Cessacionismo, carisma, novo calvinismo e a "crítica"
Queridos irmãos e amigos que leem este blog. Eis-me aqui novamente a falar do que muito tenho falado ultimamente. Contudo, penso ser necessário esclarecer algumas posições. Vamos lá, sigamos a ordem do tema. Falemos então de cessacionismo. Não, eu não sou cessacionista. E também não sou carismático, posto que o "adjetivo", ou melhor, este rótulo me causa verdadeira urticária.
Não pretendo lançar nenhuma tese sobre o assunto, uma vez que sequer tenho a qualificação necessária: nem teólogo, nem filósofo e nem mesmo pretensioso. Sou apenas um cristão que aprecia sobremaneira as Escrituras sagradas e tenta compreendê-las, ainda que limitadamente. Feita a ressalva, vale dizer que não sou cessacionista porque imagino que Deus usa providencialmente a sua criação inteira. E providencialmente Deus usa pessoas, em especial aquelas que lhe são caras, que são amadas desde a fundação do mundo.
Outrora aqui mesmo já disse e agora repito: não creio em profetas, atualmente, como Jeremias, Ezequiel, Habacuque, Joel, etc. Mas creio que Deus pode usar alguém para dizer algo a outrem e que tal palavra faça parte dos seus desígnios eternos. Não sei se a tal coisa pode se dar o nome de profecia. Acredito que a pessoa usada por Deus para um momento específico e particular sequer saiba que está sendo instrumento d'Ele. Aqueles, porém, que ainda hoje se intitulam de profetas, a mim estão mais para charlatões.
Em linguas estranhas também descreio. Mas acho possível que o Evangelho possa ser pregado entre pessoas de diferentes idiomas e ainda assim ser compreendido, mesmo que os interlocutores não conheçam os idiomas entre si falados. A Palavra, a meu ver, vai além dessas limitações linguísticas. Se a isso se der o nome de dom de línguas, creio então neste dom.
A tais dons se convencionou denominar de miraculosos ou extraordinários - não que a nomenclatura venha ao caso, mas parece que para alguns sim.
Com relação ao "Novo Calvinismo" pouco sei. Apenas e tão somente escrevi um pequeno texto sem grandes ou nenhuma pretensão, na esteira de outros anteriormente escritos (aqui). Pelo jeito, ao escrevê-lo, cometi um grande "pecado", haja vista algumas reações.
E a crítica. Há críticos e críticos. Há aqueles que criticam por não concordarem com o criticado , há ainda os que não compreendem o que foi escrito e aqueles que apenas criticam. Sempre. Criticam, por exemplo, se concordo com o "novo", mas também criticam se eu discordo. Estes tais criticam porque estão acima de tudo e de todos: são mais inteligentes, perspicazes, sábios; denodados cristãos.
Esses seres policialescos acham-se no direito de criticar, mas sem dar nomes. Talvez assim possam atingir a todos que não participam da sua confraria, da sua tribo, do seu grupo "acadêmico", da "rodinha do brilho fulgurante". E eis que criam as suas "teses", os seus arrazoados, os seus "decretos" - e os seus devaneios.
Eu apenas estou aqui para tentar compreender, sem aspirar reconhecimento algum. Porém, não me contento com prefixos do tipo "novo" ou "velho", tampouco limito-me à superficialidade dos termos.
A tais ombudsman da confraria reformada peço, humildemente: deixem-me escrever. E se eu estiver errado, me ensinem. Aliás, estou aqui para aprender com os sábios. Se a crítica, todavia, não é direcionada a mim, nem a "A" ou "B", deem o nome do criticado para que não sejam suscitadas dúvidas.
Eu porém, quando critico, prefiro dar nomes.
Não sou tão velho a ponto de ser ultrapassado e nem tão novo que não possa compreender os enunciados. Sou apenas um amante do Evangelho, e este, coincidentemente, foi tão bem compreendido e explicado por calvino. Assim, sou calvinista - prescindindo de qualquer prefixo ou rótulo do tipo "novo" ou "velho".
4 comentários:
Tiago,
Meu caro, você não conseguiu mesmo captar o sentido implícito do texto... É preciso saber ler nas entrelinhas - parece que você tem dificuldade para fazê-lo.
Eu diria que o texto tem um sentido direto e outro mediato. Na questão que você levanta, não sou cessacionista, este o sentido direto, imediato. No entanto, não sou carismático, primeiro, porque não gosto do rótulo, imerso em grande subjetividade. Segundo, porque, sendo continuísta, creio nos dons de maneira completamente diferente dos carismáticos pentecostais. Penso ter sido bem claro quanto a isto! Releia o texto.
Quer que eu explique melhor? Pois então repito, creio em línguas como idiomas humanos, que pode ser excepcionalmente usado por Deus PROVIDENCIALMENTE, como no pentecostes (Atos 2:4), para que o Evangelho seja pregado "a toda criatura". Sobre profecia, penso ter sido igualmente claro: não creio em profetas, mas acredito que Deus igualmente usa as suas criaturas PROVIDENCIALMENTE, em momentos particulares e específicos, sem o conhecimento da própria pessoa.
Cessacionismo, para mim, é uma tentativa humana de limitar Deus. Porém, não dou a ênfase que querem dar aos dons, mesmo os miraculosos. Como digo sempre, quero apenas compreender a Palavra da Verdade racionalmente e sob iluminação do Espírito Santo. O resto, somente leva a orgulho espiritual, inclusive no que se refere à busca dos ditos dons miraculosos.
Abraços!
Ricardo.
Bom texto Ricardo, e assino em baixo. Entretanto o texto não exprime tudo o que penso sobre o assunto - óbvio, pois o texto é seu e não meu.
Permita-me apenas uma reivindicação que deixarei ao seu critério se é assim ou não que vc arquiteta o seu continuísmo.
Sobre o dom de profetizar (na visão que vc colocou) acho que o 3º período do 3º parágrafo seria mais correto assim:
"Acredito que a pessoa usada por Deus para um momento específico e particular nem mesmo tem que saber - embora as vezes possam ter noção - que está sendo instrumento d'Ele."
No mais...
Esli Soares
Esli,
Assina embaixo? Então quer dizer que você não é cessacionista (hehehe)?
Eu concordo com a sua colocação, de fato aqueles que são usados por Deus em uma ação específica podem mesmo ter a "noção" de que estão sendo instrumento dEle.
E, você, nessa questão dos dons, tem porventura uma posição semelhante à minha?
Grande abraço!
Ricardo.
Cessacionismo: doutrina do inferno. Arrependa-se enquanto há tempo! O próprio texto que os cessacionistas usam, os condena!
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