domingo, 1 de agosto de 2010

Soberano Oleiro




"Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus" (Romanos 3.23-24)

O homem certamente foi engolfado pelo pecado a partir da queda. O pecado passou a ser uma marca indelével no seu caráter quando o homem deixou de gozar do beneplácito divino, após a queda do casal primevo, narrada no capítulo terceiro do livro de gênesis.

Tão logo foi cometido o pecado, com a queda propriamente dita, Deus passou a olhar a sua criação com olhos críticos. O pecado teve a força de subverter tudo, tornando disforme e depravada não somente a imagem do homem (feito à imagem e semelhança de Deus), como toda a criação, a totalidade do universo criado. Como que fora disseminada uma sombra, uma cortina escura sobre o universo, absorvendo dele todas "as cores", toda a pujança de outrora. É de se imaginar que o Criador passou a ver o que criara, inicialmente tão bom e belo, com uma sombra a deformar tudo.

O homem não mais conseguia buscar a Deus; o seu Senhor e Criador ficou separado das suas criaturas, uma vez que, sendo santo e justíssimo, não poderia misturar-se a seres pecaminosos e impuros. O pecado, pois, infligiu ao homem a solidão de Deus. Não havia mais como buscá-Lo (Salmos 14.1-3, 51.5-6; Romanos 3.10-12), pois a justiça do homem transformara-se em "trapos de imundície" (Isaías 64.6).

Pelo pecado de um só homem, toda a humanidade pecou e tornou-se carecedora de Deus (Romanos 5.12). Não há obra humana capaz de novamente religar o homem a Deus, a não ser o próprio Deus. Toda a humanidade padece o seu próprio mal; o planeta e o universo gemem pela distância do Criador, pela sua ausência. Os "mortos" continuam nas suas atividades normais, o tempo flui o seu lapso contínuo, mas o homem - morto em seus delitos e pecados - cada vez mais se aprofunda no erro. Não há quem busque a Deus, não há um sequer.

É preciso que o pecado se desvaneça para que o homem, o universo inteiro, possa voltar a Deus. O que fazer, se o próprio homem, vestido de uma natureza completamente pecaminosa não se vê em condição de buscar o Criador? Como religar o que foi rompido? Como restabelecer a antiga imagem e semelhança de Deus ao homem sem a deformação imposta pelo pecado e pelo mal?

Ora, se ao homem é impossível a tarefa de novamente estar em relacionamento com o seu Criador, cabe somente ao próprio Deus, segundo a sua vontade e desígnio eternos, trazer o homem para Ele (João 15.16).

Aprouve então a Deus dar o seu unigênito filho (Joaõ 3.16) para resgatar essa humanidade perdida, trazendo para si todos aqueles que creem, pelo Seu exclusivo amor. Ato unilateral de vontade! E assim, pela obediência de um só homem (Cristo), muitos foram justificados (Romanos 5.19).

Há os que dizem que, a despeito da queda o homem ainda pode buscar a Deus, através de uma força chamada livre arbítrio. As Escrituras dizem que não, uma vez que a depravação foi total: não há quem busque a Deus, pois todos pecaram e carecem de sua glória - através do pecado de um só homem.

Fé. Somente a fé pode novamente religar o homem ao Seu Criador. Não podemos tê-la por nossas próprias forças. Temos um caráter depravado. Não auxiliamos Deus nesse mister. Como tê-la então? Uns dizem que é possível ter fé, a despeito do pecado original, muito embora a Palavra diga que não. Argumentam que a fé produz a regeneração, e que esta fé é fruto de um certo livre arbítrio. Assim, segundo eles, o buscar a Deus é dom do próprio homem. Todavia, a Palavra de Deus diz o contrário:

"Ninguém pode vir a mim se o pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia" (João 6.44);

"Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum lançarei fora" (João 6.37);

"E prosseguiu: por causa disto, é que vos tenho dito: ninguém poderá vir a mim se, pelo Pai, não lhe for concedido" (João 6.65).

