terça-feira, 7 de junho de 2011

A minha, a sua, a nossa crítica



Well, well, well... (saibam os leitores que se aventurarem por aqui que estou apenas tripudiando - no bom sentido - dos americanos com essa sua mania de repetir essas palavras quase sempre, quando iniciam as suas frases, os seus raciocínios). Passado este momento de descontração, permitam-me (se alguém ainda me lê), falar algo que vai por outras plagas não bem teológicas e nem tão politicamente correto, dada a mania se "fazer o certo", seja em que ambiente cultural for. É a tal da CRÍTICA, que já comentei de maneira superficial neste mesmo blog.

Estes espaços de viés teológico, como o meu blog (outros muito mais do que este), primam por uma certa combatividade , uma defesa intransigente dos pontos de vista. Cada um se arvorando a senhor da razão, da melhor hermenêutica, do pensamento mais apropriado e condizente com as Escrituras ( e olha que eu reconheço estar incluído no grupo). Combatem-se ideias brandindo os seus argumentos por vezes com suavidade, outras nem tanto. Outras vezes ainda, como um combate de gladiadores na arena , quiçá, de titãs, se os tais existissem.

Estranho é observar que a recepção da crítica não é tão alegremente percebida por grande parte dos valentes debatedores/contendores... basta que se coloquem contra o argumento defendido para que duas atitudes prevaleçam: o apelo a uma certa autoridade estranha ao próprio argumento e à razão e o afastamento estratégico , de certa forma condescendente com o "herege", espécie de idiota (ainda considerado amigo), ou mesmo pedras e farpas atiradas contra o "adversário" sem qualquer sutileza.

Logo, aquele que aspira manter a sua individualidade e independência intelectuais é tacitamente rotulado de problemático, reacionário, vendo-se sumariamente excluído da "tribo". Torna-se em 'persona non grata' , ainda que tal não seja verbalizado. É como se fosse um bulling conceitualmente diferente daquele praticado nas escolas, posto que aqui, nesse nosso meio virtual cristão, as coisas se conduzem com mais 'civilidade' , para que se mantenha o 'glamour' (hehehe, estou na minha veia mais satírica).

Os códigos não escritos passam a vigorar com as suas entrelinhas capciosas, e eis que o "do contra" é transformado em verdadeiro apátrida, um estranho no ninho, sentindo-se quase como o último dos moicanos. Há certos dogmas que marcam esses grupos, tribos, aglomerados culturais (ou cultuais?), os quais devem ser abraçados e defendidos, ou então não se pertence aos tais grupos. Reformados não são exceção, ainda que haja diversidade dentro do quase-gueto.

Já disse outra vez neste mesmo espaço, em época passada, que tenho extrema dificuldade com posicionamentos homogêneos , pois que tendem a se tornar autoridade por imposição - e não pelos seus fundamentos intrínsecos capazes de lhe conferir autoridade. Talvez eu nem me faça compreender inteiramente, podendo ser que o raciocínio ora transposto para a tela se apresente truncado, quebrado, porque destituído de todas as informações e impressões que eu trago cá comigo e que nem sempre consigo arrancar de dentro. Se assim for, que me perdoem os leitores incautos que se aventurarem por aqui.

As tribos, cada uma delas, se acham capazes de construir o seu "Admirável mundo novo" , navegando placidamente pelas suas utopias e arrogando-se a proprietárias de uma ótima receita, bem embrulhadinha em papel machê e lindamente adornada por belíssimo laçarote :)

Mas na verdade, ninguém é obrigado a concordar com a interpretação do outro, menos ainda o cristão, quando a tal interpretação não for exatamente originada do texto bíblico. Ou melhor, apenas se pode impor com grau de autoridade absoluta o próprio texto das Escrituras, a revelação clara. Donde não se encontram contidas as conjecturas, por mais esplêndidas que sejam.

Conjecturar, todos nós podemos, desde que respeitemos, obviamente, a conjectura do outro, não tentando impor as nossas como dogmas, ou leis, ou regulamentos.



3 comentários:

Paulo Brasil disse...

Amado,

mais uma vez irretocável.


"Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino".(I Co 13:11)

Em Cristo

Ricardo Mamedes disse...

Paulo,

Ainda bem que a crítica é boa e concede aprovação ao texto. Porém, ainda que ela fosse contrária, eu a receberia com serenidade, pode ter certeza, pois a crítica serve para nos ensinar, desde que honesta. Os que teimam em não aceitar críticas querem que os seus argumentos se mantenham a qualquer custo, o que não é nada bom.

Grande abraço meu irmão!

Ricardo.

Esli Soares disse...

Ricardo,

Que coisa, mesmo sumindo eu ainda sou um dos que mais comentou aqui... que triste pra vc, hehehe!

Amigão gostei do texto, não sei se ele foi genérico ou especifico, de todo modo como eu disse num artigo lá no meu blog sobre críticas, só me dou o trabalho de criticar a quem gosto, por tanto encaro as críticas a mim sempre como coisa boa.

No mais, graça e paz.
Esli Soares

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