sexta-feira, 4 de maio de 2012

O retorno



O título desta postagem nem deveria ser este, já que não sei se estou de fato retornando. O blog, como podem ver - se é que leitores ainda por aqui vêm - se encontra em abandono quase que completo. Nada de textos novos, nada de reflexões íntimas; ausência de conversas teológicas que tanto estimo.


Problemas? A resposta à  pergunta retórica certamente deveria ser positiva, mas não é  - pelo menos em seu sentido cru e visceral e com a significação que  é peculiar ao vocábulo. De fato, não posso  atribuir o meu alheamento a problemas que estejam acontecendo comigo. Contudo, há momentos em que nos faltam motivação e vontade...  Nada de um pessimismo crônico, embora o mundo, tal como se direciona, nos leve indubitavelmente a um certo distanciamento daquilo que lhe move.


Pode ser que eu esteja passando por um período de autoanálise tão profundo a ponto de requerer de mim um necessário desapego ao outro, ou àquilo que se exterioriza dele.  Não me entendam mal, pois não é algo que se assemelhe a um inescusável  egoísmo, ou àquela horrorosa pretensão dos que se sentem no direito de ganhar sempre, independentemente dos meios usados. Nada disso... 


Há ainda em mim o amor ao próximo, conformado ao mandamento primeiro,  o mais importante estabelecido pelo Criador e Senhor da minha vida. O meu semelhante ainda é capaz de me causar emoções boas ou más; as suas ações podem mover o meu cotidiano. Mas vejo nele, como em mim, um certo ranço daquela natureza decaída e má, capaz de vindicar o seu preço em alguns momentos ( ainda que seja o meu irmão). Aquela velha luta da carne a militar contra o Espírito, tão bem delineada pelo Apóstolo Paulo... 


Os amigos de ontem já não são os de hoje, as interações pessoais mudam ao sabor das emoções, quando não da pura 'estética'  da escrita, especialmente ao lidarmos com o mundo virtual, os tais facebook,  twitter, os grupos virtuais, etc. E, nesse ponto, parece que nos tornamos criaturas invisíveis, apenas algo no imaginário do interlocutor. A partir daí, pessoas que nos conhecem há tão pouco tempo se sentem no direito de fazer inferências e juízos apressados, emitindo por vezes as suas sentenças , obtidas em decorrência de arrazoados os mais simplórios...


Ah, eu amo o meu semelhante, mas às vezes ele me cansa tanto...  


O pior é que estou consciente das minhas próprias limitações, sabendo que devo causar o mesmo efeito em tantos dos meus semelhantes. Enfim, penso que ao fim e ao cabo essas abstrações devem nos levar à certeza de que o  objetivo é mesmo Cristo, e a nossa vitória está nEle. Exclusivamente em servi-lo.


O cansaço do dia a dia que por vezes se reflete na intolerância que sentimos do outro  não deve obnubilar a imagem de Deus que está em mim e no meu semelhante, sob pena de nos tornarmos endurecidos, retornando àquela velha natureza corrompida e não redimida de outrora. 


Que Deus, na Sua infinita misericórdia nos sustente e nos mantenha firmes em direção ao caminho da redenção, sem retroceder jamais.  Jamais!

5 comentários:

Jorge Fernandes Isah disse...

Ricardo,

é retorno ou não? [rsrs].

Rapaz, senti falta dos seus textos. Não tenho andado com muito tempo para a leitura de blogs, mas os blogs dos amigos devem ser sempre lidos.

Espero que retorne pra valer, e largue esse desânimo de lado. Se acha melhor fugir das redes sociais, fuja, mas não deixe de escrever. Como o nosso amigo Roberto Vargas diz, o blog serve para colocar os pensamentos em ordem [mesmo que continuem em desordem]. E, creio ser a forma mais eficiente de se manter o diálogo em alto nível, aprender e ensinar. Dá para receber e transmitir muitas coisas boas através dele. As ruins, esquece-se ou descarta-se, é melhor.

Olhe pelo lado bom, e veja quantas amizades você fez através do seu blog. Conserve-as, homem! E deixe os "inimigos" para lá, com suas disputas. E não devem ser eles a determinar o seu desânimo, mas os amigos, o seu ânimo.

Fico no aguardo do próximo post.

Grande abraço!

Cristo o abençoe e aos seus queridos!

Paulo Brasil disse...

Amado,

o simples fato de pensar no "outro" e em si mesmo, e publicar tais reflexões, oferece a quem o lê o prazer de saber que o cansaço está esvaindo.

Louvo ao Senhor pelo retorno do Amado.

Em Cristo.

Adriano Nazareth disse...

Meu querido & inesquecível amigo Ricardo, que bênção o seu retorno!
Seja bem-vindo, amado!
Já estava com saudade!
Grande abraço!

Regina Farias disse...

Olá, Ricardo!

Você faz falta, sabia? Tanto em textos como em comentários. Gosto de pessoas assim como você: bem informado, educado, ponderado e que sabe discordar com elegância.

Não é confete, é mero reconhecimento.

Mas vc se engana pensando que ninguém vem aqui. Euzinha, pelo menos venho de vez em quando, dar uma 'pesquisada' básica.:) Agora mesmo estava fazendo exatamente isso.

E nem se preocupe pois quem aprendeu a conhecer um pouquinho de sua alma não vai achar que vc é assim tãooo egoísta rss brincadeirinha...

Mas vc está certíssimo quando diz:

'Ah, eu amo o meu semelhante, mas às vezes ele me cansa tanto...'

E bem vindo divorta! Eu que agradeço!

Abs,

R.

Regina Farias disse...

Ah ah ah esqueci de dizer

Amei a charge rss

É bem por aí...

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