Em outras palavras, o evangelista está dizendo que o homem não pode buscar a Deus. E, buscar a Deus, nesse contexto bíblico, é ter fé! Ou seja, Deus nos concede a fé para que possamos buscá-Lo, uma vez que o homem não pode fazê-lo por si mesmo. O contexto bíblico é claro, remansoso, cristalino, irrefutável. Logo, a regeneração precede a fé e esta vem pelo ouvir a Palavra. E essa fé, não vindo do homem, é dom gratuito de Deus (Efésios 2.8-9). A fé, pois, é presente, dádiva de Deus.

O homem coopera com Deus de alguma forma no caminho a percorrer para ter fé? Segundo o que diz a Bíblia (sic) não. Homens mortos em seus delitos e pecados não têm como buscar a Deus, tampouco cooperar com Ele em qualquer coisa. E eis que, por isso mesmo, "Deus é quem efetua em nós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade (Filipenses 2.13).

Finalmente, como Deus opera esse querer e realizar em nós, homens mortos em nossos delitos e pecados? Devemos buscar a resposta na própria Bíblia, então vejamos:

"Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça" (Efésios 1.4-7);

"Nele, digo, no qual fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas segundo o conselho da sua vontade" (Efésios 1.11);

"Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Efésios 2.1

Erram aqueles que dizem, a despeito da própria Bíblia, que fazemos a escolha (fé) através de um certo livre arbítrio, completamente contrário à lógica escriturística colacionada em epígrafe. Ele nos escolheu antes que nós o escolhêssemos (João 15.16), valendo dizer que apenas O escolhemos depois que Ele nos escolhe. E como é feita essa escolha? Por ato exclusivo da vontade do Criador (eleição), através de critérios tais que somente Ele tem conhecimento:

"Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes a imagem de seu filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou" (Romanos 8.29-30).

E de quem é a fé? Porventura é de todos? Não, mas somente daqueles que foram escolhidos por Deus na eternidade (2 Tessalonissenses 3.2; Tito 1.1).

Deus é injusto por eleger alguns e reprovar outros? Não, pois Ele, sendo Deus, tem misericórdia e compaixão de quem quer ter (Romanos 9.14-15). E então, por acaso, depende de quem corre (livre arbítrio)? Não, mas de usar Deus a sua misericórdia (Romanos 9.16).

Deus é o Oleiro, nós somos apenas barro. E o Oleiro faz do barro o que lhe apetece. Faz vasos agradáveis e vasos desagradáveis, exatamente a fim de que sejam diferenciados os bons dos maus, para a Honra da sua glória.



27 comentários:

Georges Nogueira disse...
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Ricardo Mamedes disse...

Caro Georges,

Primeiro, gostaria de cumprimentá-lo pela honra de me conceder a sua visita a este blog, depois de longo tempo de ausência.

Segundo, Deus 'quase' sempre tem "entrelinhas" na Sua Palavra, uma vez que Ele é insondável (Romanos 11.33), não podendo qualquer critura entendê-lo exaustivamente.

Mas nos versículos citados pelo nobre irmão, sinceramente, não consigo vislumbrar qualquer significado oculto, posto que o seu entendimento é de uma literalidade meridiana. A ideia é de uma universalidade do pecado posterior à queda aplicado ao vocábulo "todos".

No entanto, como a sua pergunta se me apresenta não tão clara, clareie-a para que eu possa também ser específico na resposta - compreendendo, claro, que temos visões diferentes sobre soteriologia.

Grande abraço meu irmão!

Ricardo.

Georges Nogueira disse...
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Regina Farias disse...

Ricardo,

Pegando carona no comentário acima, euzinha também estou sempre lendo suas postagens, ainda que tenha alguma que só cabe ler mesmo. Esta é uma delas. Pelo menos para mim.

Mas pra não perder o hábito de dizer algo rss vou repetir suas palavras, só pra que eu aprenda mais.

Deus é o Oleiro, nós somos apenas barro. E o Oleiro faz do barro o que lhe apetece. Faz vasos agradáveis e vasos desagradáveis, exatamente a fim de que sejam diferenciados os bons dos maus, para a Honra da sua glória

Deus te abençõe.

R.

Jorge Fernandes Isah disse...

