quarta-feira, 17 de março de 2010

Questões familiares (parte I)

Por Pastor Esli Soares

Um dos grandes problemas que aflige o nosso país é a falta de autoridade, se bem que não a falta de autoridade, mas sim a falta de reconhecimento e submissão às autoridades. Filhos não respeitam mais os pais – também, os pais não se respeitam mais. Temos visto todo o tipo de absurdo, violência e desrespeito. Mães abandonam seus filhos em latas de lixo ou em sacolas plásticas, caixas de sapato. Os alunos já não respeitam os professores, e claro, também não há respeito entre os alunos, inclusive com a escola ou com o próprio ensino. Os governantes? Esses é que já não tem nenhuma autoridade, e há muito tempo; é dinheiro na meia, na cueca, no panetone. De mensalinho a mensalão, o Congresso e todos os políticos nacionais perderam o crédito.

O mundo anda longe de Deus. Em situações como a de Angra dos Reis ou do Haiti, sempre há o questionamento: Onde estava Deus? Se ele é bom como deixou que isso acontecesse? Se ele é todo poderoso por que não fez nada? Deus nos abandonou a nossa própria sorte? Mas a verdade é que nós abandonamos Deus. Não estamos interessados na opinião Dele... queremos construir a nossa sociedade baseada em nossa própria sabedoria. Dia-a-dia, nos distanciamos de Deus, negando sua autoridade, e nos afirmando como senhores do nosso destino.

Dessa forma é no caos onde temos chegado. Violência, estupidez, brutalidade, egoísmo, maldade, drogas, prostituição, e tantas outras coisas semelhantes a essas têm marcado os noticiários, as nossas ruas, e, muitas vezes, a nossa casa. Vivemos uma crise de autoridade, principalmente por que a Bíblia, não é mais tão ‘autoridade’ assim; as igrejas, os pastores, nós, os cristãos, não ouvimos mais a voz de Deus, que fala nas Escrituras, estamos interessados nas nossas próprias revelações, nas elucubrações da nossa própria evolução social, e descaradamente colocamos o nosso “livro sagrado”, na estante.

Na família não é diferente, a começar com o casamento, que inclusive nem sempre é o começo da relação. “O casamento é uma instituição falida” – dizem. Muita gente brinca de casar, e outros se casam brincando. A juventude se diverte pulando de relacionamento em relacionamento. Compromissos?! -Não! Só o que for descartável.

Mas a “receita” para uma família sadia e feliz é simples “O principio da sabedoria é o temor a Deus” Pv 9;10. É na palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, que encontraremos orientação para vivermos. Em Ef. 5;22 a 28, o Apóstolo Paulo fala de padrões que devemos seguir. Esses padrões estão apoiados na autoridade de Deus. Eu gostaria de refletir sobre esses padrões e sobre essa autoridade.

" As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama" ( Ef 5:22 a 28).

Parece até démodé. “Esse trecho da Bíblia está ultrapassado.” “Isso é coisa do tempo da vovó” “É puro machismo.” É assim que muita gente se manifesta sobre textos da Bíblia como este.
Mas essa é a palavra de Deus, é sobre a autoridade de Deus. Mas segundo o apostolo, para um casamento dar certo é preciso observar três coisas:
1- Obediência a Deus: Deus instituiu o casamento, e sob regras especificas estabeleceu a família. A Bíblia diz “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” Gn 2;24. É apenas um homem e apenas uma mulher - nem vários homens, nem várias mulheres, nem só homens ou só mulheres - o padrão Divino é um homem e uma mulher, para que um casamento dê certo. A primeira regra é essa: obediência. Muitos casamentos fracassam por que os envolvidos nele são crianças, não na idade, mas no juízo. Quem casa não é mais o filhinho (a) da mamãe e do papai, agora são dois adultos! Que precisam aprender a resolvam as coisas entre si com tal. Homem e mulher são chamados a viverem em uma só carne. O casal precisa esquecer a idéia de “isso é meu... isso é seu... agora as coisas “são nossas”. As boas e as más, os sucessos e os fracassos. As contas e os rendimentos, a economia doméstica é de responsabilidade mútua, assim como as fraldas e os pratos na pia da cozinha (1Pe 3;7).
2- Amor: é interessante que nesse texto o homem é chamado a amar, a mulher é chamada a se submeter. Amar é muito mais difícil que se submeter. Na verdade se submeter a quem te ama é fácil, difícil é amar quem não se submete. O padrão divino, ou a autoridade de Deus diz: Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela. - Entende o que é amor? Não é paixão, não é um sentimento, amor é se entregar. Cristo morreu na cruz pela sua Igreja, ele deu a vida por nós. É pelo sangue dele que somos lavados dos nossos pecados. A morte dele trás vida para a Igreja. O amor que o marido deve dedicar a sua esposa é esse amor sacrificial. Pensamentos como: “eu vou ficar até mais tarde com os colegas jogando bola, ou com a turma do trabalho”, serão facilmente resolvidos se você lembrar do padrão do amor de Jesus, “que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! (Fl 2;6,8)”.

3- Respeito: a mulher é chamada a se submeter ao seu próprio marido. Veja bem, não é “as mulheres sejam submissas aos homens”. É a esposa seja submissa ao seu marido. Submissão, segundo o Dic. Aurélio é obediência voluntária; sujeição: submissão perfeita ou humildade. Nada aqui, nesse texto, diz que as mulheres são inferiores aos homens, na verdade é o contrario, a Bíblia, o próprio apóstolo Paulo diz: No Senhor, todavia, nem a mulher é independente do homem, nem o homem, independente da mulher. (1 Co 11:11) em Gn 3, no relato da criação, Deus diz que a mulher é uma auxiliadora idônea. As mulheres não são um ser incompleto ou fraco. Deus estabeleceu papeis para cada um, o da mulher é ajudar o seu marido. Só quem é capaz pode ajudar! o incapaz não pode ajudar a ninguém. Mulheres, vocês vão descobrir um monte de incapacidade de seus maridos e antes de criticar ou contar para sua mãe ou para sua melhor amiga, o seu dever é auxiliá-lo - ajudá-lo com humildade a se tornar um homem melhor. O seu dever de se sujeitar ao seu marido tem como modelo a sujeição da Igreja a Cristo. Ou seja, é uma questão de necessidade. Você vai descobrir com o passar do tempo que você, se for uma mulher sábia que edifica o lar, será uma mulher feliz e realizada.

“Como é feliz aquele (homem ou mulher) que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores! Ao contrário, sua satisfação está na lei do Senhor, e nessa lei medita dia e noite. É (o homem e a mulher) como árvore plantada à beira de águas correntes: Dá fruto no tempo certo e suas folhas não murcham. Tudo o que ele(s) faz(em) prospera!”

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