

Porém, isso me dá ocasião de dizer algo de minha atitude na blogosfera. Pois, alguém pode se deparar com um comportamento meu bem diferente em outros lugares, e você mesmo deve tê-lo visto.
Refiro-me à rispidez e nenhuma simpatia que demonstro em certos casos. Desde já, chamo em minha defesa a atitude de nosso Senhor, a quem devemos imitar, que tratava com uma afeição desmedida aos pecadores, mas era de uma rigidez ímpar com os fariseus. Não por estes serem fariseus, mas por sua hipocrisia. Deste modo, nunca serei "agradável" com quem, à semelhança da hipocrisia farisaica, em nossos blogs não se dirigem a nós com honestidade (em qualquer sentido). Nestes casos, tratarei com eles da forma apropriada, sem qualquer tipo de simpatia e mesmo com certo desprezo. E isto quer eles nomeiem-se cristãos ou não, pois cristãos devem ser honestos. Não o sendo, bem faço em não considerá-los irmãos.

Porém, qualquer um que seja honesto em sua crítica, elogio ou qualquer contribuição, este será respeitado. Se por nada mais, por ser imago Dei. Aos irmãos em Cristo, no entanto, o tratamento será sempre de excelência, pois devemos preferir-nos em honra uns aos outros!

E, por fim, é mister dizer que dependo inteiramente da Graça. Tanto para que a repreensão dura e firme seja didática em amor quanto para que o "calor" da discussão com irmãos não me desvie do foco de que temos o Deus Vivo por Pai.

Novamente, fico grato a Deus por termos nos comportado, neste caso, como filhos de Quem somos!

No amor do Senhor,
Roberto

Ricardo Mamedes disse...

Amém meu irmão (Roberto).

Obrigado pelo comentário.

Que Deus, na Sua infinita graça e bondade para com os Seus, nos assista em todos os momentos da nossa existência.

Em Cristo.

Ricardo

João Carlos disse...

As amizades mais profundas normalmente tem seus alicerces cavados até a Rocha, e isso de vez enquando machuca.

Fiquei emocionado em ler tudo o que li até aqui.

Que Deus os abençoe muito!

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