Ricardo,

Excelente exposição das doutrinas da depravação, graça e eleição, ainda que no espaço curto do blog. Mas, mesmo de forma resumida, foi dez!

Parabéns por meditar e escrever sobre princípios claramente bíblicos, auxiliando-nos não somente no entendimento e conhecimento de Deus, mas sobretudo, a glorificá-lo, reconhecendo a Sua soberana vontade.

Forte abraço, meu irmão!

Cristo o abençoe!

Ricardo Mamedes disse...

Regina,

Por que "só cabe ler mesmo?" É a sua velha ojeriza a textos teológicos? De qualquer maneira é sempre bom receber a visita de amigos cristãos que têm o que dizer, como você.

No entanto, como sei que você é apaixonada pela graça de Deus, observe que esse texto somente a enaltece, como também a Deus, o doador. Em suma, o que eu disse é que a graça é favor imerecido, presente de Deus, logo, não dependendo da vontade humana (vontade adstrita à soberania do Criador).

Na verdade, eu acho estranho alguns entenderem "graça" (e olhe bem o significado do vocábulo), como algo que se "consegue", ou que se "adquire por esforço próprio". Se fosse assim, "a graça não seria mais graça" (Romanos 11.6), para citar uma advertência de Paulo.

Grande abraço!

Ricardo.

Ricardo Mamedes disse...

Jorge,

Receber nota dez sua nesse assunto (que você conhece tão bem) é deveras uma honra! De fato, o assunto é extenso e profundo e necessitaria de mais 'espaço' para ser discutido. Eu apenas tentei fazer um pequeno sumário com uma sequência lógica a respeito das doutrinas colocadas a lume.

É claro que, em razão da síntese, pode ficar mesmo algumas lacunas, ou explicações meio lacônicas e peremptórias, mas já era algo esperado.

O objetivo foi mesmo glorificar a Deus em toda a sua grandiosidade. Entre exaltar a Deus em "excesso" (como se isso fosse possível)e exaltar ao meu próprio eu, fico com a primeira alternativa. Muito mais ainda quando a Bíblia me dá respaldo, como no caso da eleição, predestinação, graça - pois é mesmo obra unilateral de Deus (queiram ou não).

Abraços meu irmão!

Ricardo.

Esli Soares disse...

Ricardo,

Antes de tudo, ótima foto.

Achei fantástico a utilização do termo “engolfado”, foi muito preciso. Realmente nós nos tornamos um amálgama de luxuria e santidade, de depravação e realeza, mortos e eternos, um acontecimento quase tão inacreditável quanto à encarnação do Filho.

Mas tenho que confessar que na oração seguinte a frase “deixou de gozar do beneplácito...” me perturbou. Após a queda, o pecado corrompeu a escultura divina (imago dei) que o ser humano é.
Embora eu seja infralapsariano, não tenho dúvidas sobre Deus ter decretado a queda, mas é o beneplácito divino que ainda dirige as nossas vidas GRAÇA A DEUS!. Na verdade é essa certeza que me leva a ser infra... Deus decreta permitir a queda para o cumprimento do propósito de Deus (que é bom), por isso o homem, mesmo depois da queda goza do beneplácito divino (que nem mudou e nem diminuiu). Mas eu entendo claramente o que você quis dizer. Afinal ‘A Queda’ pressupõe estar em algum lugar e cair de lá. (cair = mudança de estado involuntário =/= de descer, por isso a Queda é do homem).

Outra observação importante é sobre a idéia de um olhar crítico de Deus; não tenho a menor dúvida de pesar nisso tendo em mente a idéia de reprovação. Deus olha o pecado do homem e homem do Pecado com repugnância. Mas acho (creio) que o olhar de Deus foi muito mais de amor e misericórdia do que de crítica, haja vista que a punição é seguida pela promessa de Cristo (ora, não é esse o mistério que é revelado? O Deus que puni é o Deus que salva? Não é se castigando, e com castigo de cruz, que o ofendido aplaca a ofensa a si mesmo, oferecendo-se como holocausto pelo pecado?).

Mas também tenho que admitir que a pungente narração do estrago causado pelo nosso Pecado a toda a Criação ficou excelente e exata (isso me faz pensar: quem é o criador desse caos, da desordem, dessa sombra, do Mal?).

Outras duas expressões que precisam ser “corrigidas” são “a solidão de Deus” (3º§) e “sua ausência”(4º§): no primeiro caso, na verdade o que você quis dizer foi que o homem sente falta de Deus?! De fato isso é por castigo, mas também por graça (manteve a Criação em vez de resetá-la começando um novo projeto sem arvore do conhecimento); Deus expulsa o homem de sua santa presença – Éden – e nisso, hoje, sentimos saudade dEle “sensus divinates”. No segundo caso, tenho certeza que sua idéia não é de afirmar que Deus nos abandonou, mas que permite tudo isso para um propósito maior e que nós (Criação) é que estamos ‘longe’ do Criador. Nós nos especializamos em ‘colocar Deus fora da nossa vida’, não só como nossos sufocantes pecados, mas, principalmente, pela nossa estupidez espiritual (idolatria ou egolatria).

Graças a Deus que Jesus Cristo nos persegue incansavelmente!

Mas, como já disse, ótimo texto, ótimas observações e ótimas explanações.

Deus continue a te iluminar!

Na Paz,

Esli Soares

Esli Soares disse...
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Esli Soares disse...
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Georges Nogueira disse...
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Ricardo Mamedes disse...

Georges,

Queira me perdoar, pois realmente me passou desapercebida a sua "pergunta". Mas calma, você está muito ansioso pela resposta tão óbvia... E, sendo óbvia a resposta, você já poderia ter desenvolvido todo o raciocínio de uma "canetada" só, não é mesmo (hehehe)? Até porque, você não perguntou, mas afirmou que os dois versículos se complementam (basta verificar a primeira oração da frase).

Ainda assim, eu diria mais. Eu diria que a Bíblia se complementa em si mesma. Ela inteirinha! Logo, o contexto bíblico é de suma importância quando analisamos um versículo, ou quando afirmamos algo aparentemente isolado. O contexto, afirmo, é essencial. Tanto que, ao desenvolver o meu pequeno raciocínio acerca da depravação total e eleição, considerei o contexto bíblico, que se complementa no "todo".

Sim, os versículos se complementam: pecamos e fomos justificados gratuitamente pela graça mediante a redenção que há em Cristo Jesus. Esse é o processo de salvação que, a meu ver, malgrado tantas "interpretações", é absolutamente monergista.

Engraçado que Paulo quis até mesmo ser redundante ao construir a afirmação com dois vocábulos sinônimos: graça e gratuitamente. Não é mesmo?

Está respondido, agora vamos ao seu raciocínio, pois estou ansioso para lê-lo (rsrs).

Grande abraço!

Ricardo.

Georges Nogueira disse...
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Ricardo Mamedes disse...

Esli, meu camarada,

Eu exclui os outros comentários seus porque ficaram repetidos, está bem?

Quanto às correções, vamos às justificativas: "beneplácito" ali, realmente tenta levar à ideia de que não havia mais a completude da graça sobre o primeiro casal, pois agora, com a queda, ficara deformada a "imago Dei". Foi esse o sentido que eu quis dar. É claro que a humanidade continuou a gozar da graça comum, tão necessária à própria manutenção do universo, pois "por Ele e para Ele foram feitas todas as coisas".

No outro ponto, no que se refere à "solidão de DEus", eu de fato quis usar uma linguagem meio poética. No entanto, na continuidade o texto clareia tudo, ao justificar que essa solidão era do homem em relação a Deus, proveniente da queda. Ainda assim, a queda não eliminou o "sensus divinitatis" que observamos em Romanos 1: a criação proclama a existência de Deus! Porém, o conhecimento pleno vem somente com a revelação especial. E aí é que eu afirmo que há a "religação" com Deus; a restauração do que fora perdido; o restabelecimento da "imago Dei" (não na sua plenitude, pois isso somente ocorrerá com a glorificação, quando teremos a imagem de Cristo).

No mais, como eu te disse ontem na nossa conversa, ótimo comentário! Certamente complementou o texto.

Grande abraço!

Ricardo.

Ricardo Mamedes disse...

Georges,

Eu sabia que ia chegar aí... Se a expiação foi universal, a salvação também o é (ou seria). Então, com base nesse raciocínio (já que você não quer observar o contexto bíblico), "todos" são salvos. A menos que o sangue de Cristo se perdeu, não tendo eficácia cada gota de sangue do Filho do homem vertido na cruz do calvário.

Todos são salvos?

Ah sim, concordo plenamente com o Neto com relação ao "todos". Mais à frente poderemos ver a raiz do vocábulo (grego e hebraico).

Abraço!

Ricardo.

Georges Nogueira disse...
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Ricardo Mamedes disse...

George,

Vamos lá, nesse nosso ping-pong.

A Bíblia diz que para ser salvo é preciso crer(João 3.16).

Agora faço a minha pergunta: A Bíblia diz que quais são os que crerão?

Ricardo Mamedes disse...

Ué Georges, você estava me apressando tanto, mas quando respondo e lhe deixo uma indagação você desaparece? O que está acontecendo...?

Quais são os que crerão, pela Bíblia, caro Georges?

Ricardo.

João Carlos disse...

Ricardo, meu querido irmão!

Tenho uma opinião pessoal quanto à predestinação. Que fique claro, é apenas minha opinião pessoal (mas que não creio estar muito longe da verdade...):

Deus criou todos nós. Todos plenamente capazes de fazer Sua vontade. Entretanto, nem todos optam em estar no centro da vontade de Deus. SÓ QUE Deus, em sua ONISCIÊNCIA, já sabe desde a eternidade quem vai amá-lo e serví-lo e quem não vai. Mesmo assim, Ele também os criou.

Interpreto isso como prova maior do amor de Deus, pois ele não criou apenas os bonzinhos e deixou os pervervos de fora, mas deu A MESMA CHANCE a todos.

Portanto, interpreto a predestinação como sendo uma "CONSEQUÊNCIA DA ONISCIÊNCIA" de Deus.

Que fique claro: Não sou teólogo nem estou preparado para debater e defender meu ponto de vista. Falo do que sinto em meu coração, e que - repito - não deve ser muito longe do que deve ser.

Um forte abraço!

P.S: Fiz a lista das maiores idiotices que fiz desde que me converti, conforme falei no blog da bispa Regina (ela me odeia por isso!!). Depois passa lá pra ver que não foi pouca coisa que fiz em nome 'di gizús....'.

Georges Nogueira disse...
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O Pastor disse...

VOCÊ JÁ CONHECE O P.R DEUSDETH? NÃO?

ELE ESTÁ DE FÉRIAS EM CANCUN E NOS ENVIOU ALGUMAS FOTOS COM SEUS "AMIGUINHOS"...

VEJA COMO ESSE GRANDE HOMEM É BEM RELACIONADO:

http://diariodoppastor.blogspot.com/2010/07/amigos.html

I.P.B. ARAPUTANGA disse...

Caro irmão Ricardo, que a graça do Senhor continue iluminando sua mente para que evangelize o “mundo” com a exposição das Escrituras.
Ao ler o seu artigo fiquei impressionado, impressionado com várias coisas:
Primeiro com o fato de Deus trabalhar pontos extremamente parecidos na cabeça de duas pessoas diferentes no mesmo dia, pois comparo seus escritos com parte do sermão daquele domingo escrito e preparado nos mesmos instantes, em lugares diferentes por pessoas totalmente diferentes. A isso chamo “interatividade do Espírito Santo de Deus”;
Segundo me impressionou a discussão ao ver como a teologia Bíblica não é absorvida por todos mesmo diante dos muitos textos apresentados, que pelo montante nos remete a hermenêutica reformada que diz que um verso ou um texto isolado do contexto total das Escrituras “não deve estabelecer uma doutrina”;
Por último fiquei impressionado, por me arder o coração diante da Palavra sendo exposta. Fiquei! Confesso que fiquei, muito embora, nada do que disse seja novidade aos meus neurônios, então só ficou claro pra mim que a Palavra exposta de forma sincera e honesta livre de “ganhos”, nos provoca esse ardor.
Quero tecer dois comentários sobre o texto: primeiro. A compreensão do seu texto do ponto de vista humano é sem dúvida algo muito duro, e difícil de ser aceito. Vejo que somos levados a olhar a Palavra com um coração “auto-divino” que não aceita a autonomia do Céu, no que diz respeito a si mesmo e aos correspondentes. Para um coração assim Deus não pode ter uma vontade “tão cruel” assim de fazer dois tipos de vasos.
Meu segundo comentário e já trabalhando também o primeiro e o final de seu texto: “Deus é injusto por eleger alguns e reprovar outros? Não, pois Ele, sendo Deus, tem misericórdia e compaixão de quem quer ter (Romanos 9.14-15). E então, por acaso, depende de quem corre (livre arbítrio)? Não, mas de usar Deus a sua misericórdia (Romanos 9.16)”.
A injustiça existira se todos merecessem o céu e Deus escolhesse uns em detrimento dos outros, mas pelo que você deixou bem claro, ninguém merece, todos fomos reprovados pela natureza pecaminosa e pelo pecado. Sendo assim quando Deus escolhe alguém não está fazendo injustiça, tão somente manifestando João 3.16 amando de “tal maneira”. Ora vejo que João não sabe explicar esse amor, eu também não consigo, mas Deus amou alguns na eternidade e mesmo sendo tão depravados como qualquer um, os predestinou salvar. Dessa forma os que perecem só recebem aquilo que sempre tiveram a “morte”. Compreendeu a mensagem? Não existe injustiça! Ninguém merece então o que existe é misericórdia e graça dispensada aos que Deus entregou a Jesus.

I.P.B. ARAPUTANGA disse...
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Ricardo Mamedes disse...

Caro Pastor Abceil,

Antes de mais nada, é uma honra tê-lo como comentador em meu blog. Já falei de você para muitos amigos que aqui frequentam, inclusive, parceiros seus de ministério (pastoral), provenientes da mesma declaração de fé (reformada).

As suas considerações foram perfeitas e mais do que complementam o meu despretensioso texto, passando a enriquecê-lo e clareando alguns termos.

Quanto à "coincidência" entre este texto escrito por mim e o seu sermão de domingo, é algo inexplicável! À medida que o seu sermão ia sendo desenvolvido eu não podia acreditar em tantas convergências. Realmente, a única explicação plausível é essa "interatividade do Espírito Santo de Deus". Ainda mais, considerando que tudo foi determinado na eternidade por Deus, e escrito em seu livro (Salmos 139). Portanto, não há coincidências!

Você tem toda razão, como o entendimento das Escrituras é eivado de incompreensão, especialmente quando as pessoas se agarram a um tal livre arbítrio que não encontra qualquer respaldo nas Escrituras, acusando o Deus que elege e predestina de "injusto" - contra o próprio texto sagrado (Romanos 9). É incompreensível como não enxergam que essa "autonomia da vontade" relega Deus a um papel secundário na história da criação e redenção do próprio homem. Na verdade, sinto-me triste ao ler argumentos tão falaciosos na desesperada tentativa de proteger esse sinergismo, ao qual não quero dar o nome para não ofender os brios de irmãos piedosos que admiro e tenho afeto.

De fato, é difícil, senão impossível, a um arminiano sinergista, compreender esse Deus soberano das Escrituras Sagradas, que não somente Chama, predestina, justifica e glorifica (Romanos 8.29-30), como também determina cada ação e pensamento das suas criaturas, escrevendo no seu "Livro" na Eternidade (Salmos 139; Efésios 1.4-6).

Eu aprendi a amar esse Deus completa e definitivamente. Não quero um "deus" mais fraco, que eu possa "construir" na minha imaginação. Não quero um deus bonzinho, somente amor. Continuo a amar o Deus bíblico, retratado no Velho e Novo Testamentos, ao mesmo tempo maravilhoso e terrível. Bendito seja o Nome do Senhor na Eternidade!

Grande abraço e volte sempre!

Ricardo.

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